Cadê as flores?
eu mando flores
com paixão escancarada!
enlouqueço-lhe a alma
tolho seu juízo
faço a vertigem comandar o espetáculo
atores e diretores se confundem
surge o mundo dos furores
eu mando flores
com idéias inebriantes e fictícias!
sou mais um louco nesta peça de teatro
meu juízo ficou no camarim
ele canta lá do fundo
e o silêncio se desfaz no barulho
sou a tônica do presente
Tom cheio dos rumores
eu mando flores
participo dessa cena
recolho-me em gargalhadas
parto o prazer em mil pedaços
não peço o texto além de nossa crise fria
da peça não me deram o fim da alegria infinita
por isso chuto pra bem longe
pra tão perto de mim
a graça e os estilhaços
vivo de meus amores.
eu mando flores
canto pra você sentir horrores
eu mando flores
vivo dos rumores
entrego-me aos furores
a vida me deu sensores
cadê as flores?