Olhando a chuva...
O vento uiva e agoniza
Geme como doente demente
E avisa pela brisa que suaviza
Ao mesmo tempo crispa
As ondas assanhadas do mar
Numa melodia de assustar
É o prelúdio do que vai chegar
Tudo está escuro em penumbra
Avisto o movimento das nuvens
Que anuncia solene a tempestade
Onde há bem pouco havia calmaria
O sol sorria e tudo resplandecia
Agora a natureza agita-se em fúria
Será o inicio de uma nova era
De cataclismos ao apocalipse
A sacudir nosso frágil planeta
Trazendo a destruição e o choro
Comove o retrato da criança
Ao reclamar do frio que a toca
Da falta de roupa e de alimento
No meio do barro da enchente
A lama... Mortes sobre os escombros
Mais fome... Sede... Doenças... Sombras!
Comovente devastação que assombra
Oh meu bom Deus nos socorra
Protegei com teu amor aos jovens
Às crianças e aos sofridos idosos
De preferência aos mais pobres
Esparrame um sol clemente
Para devolver ao homem a esperança
Livre das catástrofes e das doenças
Revigore Santa Catarina na pujança
Para que se instale ali o Teu Reino
Enquanto engulo as lágrimas do meu pranto.
Hildebrando Menezes