Meditação
Jesus, o recrutador
Uma empresa quando precisa contratar um profissional, o que ela faz? Vai ao mercado em busca dos melhores e seleciona, entre eles, aquele que está bem preparado e cujo perfil está identificado com a empresa. Da mesma forma, fazemos quando precisamos de uma simples empregada doméstica para a nossa casa. Somos seletivos.
Há anos, as empresas criaram uma bateria de métodos e testes cujo objetivo único é selecionar pessoas. Algumas companhias chegam ao requinte de procurar e contratar talentos e outras em identificar futuros potenciais e investir neles. Sempre pensando “no futuro,” comercialmente falando.
É possível perceber, claramente, que as empresas de origem americana, por exemplo, descartam as pessoas mais velhas e dão preferência aos jovens que são mais ousados, afoitos e ambiciosos. Essas empresas descartam os mais velhos, abandonam a “sabedoria”. Empresas de origem européia, ao contrário, sabem da importância da experiência dos mais velhos e investem no equilíbrio: misturam a ousadia dos jovens com a sabedoria dos mais experientes. O sofrimento de duas grandes guerras mundiais em território europeu, deve te-los amadurecido muito.
Há dois mil anos atrás Jesus iniciou a sua peregrinação na Terra dando uma grande lição de recrutamento. Foi a sua primeira grande obra aliada a profundo objetivo pedagógico que, até hoje, poucos, mas muito poucos mesmo, conseguem perceber e entender.
As empresas selecionam o melhor entre os melhores. Jesus recrutou os seus discípulos entre os incapazes. Jesus poderia ter ido diretamente ao Sinédrio em Jerusalém, que era celeiro de grandes sacerdotes, e recrutar entre os melhores que ali estavam, aqueles que seriam os seus futuros discípulos e, posteriormente Apóstolos. O que não faltava por lá eram grandes Fariseus, Saduceus, Levitas e tantos outros cuja intimidade com as Sagradas Escrituras era enorme. Não teria sido muito mais fácil?
Jesus capacitava os incapazes!
Jesus recrutava pelo que cada um trazia em seu coração, pelo que cada um tinha no seu interior e não por suas aparências, posses ou origens. Isso, porque a base primordial do “processo seletivo” de Jesus era a humildade e a simplicidade. E só através da humildade nos aproximamos do Pai.
Mas como era o “processo seletivo” de Jesus? Vejamos: passando pelo mar da Galiléia Ele viu os irmãos Simão e André que eram pescadores e lhes disse:
- Vinde em meu seguimento, e “farei de vós pescadores de homens”.
Jesus chama para si a responsabilidade pelo crescimento dos “eleitos”. Nesta frase as seis últimas palavras mostram, claramente, que Ele iria capacitá-los a um novo processo de pescaria. Jesus iria habilitá-los, prepará-los para uma missão maior, sublime. Lembre-se de que Jesus, entre outras coisas, era grande pedagogo. Sabia como ensinar e como formar o caráter das pessoas.
Outro exemplo:
Jesus encontra-se com Felipe e lhe diz: - segue-me!
E Felipe larga tudo e vai. Felipe conduz Natanael até Jesus que olha para ele e diz:
- Eis um verdadeiro israelita no qual não há fingimento.
Natanael surpreso pergunta: - De onde me conheces?
Ora, Jesus conhece a alma de cada um.
Isso demonstra que ao longo dos anos perdemos algo muito importante: a capacidade de conhecer os homens através da aura e do brilho de seus olhos. Substituímos a beleza da intuição por um monte de práticas materialistas.
Mas é só isso? Não. O “processo seletivo” de Jesus vai mais longe, mais fundo quando Ele diz:
- não são os sadios que precisam de médico e sim os doentes...
Ora, qual a empresa que se preocupa em recrutar entre doentes e habilitá-los para uma nova vida, para uma nova “pescaria”?
Leia: Mc 1, 16 – 20; Jo 1, 35 – 51; Lc 5, 31;
Meditando:
- Leia as duas primeiras passagens acima indicadas com muita atenção e medite sobre elas:
Se você estivesse lá, como você reagiria? Você largaria tudo e “seguiria”Jesus? Tem certeza?