SÓ MESMO EU!...

Tinha que ser eu

Que sempre fui intrépido,

Mas perto de você

Invade-me a timidez

E não consigo lhe dizer

O que realmente sinto.

Ah, os meus velhos medos,

Sei que tenho que enfrenta-los!...

O receio não está em sua rejeição

E sim em meus confusos pensamentos

Onde não consigo extravasar a emoção.

Mas o que fazer, como pode ser?

Quando olha e caminhas em minha direção

Finjo que não sinto o seu olhar

E que não me acelera o coração!

Sei que se sentes perdida

Com a minha disfarçável distração,

E me surpreendo com a sua decisão

Que lança seu desejo para o espaço

E derrama pelo chão, o líquido quente da paixão.

Realmente, não sei explicar o que me acontece,

Respiro fundo e tento despertar sua atenção,

Em sutilezas, paro a sua frente,

Tentando não dar demonstração

Cerro os olhos no censo de observação

Tudo muito difícil, não creio que vá entender-me

E me foge naturalmente a inspiração.

Enquanto me debato, nesta falta de decisão

Alguém lhe arrebata, com força e precisão,

Retiro-me, para não chegar a ver,

Maldizendo a informação

Que será outra noite de desespero e solidão

Onde penara amargamente

O meu pobre coração

Elio Moreira
Enviado por Elio Moreira em 11/02/2009
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