HENRIQUE, AFONSO E MAITÊ - CAPÍTULO III
CAPÍTULO III: A ERA PUERIL II
Sem intenção de revidar, Afonso se levanta, limpando a terra que ficou nos cotovelos e na roupa. Afonso sempre fora de leve com a vida. Levava tudo numa boa. Sempre chamava a atenção dele a atitude de tanta violência no mundo. - Mas por quê?, perguntava-se Afonso. Era de se esperar que em um determinado conflito violento Afonso se intrometesse, a fim de recuperar a paz que reinava minutos atrás, como houve certa vez, na comunidade onde mora a Maitê, quando Miguel, integrante da comunidade, socou a cara de Gael. Miguel já tinha seus 10 anos. Era pardo. E portava olhos castanhos. Seu cabelo era cacheado. Era baixinho e musculoso. Vestia roupas já rasuradas. E falava de acordo com sua comunidade e identidade. Já Gael, já com seus 12 anos de idade, era branco. Tinha olhos pretos. Seu cabelo também era preto, e de um liso que lembra um macarrão. Era gordo e um pouco mais alto que Miguel. Vestia roupas um pouco melhores do que as de Miguel. Era mais responsável e estudioso que Miguel, pois falava habilidosamente, mas com traços que caracterizam sua comunidade e identidade. - Esse cara é muito chato!, dizia Miguel. De fato, Gael era muio certinho. E vivia de corrigir Miguel. Mas sempre o ajudava na escola e em outras situações.
- Henrique, o que houve?, pergunta Afonso.
- Você não pode namorar, Afonso!, justifica o Henrique.
- Mas por quê, Henrique?
- Você é uma criança como eu.
- Você está bem, Afonso?, pergunta Maitê, com um olhar desprezível para Henrique.
- Estou sim!, responde Afonso.
- Vamos embora, Henrique, tranquiliza Afonso, já desconfiado com o que estava acontecendo com Henrique.
E todos produzem uma cena que dura 5 minutos. Partiram e foram dormir.
O dia amanhece. Era uma terça-feira. Ivonete, como de costume, levantara-se mais cedo, devido aos seus afazeres domésticos e a suas obrigações, que inclui sua casa e seu trabalho, o que ela preza, por considerar seus patrões irmãos para ela – irmãos devido à coincidência de idade. Mantém boas relações com estes, que resultariam no bom tratamento para com seu filho.
- Cadê o Afonso?, pergunta Casimiro à mesa.
- Vou acordá-lo, avisa a Ivonete.
Ivonete deixa a cozinha, e sai em direção ao quarto de Afonso. Bate à porta do quarto.
- Afonso! Querido! Hoje tem aula.
Afonso continua a dormir, pois estava em um sono profundo, e muito pensativo com Henrique. Por ser inteligente e de leve com a vida, Afonso não se preocupava com as coisas. Não era compulsivo. Por isso não se preocupava em acordar cedo para fazer suas tarefas.
- Afonso!, continua Ivonete, dessa vez com sucesso.
- Já acordei, mãe!, anuncia o Afonso.
Todos já estavam à mesa, quando chegam Etelvina e Irislene.
- Ivonete, mulher, vamos comer aqui com vocês mais uma vez, pois não deu tempo de a gente comer em casa, pede Etelvina.
- Isso, Ivonete!, complementa a Irislene
- Sentem-se e comam, meninas, diz Casimiro.
- Gente, ontem eu vi uma coisa muito séria, disse Irislene, referindo-se ao episódio entre Henrique, Afonso e Maitê, mas olhou para Afonso e seus pais, decidindo não comentar.
- O quê, Iris?, fica curiosa a Ivonete.
- Ah, não, foi um crime que passou no jornal.
- E isso é novidade?, diz o Casimiro.
E todos comeram e conversaram durante 5 minutos. Após a reunião, as domésticas foram preparar a mesa dos patrões, enquanto Casimiro e Afonso aguardavam Henrique ao carro.
- Bom dia, sra. Brigite, dr. Otto!, cumprimentou os patrões a Etelvina, servindo o café
- Bom dia, Etelvina!, respondeu Brigite.
- Bom dia para todos!, saudou o Henrique, enquanto se sentava para comer.
- Bom dia, filhão!, responde Otto.
E todos conversaram durante 5 minutos. Após a reunião, Otto e Henrique saíram em direção ao chofer, o Casimiro, que estavam ao volante, e Afonso no banco detrás, aguardando Henrique.
- Bom dia!, cumprimentaram-se todos.
Então partiram.
Após um simples café da manhã, encaminhava-se para escola a Maitê.
- Bom dia, dona Evelin, que era mãe de Miguel, e dona Josilene, mãe de Gael
- Os meninos vão para aula hoje
- O Gael vai sim, disse Josilene.
- O Miguel ainda está dormindo, filha, disse Evelin.
Após uma cena de 5 minutos, Maitê chega à escola. Cumprimenta suas amigas Carmem e Kelly. As três conversam, enquanto são interrompidas por Penélope, que as odeia, por isso as provoca. - Lá vai o trisal!, dizia ela.
Enquanto isso, Nívia, estava furiosa, pelo fato de Álvaro não ter passado a noite em casa. Passara a noite com outras companhias. Ela não acreditava que ele a traísse. Pensava que ele só tinha olhos para ela.
- Isso são horas de chegar, Álvaro?
E os dois conversaram durante 2 minutos.
Numa casa de um bairro de classe média moram a professora Ana, sua irmã, Maria Alice, com seus 20 anos, e seu marido, Arthur, de 26 anos. Todos conversaram durante 5 minutos, até Ana e Arthur partirem para o trabalho.
Durante a aula, chega à cabeça de Henrique a imagem de Maitê. A professora Ana, de 22 anos, lhe faz uma pergunta a respeito do conteúdo abordado. Mas pela distração, Henrique não responde, até ser despertado pela própria professora. Todos riem. E Afonso fica pensativo.
No seu escritório, Otto recebe a visita de Álvaro, que virá conversar sobre a proposta de sociedade.
- Por onde você andou esta noite, Álvaro? Está com uma cara…
E os dois amigos conversaram por 5 minutos.
Chega a hora do almoço. Todas as famílias estão reunidas.
- Henrique, soube que você voltou a preocupar a professora Ana. Posso saber o que está acontecendo, filho?, pergunta Brigite.
- Eu só estava distraído quando ela me fez uma prergunta, disse Henrique, prometendo esquecer Maitê, mesmo sabendo que não conseguiria.
E eles conversam durante 5 minutos.
Enquanto isso, as domésticas da mansão, Casimiro e Afonso reuniram-se para o almoço na casinha aos fundos. E eles conversam durante 5 minutos.
Enquanto isso, na casa de Maitê, Paulina e Maitê almoçam, dessa vez na companhia de Cleiton, que não havia bebido na noite anterior. Almoçaram em silêncio.
Quando chega a noite, após o jantar, Henrique pergunta, como de costume, por Afonso a Ivonete e Casimiro, que estavam assistindo ao jornal.
- Ele está lá no quarto, meu amor, responde Ivonete.
- Afonso!, chama Henrique, deparando-se com Afonso já a sua espera, olhando para a porta do quarto.
- Henrique, confessa, você gosta da Maitê?