SÓ MESMO EU!...
Tinha que ser eu
Que sempre fui intrépido,
Mas perto de você
Invade-me a timidez
E não consigo lhe dizer
O que realmente sinto.
Ah, os meus velhos medos,
Sei que tenho que enfrenta-los!...
O receio não está em sua rejeição
E sim em meus confusos pensamentos
Onde não consigo extravasar a emoção.
Mas o que fazer, como pode ser?
Quando olha e caminhas em minha direção
Finjo que não sinto o seu olhar
E que não me acelera o coração!
Sei que se sentes perdida
Com a minha disfarçável distração,
E me surpreendo com a sua decisão
Que lança seu desejo para o espaço
E derrama pelo chão, o líquido quente da paixão.
Realmente, não sei explicar o que me acontece,
Respiro fundo e tento despertar sua atenção,
Em sutilezas, paro a sua frente,
Tentando não dar demonstração
Cerro os olhos no censo de observação
Tudo muito difícil, não creio que vá entender-me
E me foge naturalmente a inspiração.
Enquanto me debato, nesta falta de decisão
Alguém lhe arrebata, com força e precisão,
Retiro-me, para não chegar a ver,
Maldizendo a informação
Que será outra noite de desespero e solidão
Onde penara amargamente
O meu pobre coração