Senhor do crime - capitulo 02
Na noite seguinte, João e Carlos se reuniram com Alberto Correia novamente, desta vez em um local mais discreto, longe dos olhares curiosos da mansão. Um armazém abandonado no subúrbio de Verde Vale servia de palco para a conspiração que estavam prestes a iniciar.
— Precisamos agir rápido — disse Alberto, enquanto espalhava alguns documentos e mapas sobre uma mesa velha.
— Ricardo Dias é esperto, mas temos nossos recursos.
João analisava os papéis com atenção. Ali estavam listados nomes de contatos, locais de operações e possíveis traições.
— Quem é o mais suspeito? — perguntou João, com os olhos fixos no coronel.
— Ricardo é uma boa aposta, mas não podemos descartar outras possibilidades.
— Alberto apontou para uma foto de um homem de meia-idade, com expressão severa.
— Este é Miguel Braga. Ele controla parte do tráfico na Zona Norte. Um peixe grande.
João franziu a testa.
— Miguel Braga? Eu ouvi falar dele. Sempre um passo à frente da polícia.
Carlos, que estava ao lado de João, balançou a cabeça em concordância.
— Precisamos de provas antes de fazer qualquer movimento.
Alberto assentiu.
— Exatamente. Tenho um informante que pode nos ajudar. Ele trabalha para Miguel, mas tem motivos para se voltar contra ele. Podemos encontrar esse informante amanhã à noite, em um bar na Lapa.
No dia seguinte, à noite, João e Carlos se dirigiram ao bar na Lapa.
O lugar estava lotado, a música alta e as risadas preenchiam o ar.
Eles se sentaram em um canto escuro, observando as pessoas ao redor.
Finalmente, um homem magro e nervoso se aproximou. Era o informante de Alberto.
— Vocês são os caras do coronel? perguntou ele, olhando em volta com desconfiança.
— Sim. Sente-se, disse João, indicando a cadeira à frente.
O homem se sentou e começou a falar rapidamente.
— Miguel está envolvido até o pescoço. Ele tem negócios com Ricardo, e soube que estavam planejando alguma coisa grande. Mas ele não trabalha sozinho. Há outro nome que vocês precisam conhecer: Lucas Viana.
Carlos olhou para João, preocupado.
— Lucas Viana? Ele estava na negociação que deu errado.
João apertou os punhos.
— Isso confirma nossas suspeitas. Precisamos de mais informações. Onde podemos encontrar Lucas?
O informante deu um sorriso nervoso.
— Ele costuma se esconder em uma casa segura na Tijuca. Mas cuidado, o lugar é fortemente guardado.
Nos dias que se seguiram, João e Carlos planejaram cuidadosamente o ataque à casa segura. Eles recrutaram alguns homens de confiança e prepararam o arsenal necessário.
Finalmente, na noite do ataque, eles se moveram como sombras pela Tijuca.
A casa segura estava cercada por homens armados, mas João estava determinado. Com precisão e eficiência, eles neutralizaram os guardas um a um, até que conseguiram entrar na casa.
Lá dentro, encontraram Lucas Viana, que tentou fugir, mas foi rapidamente capturado.
— O que você sabe sobre a emboscada nas docas?
exigiu João, enquanto pressionava Lucas contra a parede.
— Eu... eu não sei de nada!
gritou Lucas, desesperado.
— Não minta para mim
João rosnou.
— Você estava lá. Quem te mandou?
Lucas, vendo que não tinha escapatória, começou a falar.
— Foi Ricardo! Ele e Miguel Braga planejaram tudo. Queriam pegar o controle do tráfico na cidade!
João sentiu a raiva crescer dentro de si. Ele olhou para Carlos e fez um sinal.
— Acabou para você, Lucas
disse ele, enquanto se afastava.
Com Lucas fora do caminho e mais informações em mãos, João sabia que era hora de enfrentar Ricardo Dias e Miguel Braga.
Ele não descansaria até que todos aqueles que o traíram pagassem pelo que fizeram.
Verde Vale era sua cidade agora, e ele não deixaria que ninguém tomasse isso dele.