Senhor do crime - capitulo 01
Capítulo 1
João Vilar, um ex-membro da família mafiosa Ferreira, foi libertado da prisão após dez anos.
O sol brilhava intensamente enquanto ele atravessava os portões da penitenciária, carregando uma pequena mala com seus pertences. Ele parou por um momento para respirar profundamente o ar da liberdade, que ele esperara por tanto tempo para sentir novamente. “Dez anos trancado. Dez anos planejando. Dez anos esperando,” pensou João enquanto observava o mundo à sua volta com um olhar endurecido.
Um carro preto parou próximo a ele, e Carlos Rezende, um advogado de aparência elegante e nervosa, saiu do veículo, acenando para João.
— João, bom te ver de novo. Sérgio mandou um recado: temos trabalho a fazer em Verde Vale.
João deu um sorriso contido e entrou no carro.
Verde Vale, uma cidade fictícia baseada no Rio de Janeiro, era um lugar de contrastes: morros, favelas e praias, tudo com um toque mais sombrio.
O carro de Carlos serpenteava pelas ruas até chegar a um prédio de luxo com vista para a cidade.
João estava sentado no escritório de Carlos, observando a cidade pela janela enquanto o advogado falava ao telefone.
— Tudo certo. Ele está aqui. Vamos começar hoje à noite — disse Carlos, desligando o telefone e se voltando para João.
— Temos um encontro esta noite nas docas. Um grande carregamento. Precisamos de tudo perfeito.
— Nada pode dar errado desta vez — respondeu João, com uma firmeza que deixava claro que ele não estava disposto a aceitar mais falhas.
As docas de Verde Vale estavam iluminadas apenas pelos faróis de alguns carros e pela luz da lua.
João e Carlos estavam acompanhados por três guarda-costas armados, prontos para a negociação. Do outro lado, um grupo de homens nervosos, liderados por Ricardo Dias, aguardava.
— Boa noite, senhores. Espero que tenham trazido o pagamento — disse Ricardo.
— O dinheiro está aqui. E a mercadoria? — respondeu João.
— Aqui mesmo — confirmou Ricardo.
Quando a troca começou, tiros ecoaram pelas docas. Era uma emboscada.
Homens caíam ao redor de João, que conseguiu se abrigar atrás de um contêiner enquanto via seus guarda-costas sendo abatidos.
— João, precisamos sair daqui! — gritou Carlos, em pânico.
Os dois correram, deixando para trás o dinheiro e as drogas, e entraram em um carro próximo, partindo em alta velocidade.
De volta à casa de João, ambos estavam sentados no sofá, ainda ofegantes e com expressões de choque.
— Vamos pagar por isso — murmurou João, com a voz carregada de raiva.
— Precisamos de um plano. Precisamos saber quem está por trás disso — disse Carlos, tentando pensar com clareza.
João olhou para Carlos com determinação nos olhos.
— Vamos pegar de volta o que é nosso. E vamos fazer eles pagarem.
No dia seguinte, João e Carlos foram à luxuosa mansão de Alberto Correia, um coronel aposentado que tinha ajudado a estabelecer o negócio nas docas.
A mansão era imponente, com segurança pesada, e os dois foram conduzidos até um grande salão onde Alberto os aguardava.
— João, ouvi falar dos problemas nas docas. Lamento pela perda — disse Alberto, com um tom de simpatia.
— Precisamos da sua ajuda, coronel. Quem estava por trás disso? — perguntou João, direto ao ponto.
Alberto levantou-se e caminhou até a janela, olhando pensativamente para fora.
— Tenho minhas suspeitas. Mas primeiro, precisamos confirmar.
João acenou com a cabeça, decidido.
— Então vamos descobrir.
Assim começa a jornada de João Vilar, em busca de vingança e redenção, enquanto ele se aprofunda cada vez mais no mundo sombrio do crime de Verde Vale.