A CRUZADA DE CATARINA capítulo 7: Novas descobertas

CAPÍTULO 7

 

 

NOVAS DESCOBERTAS

 

(No episódio anterior Cathy e Lena incluem Márcio nos seus planos e fica evidente o interesse de Lena pelo rapaz. Serão três agora na cruzada contra Homer Nightgale.)

 

 

Nem sempre é fácil aproximar-se de quem não lhe conhece.

Remessas de reletrons, por exemplo, ficam sem resposta. Recado na gravadora celular, idem. O teleimpresso também fica sem retorno. Catarina é excessivamente metódica e não quer passar para outro nome da lista; assim, passa a vigiar a residência do homem até durante a madrugada.

— É ele! – disse ela, de dentro do carro. – Mas traz companhia!

— É a mulher que mora com ele – esclareceu Lena. – E daí? Falaremos com os dois.

Catarina saiu do carro e venceu rapidamente a distância que a separava do casal. Pintoff, porém, apontou-lhe uma arma:

— Afaste-se. Não queremos conversa.

A paranóia era muito comum em São Paulo, cidade de crimes e assaltos.

— Abaixe essa arma. Eu sou Catarina Freitas, esta é a Lena, minha amiga, e queremos falar com vocês dois. É muito importante e nós somos pessoas honestas.

— O que querem? – a mulher falou com agressividade.

— Já tenho modelos – acrescentou Acir, ríspido e sem abaixar a arma. Porém o olhar firme e destemido de Cathy perturbou-o.

— Temos de falar com você a respeito de Homer Nightgale. Acredite, é importante demais. Se não quer nos deixar entrar, falaremos aqui na rua.

— O Barão Homer? – a mulher falara. – Eu não gosto desse homem, não sei porque...

— Espere, Tricia. Deixa isso comigo... O que há com Homer? Ele é meu amigo...

— Senhor Acir... sabe se Homer possui algum quadro que represente a ele próprio? O senhor, por acaso, já pintou Homer?

— Ah, já! Há uns três anos...

— Só? — perguntou Lena.

— Não o conheço há muito tempo... mas que tem isso de importante?

— E esse quadro está aonde? – indagou Cathy.

— Vendi para ele...

— Não pode ser o que eu procuro. Não haverá um quadro mais antigo?

— Eu que sei? Talvez haja, mas frequento a casa de Homer e nunca vi. Bom, é para isso que vocês me abordaram?

— Quero pedir uma coisa a vocês dois. Tenham cuidado com Homer Nightgale. Ele é um homem mau. Por onde passa, espalha a desgraça. Foi assim comigo, ia sendo com ela. Homer só quer uma coisa: gozar a vida, pisando nos outros sempre que preciso... ou possível. Por favor, me dê só mais uma informação: sabe de algum pintor que tenha conhecido Homer há mais tempo... dez anos, talvez?

Tricia enlaçou o braço de Acir:

— Eu bem dizia que esse homem...

— Bobagem! Essa conversa dela é meio louca! Bem... não vejo em que possa lhe ajudar.

— Acir... não havia um prestidigitador ou coisa parecida... o homem do manto negro... que era amigo de Homer... ele não era pintor também?

— Ah, aquele doido do Lúpus? Ele foi embora de São Paulo há quase dez anos...

— Lúpus?

Cathy ouvira falar dele. O homem que se dizia mago... conjurador das forças ocultas... era também um pintor? Mas que interessante!

— Ele era amigo de Lúpus?

— Frequentava o seu meio, dizem – respondeu Acir. – Eu não cheguei a conhecê-lo, mas ouvi falar dele. O próprio Homer referiu-se a ele como um bom amigo. Mas agora, se nos dão licença, nós precisamos entrar.

— É claro, senhor Acir. Muito obrigada pela ajuda que nos deram. Qualquer coisa a mais... eis os meus acessos.

 

 

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Uma rápida visita à mãe na Páscoa. Um erro, talvez, mas Cathy morria de saudade e também queria ver Frei Jiri, mas o seu mentor encontrava-se no Japão. Jéssica andava bem preocupada e naquela noite conversaram muito, Cathy com Bomer no colo, aconchegado.

— Se você ficar falando com todo mundo, ele a processará por difamação. Não compreende, Cathy? É o poder do mundo. O mundo não lhe dará apoio, pois ele é que é poderoso.

— Mas mamãe, eu recebi uma missão e não posso recuar. Eu entendo um pouco de leis, ele não pode me processar por conversas particulares. Se eu der entrevistas, denunciá-lo publicamente, é diferente.

— Se você o incomodar assim, ele pode mandar matá-la... armar uma cilada... meu Deus, eu nem quero falar!

— Tolice! – Cathy acariciou Bomer, que resmungava de contentamento. – Se tivermos medo de tudo jamais a justiça triunfará. E se eu não detiver o Homer, quem o fará? Não, mamãe, é melhor você não se preocupar com isso e pensar no Arnaldo. Ele quer mesmo casar com você?

— Bem, ele não se decidiu, mas... é coisa tão recente...

— Vá com calma. Eu gostei dele, me parece bom. Não será como Homer...

Quando retornou, viu que Lena e Márcio não haviam perdido tempo.

O banco de dados aumentara, agora com as informações sobre Lúpus, aliás Diógenes Horizontino, mestre arcano do sétimo grau dos Antiguistas.

— Nós descobrimos coisas muito assustadoras – observou Márcio, na sala do apartamento de Cathy. – Os dados existentes sobre ele não são muitos, mas há informações de que esse Lúpus conseguiu um exemplar de um livro muito estranho e raríssimo, o “Necronomicon” ou “Livro dos Nomes Mortos”. Existem páginas em que se fala desse livro... mas você não pode acessar livremente muita coisa. Está entendendo? O livro é secreto, utilizado por sociedades secretas. O que se fala sobre ele é apavorante.

— Você nem imagina, Cathy — acrescentou Lena. — Há quem afirme que o Necronomicon possui fórmulas mágicas tão hediondas que um bom manipulador pode, por meio delas, abrir o tecido espaço-temporal do nosso universo a todos os poderes das trevas, contra os quais não haveria defesa possível.

Catarina podia ser uma garota bonita e esbelta como tantas outras, mas tinha um “algo mais” que se traduzia na nobreza dos seus gestos e expressões fisionômicas. Ao se voltar para responder a Lena seu olhar era firme e sereno, como se nada pudesse perturbá-la:

— Existe um Deus todo-poderoso, Deus de bondade e justiça, que criou e mantém o nosso universo. Se o Verbo Divino se encarnou na Terra, não foi para deixar que a Terra se perca. Não tenhamos medo do mal.

 

 

(Na verdade Cathy está conseguindo levantar muitos fatos, mas isso não será o bastante para deter o Barão Homer. No próximo capítulo veremos como Cathy e seus amigos se infiltram num baile a famtasia na residência de Homer, mas surgem complicações perigosas. O aparecimento de uma misteriosa mulher mascarada será um novo fator na trama.

Em breve:

CAPÍTULO 8

MASCARADA)

 

 

 

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Miguel Carqueija
Enviado por Miguel Carqueija em 17/07/2024
Código do texto: T8108757
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