Meditação


Obrigado !


Este ano completo 60 anos de idade. Não são 60 dias e muito menos 60 meses. Quem está na mesma faixa etária ou acima, entenderá perfeitamente o que quero dizer, mas aqueles que estão abaixo dos 60 anos, infelizmente, só entenderão quando chegarem lá. Afinal, eles ainda estão na época do plantio e nós já estamos no tempo da colheita...


Ao completar 60 anos, olho para trás e vejo quanta asneira fiz ao longo da existência, quanta besteira, quanta tolice. Ao rever o filme da vida, fico envergonhado com algumas passagens e, se fosse possível, gostaria de “deletá-las” do meu histórico, sumir com certos trechos da minha biografia.


Hoje, tenho certeza de que aquele Deus carrancudo, durão, ciumento que encontramos no Antigo Testamento, não existe. Não pode existir! Basta olhar certos momentos da minha vida para perceber que Deus é, simplesmente, misericordioso. Entender quando os Anjos cantam: - … “e paz na terra aos homens por Ele amados...”.


Em compensação, sinto a presença de Deus quando vejo algumas coisas que são muito importantes para mim. Quando olho para trás e vejo de onde meus pais vieram, a vida dura pela qual passaram, os sofrimentos que enfrentaram, os tropeços, as angústias, os medos, e onde eles chegaram, agradeço a Deus por tanto amor, pelo pai que tive e pela mãe que tenho.


Quando olho para os meus filhos, hoje, e vejo que aquelas crianças se transformaram em adultos responsáveis, bem encaminhados e que souberam levar em consideração a educação que receberam de nós e souberam tornar realidade os seus sonhos e objetivos de vida, meu coração se enche de felicidade e os eventuais sacrifícios que fizemos por eles, deixam de ser “sacrifícios” e passam a ser satisfação, agradeço a Deus suas bençãos.


Aos 60 anos de idade poder curtir a alegria de viver ao lado dos netos é uma benção altamente significativa, ouvir uma criança ao seu lado dizer:


  • Vovô, posso lhe contar um segredo? Promete que não vai contar à ninguém?


Respondo:


  • Claro que prometo, diga o seu segredo.


Ele agarra meu pescoço e diz baixinho ao pé do meu ouvido:


  • Vovô, eu te amo!


Se isso não é a expressão máxima do amor que Deus tem por nós, o que poderá ser, então?


Outro dia eu estava conversando com Deus e alegres curtíamos alguns momentos de nostalgia. Ele, sorrindo, me contou uma passagem maravilhosa da minha vida que eu nem imaginava.


Ele disse:


  • Quando você nasceu eu fiquei tão contente que além da vida e da liberdade que costumo dar a todos, resolvi lhe dar um presente especial. Chamei o Gabriel e disse para ele:


  • Gosto muito deste garoto e quero lhe dar algo valioso, muito valioso mesmo.


Gabriel respondeu:


  • Seja feita a Vossa vontade.


E Ele continuou:


  • Então decidi que você teria dois Anjos da Guarda. Um anjo normal, corpo espiritual como todos os outros tem. E, então, lhe dei outro anjo, que transformamos em corpo material para estar sempre ao seu lado. Afinal, você tem um gênio terrível e só mesmo sendo um “anjo” para lhe aguentar (e deu uma gargalhada gostosa). Um Anjo de paciência, de compreensão, de tolerância, de amor e de compaixão.


Fiquei surpreso e sem parar para pensar primeiro, perguntei:


  • Senhor, de quem se trata?


Ele sorriu e apontou:


  • A sua esposa, é claro!


Com os olhos cheios de lágrimas, a felicidade no coração e a voz embargada, respondi:


  • Obrigado, Senhor. Muito obrigado!


Leia: Lc 17, 12 – 18;


Meditando:


  • Olhe em sua volta, faça uma reflexão e agradeça a Deus todas as bençãos que recaem sobre você e sua família;















Leandro Cunha
Enviado por Leandro Cunha em 07/02/2009
Reeditado em 24/02/2009
Código do texto: T1427223
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