A Cruzada de Catarina, capítulo 15: Retirada
CAPÍTULO 15
O capítulo anterior foi decisivo, com a terrível luta que Catarina e Andrômeda tiveram com o Barão Homer Nightgale, e que culminou com a morte deste, mesmo tendo se tornado um vampiro.
Agora veremos as providências finais que a experiência de Andrômeda providenciou.
RETIRADA
Cathy se ergueu, retirando a arma com um puxão forte.
— Preciso limpar esse sangue do crucifixo... é sangue de vampiro.
— Evite tocar nele. Ponha-o no chão, depressa!
Ela obedeceu e Andrômeda desembainhou a lâmina de luz:
— Afaste-se.
Andrômeda disparou a energia da espada sobre o crucifixo. Depois, virou-o e repetiu o tratamento.
— Pronto. O sangue se desintegrou. Agora vamos aos seus ferimentos: eu tenho comigo o cicatrizante e antisséptico universal.
Sonia aplicava a pomada em Cathy, quando um estrondo medonho se ouviu: a porta de aço foi arrombada e um enorme carro preto veio escorregando desastrosamente pela escadaria.
ANDRÔMEDA – Liz! Com todo mundo dentro! Eu sabia que eles não se conformariam em ficar de fora!
CATHY – Andrômeda... o que houve com os criados?
— Estão todos adormecidos por várias horas, pelos meus dardos... você acha que eu sou de brinquedo?
Liz bateu numa pilastra de mármore turco e parou. Ênio e os robôs saltaram e o garoto correu a se abraçar a Catarina.
Após algumas explicações, Cathy apontou para o cadáver impressionante estendido a seus pés:
— Que Deus se apiede da sua alma.
— Mas primeiro – objetou Andrômeda – terei de separar a sua cabeça do corpo.
— O que, Andrômeda? É mesmo preciso? Isso é horrível demais!
— Dizem que, para ter certeza da morte de um vampiro, é preciso cortar a sua cabeça. Eu não vou arriscar. Ênio, você se afasta com Catarina. Uma menina inocente e pura como você, Cathy, não deve olhar para coisas assim. Isso é para pessoas calejadas e frias como eu.
— Não preciso me afastar muito. Olharei para o outro lado, Andrômeda. Cubra o corpo depois, me avise quando terminar.
— O.K.
O casalzinho, ainda de máscaras, se afastou um pouco. Sonia reacendeu a lâmina de luz e calculou o movimento. Então, Leiber e Salk cobriram seus rostos metálicos.
— Ai, que horror!!! – gritaram eles.
— Você está bem arranjada com esses robôs – zombou Liz.
Andrômeda cobriu o cadáver – corpo e cabeça – com a lona antes usada para envolver o quadro.
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— Nós agora vamos simplesmente embora? E as conseqüências do que fizemos? Um homem foi morto.
A questão foi levantada por Ênio, ainda perplexo com os últimos acontecimentos.
Tendo incinerado o quadro com o sabre de luz, Andrômeda já elaborara uma diretriz:
— Você e Catarina terão seus álibis, simplesmente não estiveram aqui e ninguém os viu. O que aqui aconteceu foi obra de Andrômeda, e cuidarei para que saibam disso.
— Que vai fazer? — perguntou Cathy.
— Observe, apenas.
Andrômeda caminhou pelo corredor, até um salão de esquina. Escolheu a parede mais livre e apontou o seu sabre de luz. Logo, redigiu na parede uma mensagem impressa a fogo:
ANDRÔMEDA ESTEVE AQUI
EU MATEI O BARÃO HOMER NIGHTGALE
ELE ERA UM VAMPIRO, COMO PODERÃO CONSTATAR PELOS SEUS DENTES CANINOS
— Pronto, amigos, Agora a culpa será toda minha.
Catarina tocou-lhe o braço:
— Não é justo... nós duas o matamos. E eu, mais que você. Eu o golpeei.
— Você não pode carregar esse ônus, Catarina. Você tem a sua mãe, o Ênio, a sua vida. Eu não sou ninguém, sou uma sombra que se esconde na noite. Ninguém me conhece. Sou apenas Andrômeda.
— Muito obrigada por tudo – murmurou Cathy.
(Assim, chegou ao fim a batalha de Catarina contra o mal em estado puro representado por Homer Nightgale e seu pacto demoníaco. O gesto generoso de Andrômeda, assumindo sozinha a responsabilidade pela morte do barão, sensibilizou profundamente Cathy, a quem não passou despercebida a renúncia que Sonia Maria Sagres pratica para poder ser uma vigilante solitária.
Não deixem de ler o epílogo que em breve será publicado:
EPÍLOGO
AMIGAS PARA SEMPRE)
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