PAISAGEM OPACA

Paisagem Opaca

Da janela eu entregava meu olhar à sorte

A chuva fina se transformou em tempestade

E no peito eu não sentia a cicatriz e sim um corte

Pessoas correm apressadas e molhadas

No caminho não se viam carinhos nem afagos

Todas as almas permaneciam distantes e caladas

Aquilo nem era inverno e muito menos emoção

Eu rabiscava num caderno toda sua ingratidão

Que tocava longe um sino que ressoava no coração

Saudade dor e medo

Raio relâmpago e trovão

Eu queria o seu segredo dentro do meu coração

Eu não via a possibilidade da tempestade passar

Pelos tons dessa cidade dos reflexos no mar

Encontrava um canto triste onde eu pudesse chorar

Descobri que no infinito ecoava o meu grito

Que mesmo distante da lua eu sentia ele aflito

E que o vento traga as folhas num instante de agito

Eu tocava bem baixinho acordes no meu violão

E procurava um verso perfeito só pra não perder a razão

Que do mundo a mais valiosa lagrima era da sua emoção

Versos e universos

Perdidos num piscar

Onde está o meu amor? Onde você foi morar?

Quero que traga de longe

Tudo que ficou guardado

Como um beijo no envelope que pelo amor foi selado

Vem depressa pra mim que eu não sei esperar

Não consigo viver com a sua ausência

Sem seu corpo a me abraçar.

By Everson Russo

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Everson Russo
Enviado por Everson Russo em 22/07/2009
Código do texto: T1712452
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