Sindico em Crise CAPITULO 05

"Síndico em Crise"

Escrito por Sidnei Nascimento

CAPITULO 05

“A Maldição da Porta”

Em seu apartamento Felipe, está sentado à mesa, tomando café e

revisando os documentos para a próxima reunião do condomínio. Tudo

está tranquilo até que o celular toca. Ele olha para o visor e suspira ao ver

que é Dona Carmem.

Felipe (atendendo com relutância):

– Oi, Dona Carmem, tudo bem?

Dona Carmem (nervosa, falando rápido):

– Nada bem, Felipe! Nada bem mesmo! Tem coisa estranha acontecendo

aqui. Minha casa tá amaldiçoada!

Felipe (confuso):

– Amaldiçoada? Como assim, Dona Carmem?

Dona Carmem (sussurrando como se estivesse contando um segredo

sombrio):

– Desde que você instalou aquela porta automática na entrada do

prédio... minha eletricidade ficou maluca! As luzes piscam, o micro-ondas

liga sozinho, e até o rádio começou a falar com vozes que eu nunca ouvi!

Isso é bruxaria, Felipe! Tô dizendo, essa porta trouxe uma maldição!

Felipe (tentando não rir):

– Dona Carmem, eu acho que isso é só um problema elétrico. A porta

automática não tem nada a ver com isso.

Dona Carmem (ofendida):

– Problema elétrico? Não subestime as forças invisíveis, menino! Isso aqui

é coisa séria! A maldição da porta automática pegou em mim!

Felipe suspira, sabendo que a conversa está longe de acabar.

No Interior do apartamento de Dona Carmem.

Felipe chega e é imediatamente recebido por ela, que está com um terço

na mão, murmurando orações. O apartamento está parcialmente escuro,

com as luzes piscando intermitentemente, como se realmente houvesse

um problema elétrico.

Felipe (olhando ao redor):

– Tá, realmente tem algo errado aqui... mas acho que é só um curto-

circuito, Dona Carmem. Deixa eu dar uma olhada no quadro de energia.

Dona Carmem (balançando a cabeça):

– Nada disso, Felipe! Desde que você mudou aquela porta... as coisas aqui

não foram mais as mesmas. Já falei pra você, portas automáticas atraem

espíritos!

Felipe (tentando manter a calma):

– Dona Carmem, eu juro que a porta só abre e fecha quando alguém

passa. Não tem nada de espíritos envolvidos.

Dona Carmem (dramática):

– É isso que eles querem que você pense! Mas eu sei. Eu sinto. Quando

aquela porta abriu sozinha outro dia, e não tinha ninguém ali... eu soube.

Foi aí que começou. Olha só, o rádio até começou a falar sozinho!

O rádio na estante de Dona Carmem começa a emitir chiados, e de

repente, uma voz robótica ecoa: “Erro de sistema... Erro de sistema...”

Felipe (aproximando-se do rádio, confuso):

– Isso não parece uma voz de outro mundo, Dona Carmem. Parece só...

um erro eletrônico.

Dona Carmem (cruzando os braços, desconfiada):

– É o que eles querem que você pense, Felipe!

Felipe está ajoelhado perto do quadro de energia, examinando os fios.

Enquanto ele trabalha, Tonho aparece à porta, assistindo à cena com um

sorriso no rosto.

Tonho (rindo, encostado na porta):

– O que tá pegando aqui, síndico? Ouvi dizer que sua porta automática tá

fazendo magia negra agora.

Felipe (resmungando enquanto mexe nos fios):

– Não me lembra disso, Tonho. Eu só queria ajudar o prédio com uma

modernização... e agora tenho que convencer Dona Carmem de que não

invoquei nenhuma maldição.

Tonho:

– Boa sorte com isso. Acho que a mulher vai te exorcizar antes de você

consertar a fiação.

De repente, as luzes piscam mais uma vez, seguidas por um estalo alto.

Felipe solta um grito de surpresa e pula para trás.

Felipe (desesperado):

– Ai, caramba! Tá pior do que eu pensava. Parece que o curto tá afetando

o prédio todo!

Dona Carmem (do outro lado da sala, ainda rezando):

– Tá vendo, Felipe? É a porta! Ela tá espalhando a maldição!

Tonho (com um sorriso de canto):

– Pode ser só um curto, mas, sinceramente, a história da maldição tá bem

mais divertida.

Felipe (desanimado):

– Eu só queria uma porta que abrisse sozinha...

Felipe e Tonho estão na frente da entrada principal, olhando a tal porta

automática que, aparentemente, iniciou todo o caos. Felipe parece

derrotado.

Tonho (rindo):

– Quem diria que uma porta poderia causar tanto drama.

Felipe (suspirando):

– Eu deveria ter previsto que algo assim ia acontecer. Nada nesse prédio

funciona sem causar um problema.

