A Pacificação do Coração
 
Pai, sem ser provocado
sou pacífico,
mas quando assim ocorre,
sou guerreiro.
O guerreiro sem Cristo
deseja a guerra,
o guerreiro com Cristo
deseja a paz.
Sei, porém,  
que antes de não querer a guerra
é preciso desejar a paz.
E só deseja paz,
quem nela vê virtude.
Só ama a paz
quem está maduro
para a harmonia.
A  paz não é passiva,
mas ativa.
A paz não é externa,
mas interna.
A paz não é de um único,
mas de muitos.
Pela paz sou por Cristo.
Pela paz sou por Deus.
Mas sinto que por Deus
também já fui pela guerra.
Em meu engano,
pensava encontrar Deus
na intolerância.
Em minha ignorância,
pensava a justiça divina
ser cega e punitiva.
Deus por Cristo me mostrou
que a tolerância
é princípio de saber,
é semente que deve
ser cultivada
para brotar a grande árvore
da harmonia.
Só quem tolera
aceita o outro além de si,
abrindo caminho
para a fraternidade.
Deus por Cristo me deu
olhos para ver
que a justiça não é
punição destrutiva.
Deus por Cristo me ensinou
que não existe punição,
mas processo educativo.
Nele prevalece a misericórdia
que possibilita a correção ativa
da conduta da alma.
Na ignorância, a punição é maior
do que o delito.
Na razão, é olho por olho,
dente por dente.
No amor, cabe ao homem
apenas corrigir,
pois a Deus cabe o julgamento.
O Juiz Eterno vê além
do tempo e das sociedades,
não existindo crime praticado
que não implique 
sua futura correção,
não existindo criminoso
que não seja educado
até atingir a virtuosidade.
Pela dor e sofrimento
o veneno do pecado
é destilado para conseguir
a pura virtude.
Por mim mesmo, vi Deus;
por Cristo, O vi com outros olhos.
Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 30/04/2009
Código do texto: T1568779
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