Síndico em Crise CAPITULO 08
"Síndico em Crise"
Escrito por Sidnei Nascimento
CAPITULO 08
“Mãos pra Cima”
É uma noite tranquila, e Felipe está finalmente relaxando no sofá, assistindo a um filme. Ele coloca os pés para cima, feliz por não ter nenhum problema para resolver no condomínio... ainda.
Felipe (falando para si mesmo, aliviado):
– Acho que vou ter uma noite tranquila. Nada de loucura hoje.
De repente, seu celular vibra com várias notificações. Ele olha a tela e vê mensagens no grupo do condomínio:
Mensagem de Dona Carmem:
_"Felipe, tem um homem armado no prédio! Ele está ameaçando a gente!"_
Mensagem de Carlos:
"O tatuador está surtando! Está com uma arma e dizendo que vai acabar com todo mundo!"
Felipe pula do sofá, preocupado. Ele sai correndo de seu apartamento entra no elevador, enquanto mais mensagens continuam chegando.
Felipe (pensando alto, enquanto corre):
– Claro que não poderia ser uma noite tranquila. Por que seria diferente?
Só tem doido aqui!
Ao chegar ao hall de entrada, encontra um grupo de moradores reunidos, todos assustados.
No Hall do prédio, Carlos, que mora no primeiro andar, corre até Felipe.
Carlos:
– Felipe, é o Lúcio, o tatuador! Ele surtou de novo. Está gritando e ameaçando todo mundo, e ele está armado!
Felipe(respirando fundo, tentando manter a calma):
– Ele tem transtorno bipolar, não é? Alguém chamou a polícia?
Carlos:
– Já, já estão a caminho. Mas ele está perigoso, Felipe. A gente precisa fazer alguma coisa!
Felipe (tentando pensar rápido):
– Certo... eu vou tentar conversar com ele, ver se consigo acalmá-lo até a polícia chegar.
Felipe sobe cautelosamente até o apartamento de Lúcio, o tatuador que fica no 3º andar. Ele ouve os gritos vindos de dentro.
Lúcio (de dentro do apartamento, gritando):
– Vocês acham que podem me controlar? Eu faço o que eu quiser! Ninguém manda em mim!
Felipe bate suavemente na porta, mantendo a voz calma.
Felipe:
– Lúcio, sou eu, Felipe. O síndico. Vamos conversar?
Lúcio (gritando):
– Não quero falar com ninguém! Sai daqui!
Felipe ouve passos pesados do outro lado da porta e, de repente, Lúcio abre a porta bruscamente. Ele está agitado, suado, e com uma arma nas mãos.
Felipe (mantendo as mãos para cima, tentando não parecer ameaçador):
– Ei, Lúcio. Estou aqui para te ajudar. Todo mundo está preocupado, mas ninguém quer te machucar.
Lúcio (nervoso, andando de um lado para o outro):
– Eles não entendem! Ninguém entende o que eu passo! Eu só quero paz, mas ninguém me deixa em paz!
Felipe (tentando manter a calma):
– Eu entendo, cara. Sei que as coisas podem ficar difíceis às vezes, mas andar armado e ameaçar as pessoas não vai resolver. Vamos conversar. Eu estou aqui para te escutar.
Lúcio olha para Felipe por alguns segundos, com os olhos cheios de lágrimas, ainda segurando a arma, mas claramente hesitando.
Lúcio:
– Eles sempre falam mal de mim, sempre me tratam como louco! Mas eu só quero viver em paz, Felipe!
Felipe:
– Eu sei, Lúcio. Eu entendo que isso machuca. Mas nós podemos resolver isso de outra maneira. Ninguém precisa se machucar hoje.
Nesse momento, a polícia chega, mas Felipe levanta a mão, pedindo para esperarem.
Lúcio começa a se acalmar, mas ainda está claramente instável. Felipe dá mais um passo em direção a ele, lentamente.
Felipe:
– Me dá a arma, Lúcio. Não precisa disso. A gente vai resolver isso do jeito certo, sem brigas, sem polícia.
Lúcio (com a voz trêmula):
– Você vai me ajudar? Mesmo depois de tudo isso?
Felipe:
– Vou, sim. Vamos cuidar disso juntos.
Lúcio olha para a arma em sua mão, depois para Felipe, e finalmente a entrega para ele. Felipe pega a arma com cuidado, respirando aliviado.
Os policiais e os paramédicos entram no prédio e, ao verem Lúcio mais calmo, colocam-no na ambulância para levá-lo ao hospital, onde ele pode receber a ajuda necessária.
Felipe observa tudo de longe, com os nervos à flor da pele, mas aliviado por ter resolvido a situação sem violência.
Policial Silva (se aproximando de Felipe):
– Bom trabalho, Felipe. Você realmente evitou que isso virasse uma tragédia.
Felipe (sorrindo, cansado):
– Esse trabalho devia ter adicional de periculosidade, sabia?
Felipe volta ao seu apartamento, completamente exausto. Ele se joga no sofá e olha para o teto.
Felipe (suspirando):
– Síndico e psicólogo. Eu deveria começar a cobrar por consulta...
Ele ri de si mesmo, ainda nervoso, exausto, mas aliviado.