Asas,  por  amor ...



Dá-me asas, senhor !
Não as de seres alados, pequenos terrestres
Que fazem voar seus simples corpos mortais
Por entre blocos de nuvens, entre árvores e florais
E fazem magníficos rasantes sobre a terra condenada
E até ao redor do planeta ... sem os mesmos cuidados.

Dá-me asas, Senhor !
Não essas plumagens lindas e multicores, que enfeitam
Não as que flutuam com o vento, livres giram pelo ar
Que passam, altaneiras, pelas janelas fechadas do mundo
E carregam em si a leveza de apenas voar...voar...
Em inteira liberdade pra onde deseja chegar .

Dá-me asas, Senhor !
Aquelas asas da reconstrução da minha integridade
As asas limpas dos sonhos mais secretos da minha infância
Para em rasantes, descortinar o que resta de belo
Soltar com brandura , os sorrisos que me foram tirados
Resgatar a nobreza dos sentimentos humanos.

Dá-me asas... aquelas asas... tal criança pura
Que em nome do ser maior de luz, engatinha e cresce
Levando minh’alma para o melhor lugar
Que transpondo confiante, meus sentidos para além dor
Serão meu telhado em campo vasto e seguro de paz
E fará minha eterna aliança com o verdadeiro amor.