Contemplação


Tentações


As tentações são obstáculos que se encontram no meio do caminho do nosso crescimento espiritual. Mas são importantes, pois são elas que nos trazem a grata oportunidade de nos aproximarmos de Deus ainda nesse mundo. Sem as tentações cairíamos no erro de nos julgarmos auto suficientes.


Dolores, uma mulher que morava em uma vila afastada da cidade, durante 5 anos foi atormentada pela tentação da prostituição. Parecia paradoxal, mas todos os dias, pacientemente, ela rezava três terços com o seguinte mantra em cada continha:


- Jesus, dá-me forças !


Ao final de 5 anos, o diabo retirou-se e disse para ela:

- Dolores, você venceu. Eu vou-me embora.


Ela respondeu-lhe:


- Não fui eu quem lhe derrotou. Foi Jesus. Mais uma vez você perdeu para Ele. Eu apenas mantive, esse tempo todo, a minha fé.


Márcia, de apenas 16 anos de idade, já é vitima das tentações. Todo fim de semana entra em conflito com seus pais, pois quer sair para curtir festas onde não há limites, onde o hedonismo impera. Ela sabe o que se passa por lá, mas é daquelas que acredita que os problemas só acontecem “com os outros”. Dias atrás ela entrou em choque: dois amigos e uma amiga morreram em um acidente de carro ao voltarem de uma festa regada a muito álcool e drogas. Sucumbir às tentações é fácil, muito fácil. Livrar-se delas é terrível.


As tentações devem ser encaradas como um desafio a ser vencido. A vida é uma luta constante em todos os campos. E não podemos esmorecer. Cada dia é uma luta intensa e estamos, sempre, diante do leão que quer nos derrotar. E escondido entre os leões que nos ameaçam estão as tentações travestidas de poder, ganância, desejos e paixões.


Fugir delas? Esconder debaixo da cama? Morar em uma caverna? Nada disso resolverá. É preciso ter a tranqüilidade e a coragem de enfrentá-las de frente. Quando a tentação bater à sua porta, não se perturbe, abra a porta, olhe bem nos olhos dela e diga:


- Não obrigado. Não estou interessado nos seus préstimos tenho algo melhor para fazer.


E com toda a serenidade, peça licença e feche a porta.


A tentação, neste caso, desapontada irá embora, procurar alguém que seja fraco, pois são desses que ela se “alimenta”. Quando ela encontra um fraco ela o transforma, imediatamente, em escravo. E este pobre coitado passa a trabalhar febrilmente para ela. Lutar contra de nada adiantará.


Mas as tentações podem ser vencidas? Claro que sim. E o primeiro passo importante para vencê-las é “querer livra-se delas”. O segundo passo é o caminho do autoconhecimento. Sem isso é impossível derrotá-las.

Clodoaldo, amigo nosso, fuma muito e quando reclamamos ele responde:


- Gente, me deixa ! Eu adoro fumar.


Enquanto ele não mudar de pensamento tudo ficará na mesma, pois falta o principal: força de vontade!


Por outro lado, é através do autoconhecimento que nós reconhecemos as nossas faltas, os nossos erros, as nossas fraquezas, as nossas misérias. Mergulhamos dentro de nós mesmos e descobrimos realmente quem somos. E essa descoberta é fundamental. Temos que aceitar e aprender a conviver com o que temos de positivo e de negativo.


Normalmente, só enaltecemos o nosso lado forte, as nossas fraquezas fazemos questão de escondê-las debaixo do tapete. Mas elas lá estão: debaixo do tapete! E as outras pessoas vêem isso, percebem e comentam. Quando alguém tem a coragem de falar sobre elas respondemos de imediato:


- Não sou nada disso. Você realmente não me conhece...


O pior cego é aquele que não quer ver! Acha que todos estão errados, só ele é o certo.


Com o autoconhecimento tomamos outra direção. Abrimos o nosso coração e aprendemos a nos conhecer verdadeiramente. Sem medos e sem ilusões. E isso é o caminho da humildade. Humildade é, primeiro, conhecer e aceitar a si mesmo. E com essa bagagem formidável à mão, também reconhecemos que, sozinhos, não teremos condições de vencer a batalha, quanto mais a guerra. Então, com o coração cheio de esperanças e com muita fé nos socorremos junto a Deus e rogamos:


- Senhor, dá-me forças!


Leia: Mt 26, 41; Lc 22, 40 e 46;


Meditando:


  • Leia a contemplação novamente e faça um exame de consciência:


  • O que você tem de positivo?

  • O que você tem de negativo?

  • Quando alguém comenta com você sobre seus pontos fracos, como você reage?









Leandro Cunha
Enviado por Leandro Cunha em 29/12/2008
Reeditado em 29/12/2008
Código do texto: T1357849
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