As guerras e o vento

Eu, taciturno, caminhei por entre as montanhas dos Andes;

Observei o sol, que alto, ardia em meu rosto pálido;

E em minhas mãos as espadas de outrora;

Meu escudo, ultrajado, silencioso gritava as vidas que guardou;

Então, ao disfarçar dos ventos, eu ouvi a sua voz;

A mesma voz calma e serena, me pedindo para voltar;

Mas a batalha ainda persiste;

E meus homens ainda lutam no amanhacer do terceiro dia da guerra;

Mil mortes ao meu lado... dez mil mortes ainda por vir;

O preço da liberdade é bastante caro... e o clarim;

Ouço as arpas, e as cítaras tocando quando tudo acabar;

Mas o vento chega suave...

E me traz a sua voz;

Sua pele... então, suave como o vento eu te beijo em silêncio;

Ogum me guia e diz:

_Honra, força e glória! Em frente, levante a guarda;

Mais mil léguas e meu destino torná-se real;

Minha mente ágil, cansada, mas leal e sincera;

E eu ouço sua voz... suave como o vento;

De minha morte passada eu retornei;

Como fenix renascendo;

Como um jasmim florescendo;

Como as águas do mar revolto;

Eu corro, persigo o vento, que suave, me traz você;

Serena, linda e meiga;

Morena, como um a deusa;

Eu a beijo, suave como o vento.

Valdomiro Vagner
Enviado por Valdomiro Vagner em 01/05/2009
Código do texto: T1570734
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