Contemplação
Jerusalém
Jerusalém não é apenas a cidade santa, é o umbigo do mundo. Berço de grandes civilizações, lá nasceram as 3 maiores religiões monoteístas da Terra e primas em primeiro grau: o judaísmo, o cristianismo e o islamismo.
Todas bebem na mesma fonte e adoram o mesmo Deus, apenas com nomes diferentes: Javé, Jesus e Alá. Sabe quem deu o primeiro passo para o surgimento do cristianismo? O Anjo Gabriel, quando revelou para Maria que ela seria mãe de Jesus. Sabe quem deu o primeiro passo para o nascimento do islamismo? O mesmo Anjo Gabriel, quando revelou ao profeta Maomé que ele seria pai dos muçulmanos.
A Igreja Católica, de origem cristã, tornou-se a maior religião do planeta. E por isso sofre críticas e agressões de todos os lados. O mais interessante é que as maiores críticas veem de suas próprias fileiras. Isso porque a igreja católica, no meu entender, é permissiva. Gostaria de ver um desses corajosos críticos entrar em uma Mesquita e dizer:
Vamos modernizar o Islamismo, tem muita coisa atrasada aqui!?!?
Certamente seria expulso de lá a chibatadas. Ou então, entrar em uma Sinagoga e dizer frase semelhante:
Vamos modernizar o Judaísmo, tem muita coisa atrasada aqui!?!
Seria colocado de lá para fora a pontapé pelo Rabino e debaixo de uma chuva de pedras. A Igreja Católica trabalha de portas abertas, quem não estiver satisfeito é só ir embora. João Paulo II dizia que o importante não é a quantidade e sim a qualidade.
O judaísmo e o islamismo são admirados por serem guardiões de suas tradições, não se preocupam com a modernidade. Guardam as tradições porque são devotos de seu Deus e observam as suas determinações seculares. Alguns católicos querem mudanças, acreditam que é hora de rever os procedimentos, só querem ser devotos nas horas que interessam. Encontramos pessoas que dizem assim:
Sou católico não praticante!
Ora, não seja hipócrita. Tenha a coragem de assumir o seu papel. Diga que você acredita em Deus mas que Ele não é a sua prioridade, você julga que tem “coisas” mais importantes na sua vida. Seja autentico, ao menos nisso!
Você conhece algum “budista não praticante?”
Quer um bom exemplo? Voltemos a Jerusalém. Toda sexta-feira é o dia sagrado dos muçulmanos e na comunidade tudo fecha, eles dirigem-se às Mesquitas para rezarem e agradecerem as bençãos da semana e pedir pela vindoura.
Todo sábado é o dia sagrado dos judeus e na comunidade judaica tudo fecha, dirigem-se às Sinagogas para orarem e tem vários cultos que praticam em casa reforçando a importância da família junto a Deus.
Todo domingo é o dia sagrado dos cristãos e o que acontece na comunidade cristã? Nada, simplesmente nada! É um dia como outro qualquer, tudo abre e vende-se de tudo. Respeitar as tradições? Bobagem! Coisa mais antiquada! Os turistas são mais valiosos.
E não é só em Jerusalém. Olhamos para os lados e percebemos à nossa volta mudanças que desrespeitam os principais sacramentos e a liturgia. Alguns cristãos entram nas igrejas e acreditam que, por estarem na casa de Deus, podem fazer de tudo: conversar, deixar o celular ligado, alterar textos, etc. Seria bom lembrá-los de que Jesus, certo dia, entrou em uma sinagoga com chicote nas mãos e expulsou de lá os “vendilhões do templo”, aqueles que estavam desrespeitando a casa do Pai. Para bom entendedor meia palavra basta ...
Os planetas giram em torno do sol. Muitos cristãos de hoje entendem que são como o sol e que a religião deve girar em torno deles. São os que acreditam que o individuo é mais importante do que a comunidade.
O verdadeiro cristão quer servir a Deus.
Quem quer servir-se de Deus não é cristão, nem judeu, nem muçulmano.
Não é “coisa” alguma.
Leia: Mc 11, 15 ; Lc 13, 34 ; Jo 4, 19 – 26 ; Ex 20, 8 ;
Meditando:
Faça um exame de consciência e veja: você está servindo a Deus em sua vida ou está servindo-se de Deus?
Você é um cristão autentico ou é cristão não praticante?