Tonho (brincalhão):

– É só o começo, amigo. Daqui a pouco vão dizer que essa porta é um

portal para outra dimensão.

De repente, a porta automática faz um movimento estranho, abrindo e

fechando sozinha repetidamente, sem ninguém por perto.

Felipe (assustado):

– O quê?! Isso não é normal...

Tonho (rindo mais alto):

– Agora eu tô começando a acreditar na Dona Carmem!

Felipe fica encarando a porta, tentando entender o que está acontecendo,

até que o som de chiado eletrônico é ouvido novamente. Ele corre para o

painel de controle ao lado da porta, tentando desligá-la.

Felipe (mexendo nos botões, desesperado):

– Isso tá fora de controle! Como isso pode ser só um defeito técnico?

Dona Carmem aparece de repente, com seu terço em mãos, olhando

severamente para Felipe.

Dona Carmem (séria):

– Eu avisei, Felipe! Agora é tarde demais. A maldição está solta. Se você

não tirar essa porta, eu vou ter que chamar o padre.

Felipe (exasperado):

– Tá bom, tá bom! Eu vou ver o que posso fazer. Mas pode ter certeza que

não tem espírito nenhum envolvido nisso!

No dia seguinte, o corredor do prédio está calmo. Felipe está mexendo no

painel da porta, tentando encontrar a solução para o problema, quando

Natália aparece, segurando um café para ele.

Natália (rindo ao vê-lo trabalhar):

– Então a porta amaldiçoada ainda está te dando dor de cabeça?

Felipe (sorrindo, mas cansado):

– Você não faz ideia. Eu só espero que consertar isso acabe com essa

história de maldição de uma vez por todas.

Natália (brincando):

– E se a porta estiver mesmo possuída? Já pensou que tá mexendo com

algo além do seu entendimento?

Felipe a encara, sem acreditar.

Felipe (rindo, mas com uma pitada de desespero):

– Por favor, você também não. Já tenho uma moradora rezando por

minha alma e outro achando que estou invocando demônios. Não preciso

de mais gente acreditando nisso.

Natália (dando de ombros, divertida):

– Tá bom, senhor cético. Mas se eu ver essa porta abrir sozinha à noite,

vou correr para o lado da Dona Carmem.

Felipe ri, mas claramente está ansioso para acabar com o problema de

uma vez por todas.

Felipe ainda mexendo nos fios da porta, enquanto ela abre e fecha

repetidamente, fazendo ele suspirar profundamente.

Mais tarde, Felipe chega em casa depois de um longo e estressante dia

lidando com a “maldição” da porta automática e as reclamações de Dona

Carmem.

Ele está exausto, joga as chaves no balcão da cozinha e se espreguiçando.

Felipe (resmungando para si mesmo):

– Finalmente, um pouco de paz...

Ele vai até a geladeira, tira alguns ingredientes e coloca uma panela no

fogão. Felipe decide que vai fazer um jantar simples para relaxar depois do

caos. Ele começa a preparar o feijão, mexendo devagar na panela

enquanto boceja.

Passam-se alguns minutos, e Felipe está distraído, mexendo no celular e

respondendo mensagens do grupo do condomínio. Ele se perde no tempo

e, de repente, um cheiro de queimado começa a preencher o ar.

Felipe (levantando o nariz, farejando):

– Não... não, não, não!

Ele corre até o fogão, mas já é tarde demais. Ao abrir a panela, vê que o

feijão queimou completamente, grudado no fundo.

Felipe (gritando para si mesmo):

– Só pode ser brincadeira! Eu não consigo resolver nem o jantar agora?!

Ele tenta salvar o feijão, mas o cheiro de queimado só piora. Felipe desiste

e decide fazer outra coisa rápida.

Ele coloca algumas batatas para fritar e prepara um bife, ainda

determinado a fazer algo decente. Ele mexe no sal, mas está tão cansado

que sem querer despeja muito sal na comida.

Felipe (frustrado, vendo a quantidade de sal na comida):

– Ah, pelo amor de Deus! Isso não pode estar acontecendo!

Ele experimenta um pedaço do bife, mas faz uma careta

instantaneamente.

Felipe (balançando a cabeça):

– Salgado demais... eu não acredito.

Felipe joga a comida no lixo, olhando derrotado para a cozinha toda

bagunçada.

Ele senta no sofá, com um pacote de biscoitos na mão, já sem energia. Ele

dá uma mordida no biscoito, olhando para o teto, claramente frustrado

com o rumo de seu dia.

Felipe (falando para si mesmo, derrotado):

– Eu só queria um dia tranquilo... uma refeição decente... será que é pedir

demais?

Ele olha para o relógio e suspira, afundando mais no sofá. O capitulo

termina com Felipe mordendo mais um biscoito, completamente

derrotado pela série de pequenos desastres que aconteceram durante o

dia.

Sidnei Nascimento
Enviado por Sidnei Nascimento em 18/10/2024
Código do texto: T8176315
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