Musa de Ipanema*
Vivo em paixão,
e vivo de tantos outros modos
e vivo de encanto
e vivo de carinho, Você sabe bem.
Vivo das pequenas porções de morte
e vivo das grandes invasões de vida.
Vivo de poemas
vivo de segredos
vivo de descansar num travesseiro
vivo de minhas memórias do cárcere
vivo de saudade quando algo ainda se anuncia,
o que talvez nem fosse ter saudade.
E vivo de pedidos,
pedidos difíceis,
como o que te peço agora:
posso transformar essas palavras em poema?
assim nem terei saudade,
terei de você muita eternidade.
Então aqui vai meu beijo, Ysa
e que todos os anjos se reunam
todos decidam, com suas plumas eriçadas
viajar pelo mundo, e dizer a você como estou
e me dizer como está seu mar...
musa quentinha
das brisas d’ Ipanema...
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*Fiz esse poema levado por muitas emoções: leio a escritora e sinto sabor no que ela expressa, fala de amores, paixão, tristeza, encantamentos, mas nunca é triste de tristeza mesquinha, é verdadeiramente triste porque além de olhar, sofre da árdua urgência de ver, e expressa em linguagem poética da mais potente musculatura, por ser de tamanha sensibilidade, para com o mundo, para com as almas.