O Olhar do Cristo
 
Por vezes, na labuta do dia a dia,
nos embates da vida cotidiana,

mesmo quando temos em nós
os mais elevados e sublimes ideais,

mesmo quando educamos
com nosso esforço e dedicação a razão,

nos sentimos vulneráveis,
como que frágeis crianças perdidas dos pais.

Queremos ter força
e apenas conseguimos reconhecer
a própria fraqueza.

Queremos crer,
nos deixamos levar pela desilusão
e pela amargura.

Ansiosos por viver
nossas esperanças de felicidade,
nos curvamos às dores.

E então nos invade
o inimigo silencioso da solidão.

Quando assim sentir,
utilize o seu impulso de vontade,
alimente a sua fé.

Lute para não duvidar da misericórdia.
Lute para sentir a bênção da vida.

Olhe para a promessa de vida
que é o esplendor da aurora do dia.

Abra sua audição à sinfonia dos pássaros
que encantam o nascer do dia.

Lembre da divina brisa fresca
das manhãs a lhe acariciar a face.

Lembre das chuvas finas
que acalentam os nossos corações cansados.

Sinta o afetuoso calor do sol
que nos toca, sem contrapartida, a pele.

Olhe para a magia artística
dos dourados crepúsculos dos finais de tarde.

Compartilhe dos raios azul-prateados
da encantadora lua a vagar pelo céu.

Pois lembremos sempre:
somos criaturas em meio à criação.

E nela devemos nos inspirar,
descobrir o afeto oculto em meio à lei divina.

Inspirar-nos no elevado,
quando impulsionados às nossas quedas,

permitindo que nosso ser a isso tudo consiga sentir.
E, assim, descobrir
que por detrás disso tudo
 existe um terno olhar.

Olhos onde brilha o amor
de quem venceu as amarguras terrenas.

Olhos que guardam
uma velha e sagrada promessa,

um pacto de esperança
que nos dá a força que por vezes nos falta,

O firme e doce olhar do Cristo,
a inquietar nossa razão,
a consolar os nossos corações.

Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 25/04/2009
Reeditado em 26/04/2009
Código do texto: T1560045
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