Meditação
Dízimo
Muita gente tem um entendimento confuso sobre o dízimo. Em várias religiões há uma obrigação dos seus membros em contribuir com a décima parte, ou dez porcento, dos seus rendimentos como oferta a Deus, a ser entregue para a sua igreja para ajudar nas despesas.
Para os cristãos o tema é profundo e provoca uma série de interpretações. Para nós católicos não poderia ser diferente. Mas, devemos fazer uma reflexão sobre o tema. Muitos acreditam que ao pagarem o dízimo estão quites com Deus e, desta forma, podem tudo.
Felizmente, não é bem assim. E podemos começar a nossa peregrinação, sobre este assunto, lendo e analisando o livro do Gênesis, capítulo 4, quando o Senhor recebe a oferta de Abel e de Caim. Deus vê com bons olhos a oferta de Abel, mas desvia os seus olhos da oferenda de Caim. E por que?
Caim irritou-se e demonstrou isso através de seu semblante que ficou abatido. Deus conversou com ele, mas ele não teve capacidade para entender. Caim tinha o coração duro, como muitos de nós, e não percebeu que o ponto chave é fazer o bem e não a oferenda. O ciúme consumiu Caim que acabou por matar Abel, seu irmão.
E ainda hoje, quantos irmãos matamos por dia? Quando distilamos o ódio, a inveja, o rancor, a ganância, a mentira, a calúnia e outros “bichos” contra os nossos semelhantes. Estamos, na verdade, matando os nossos irmãos.
Em Oséias 6, 6 encontramos a definitiva palavra do Senhor sobre tudo isso:
… é o amor que me agrada, não o sacrifício;
Ora:
o empresário paga o dízimo para a igreja religiosamente, todo mês, mas sonega impostos e paga propinas aos fiscais que o visitam;
o juiz vai a missa constantemente, reza com fervor e comunga todos os domingos, mas o seu gabinete é um grande balcão de negócios: compra e venda de sentenças;
o guarda de trânsito contribui com o dízimo, está sempre bajulando o pastor da sua igreja, mas é severo na hora de cobrar propina dos infratores;
o político do partido cristão elege-se com os votos dos companheiros de fé, faz questão de mostrar para todos que paga o dízimo, mas não se envergonha de desviar verbas públicas: dinheiro do povo;
o médico é fiel à sua igreja, está sempre ao lado do pastor, paga corretamente o dízimo, mas o seu consultório é uma fábrica de anjos de tantos abortos que faz;
Quem procede assim, age como Caim e Deus desviará os olhos de sua oferta, pois que valor ela tem? Nenhum!
O dízimo é importante? Claro que é! O dízimo, quando ofertado com o coração, representa a partilha, a inclusão, a caridade. Mas é preciso compreender que, aos olhos de Deus e não importa qual é a sua religião, o dízimo só tem valor quando você, também, faz o bem. Do contrário, você será igual aos exemplos que demos acima. E no dia do Senhor o que você dirá para Ele?
O verdadeiro dizimista é aquele que entrega para Jesus a direção de sua vida, roga a Deus discernimento para distinguir entre o bem e o mal e age sempre com amor ao próximo, senso de justiça, de solidariedade e de misericórdia. E o resto lhe será dado por acréscimo.
Leia: Mt 23, 23; Lc 11, 42; Hb 13, 16; Tg 4, 17.
Meditando:
Faça um profundo exame de consciência sobre você, o dízimo e fazer o bem?
Você se enquadra em um dos 5 exemplos acima ou algo semelhante?
O que você fará para mudar substancialmente?