Contemplação
O Presépio
Que noite maravilhosa, céu limpo, sem nuvens e a lua cheia iluminando toda a região. Acendemos as fogueiras apenas para nos aquecer e espantar os animais predadores e avisar os ladrões que as ovelhas estavam ali, mas protegidas por nós.
Estávamos próximos a Belém, na Judéia, há alguns quilômetros do Mar Morto e uma leve brisa soprava do leste e nos trazia a fragrância de um perfume delicioso. Sentados ao redor da fogueira conversávamos cheios de esperanças e com uma alegria nos corações como jamais tinhamos sentido. Algo nos encantava, mas não sabíamos o que era.
De repente, a noite tornou-se em dia e de dentro de uma luz surgiu uma figura belíssima, vestida como se um anjo fora. Com uma voz encantadora, ele disse:
não tenhais medo, pois eis que eu venho anunciar-vos uma boa nova, que será uma grande alegria para todo o povo: Nasceu-vos, hoje, na cidade de David, um Salvador, que é o Cristo Senhor;
Eu estava lá entre os pastores, meus olhos se arregalaram com todo aquele esplendor e os nossos corações se encheram de medo. O que significava aquilo tudo? E uma multidão de anjos celestes surgiu e cantou:
Glória a Deus no mais alto dos céus e sobre a terra paz para os seus bem amados.
Da mesma forma com que surgiram, os anjos se foram. Tudo voltou ao normal ao nosso redor e depois de algum tempo ainda saboreando as delicias daquela aparição, resolvemos levantar e ir até Belém para conhecer o que o Senhor nos tinha reservado.
Fomos guiados até Belém pelos nossos corações e pela nossa fé. Lá, dentro de um estábulo encontramos o menino Jesus deitado em uma manjedoura com Maria, sua mãe, a direita da sua cabeceira e José, o seu pai, a esquerda. Aos pés de Jesus estava uma vaca, um burrico e uma ovelha. Assim como vários outros pastores da região. Um perfume de rosas embriagava os nossos corações. Estávamos tomados de grande emoção.
Percebemos que tudo estava conforme o Anjo nos tinha revelado:
... achareis um recém-nascido envolto em faixas e deitado numa manjedoura.
Então, contamos com muita alegria o que tinha acontecido e as palavras do Anjo. Os que nos ouviram ficaram espantados com o que dizíamos e se perguntavam:
Afinal, quem será este menino?
Depois, os pastores voltaram para o campo, cantando e dando glórias a Deus por tudo que tinha lhes revelado. Mas eu decidi ficar por ali mais algum tempo e viver de perto aquele momento sublime e beber naquela fonte.
A cada minuto que passava, mais e mais pessoas de todos os cantos vinham visitar aquela criança e admirá-la. E todos saiam radiantes, felizes e com o semblante totalmente diferente do que tinham quando chegaram. Era fantástico poder observar aquilo.
Mais tarde ficamos surpresos, pois chegou uma caravana liderada por três camelos. Eram os magos vindo do oriente que vieram prestar homenagens ao “rei dos judeus” que tinha nascido. Então, nossos corações entenderam, enfim, de quem se tratava.
O indiano Belchior, trazia como presente para o menino, ouro para confirmar a realeza de Jesus; O árabe Balthazar trazia incenso para confirmar a natureza divina de Jesus; o etíope Gaspar, trazia mirra para confirmar a natureza humana dele. Jesus é cem porcento humano e divino.
Observando aquele “presépio”, eu procurava entender o significado de cada coisa. A vaca deitada aos pés de Jesus representa a fertilidade e a renovação da vida, não é à-toa que é sagrada na India. A ovelha representa o respeito e a admiração que o rebanho tem pelo pastor, pois reconhece a sua voz e só a ele obedece. O jumento representa a perseverança que temos que ter para trilhar o caminho do Senhor, sem nos desviar.
E a manjedoura?
Somos nós, os bem amados do Senhor! O receptáculo onde Jesus deve morar, hoje e sempre. Ele jamais nos abandona, nós é que O abandonamos muitas vezes. Mas quando “a coisa aperta” é nele que nos socorremos.
Leia: Mt 2, 1 – 12; Lc 2, 1 – 21;
Meditando:
Contemple esta passagem e imagine se você estivesse lá, quem você seria:
Um dos pastores?
Um dos anjos?
Um dos Herodes?
Um dos magos?
Um dos presépio?