As guerras e o vento
Eu, taciturno, caminhei por entre as montanhas dos Andes;
Observei o sol, que alto, ardia em meu rosto pálido;
E em minhas mãos as espadas de outrora;
Meu escudo, ultrajado, silencioso gritava as vidas que guardou;
Então, ao disfarçar dos ventos, eu ouvi a sua voz;
A mesma voz calma e serena, me pedindo para voltar;
Mas a batalha ainda persiste;
E meus homens ainda lutam no amanhacer do terceiro dia da guerra;
Mil mortes ao meu lado... dez mil mortes ainda por vir;
O preço da liberdade é bastante caro... e o clarim;
Ouço as arpas, e as cítaras tocando quando tudo acabar;
Mas o vento chega suave...
E me traz a sua voz;
Sua pele... então, suave como o vento eu te beijo em silêncio;
Ogum me guia e diz:
_Honra, força e glória! Em frente, levante a guarda;
Mais mil léguas e meu destino torná-se real;
Minha mente ágil, cansada, mas leal e sincera;
E eu ouço sua voz... suave como o vento;
De minha morte passada eu retornei;
Como fenix renascendo;
Como um jasmim florescendo;
Como as águas do mar revolto;
Eu corro, persigo o vento, que suave, me traz você;
Serena, linda e meiga;
Morena, como um a deusa;
Eu a beijo, suave como o vento.