Capítulo 57: ABRINDO O JOGO! PARTE FINAL(ÚLTIMOS CAPÍTULOS) O SEGREDO DO PORTA-MALAS.

Sara continua seu desabafo no telefone com rafa. Enquanto isso, na delegacia Gabriela faz um anúncio a Deivid, como havia prometido.

__ Preciso de ajuda rafa estou me sentindo como o Chaves gritando: extra, extra, mais uma trouxa enganada. Eles vão ter que contar esse segredo, pois isso não vai ficar assim. Você vem comigo até minha casa? Estou saindo agora da Praça da Liberdade. – Convida ela o amigo para que a acompanhe.

__ Se for para se sentir melhor, claro. Te encontro sim na sua casa, calma tá? As dores não são eternas. – Tenta rafa um conforto.

Aurora deixa a delegacia nervosa, já que sua família pode entrar em colapso a qualquer momento, mas segue o conselho de Gabriela e volta pra casa. Sara e Rafa se encontram na porta da casa dela.

__ Vim o mais rápido que pude. Tem certeza que está pronta para enfrentar seu pai? Aconteça o que acontecer, lembre-se a sua família pode estar em jogo. – Rafa pergunta em tom reflexivo.

__ Preciso que isso acabe logo de uma vez, meu pai me deve isso Rafa. Ele também precisa lidar com as consequências e é melhor arriscar do que ser pior por não ter tentado e muito menos conseguido. – Responde Sara decidida abrindo o portão de sua casa.

__ Você tem razão. Agora entendo porque dizem que a indiferença é o pior castigo para alguém. Senti de longe, o seu desprezo. – Expressa Rafa seu sentimento em relação a atitude de Sara.

__ Aprenda comigo, posso ser o que as pessoas sonham, mas também posso ser o pior dos pesadelos. Sorrisos no rosto existem, mas não esqueça que eles também sabem mentir. – Reflete Sara sobre a opinião do amigo que a acompanha.

Enquanto isso Aurora volta pra casa e é surpreendida por Cassiano que desabafa com a esposa frustrado com a notícia de que o orfanato onde deixou seu filho havia sido fechado. A esposa tenta confortá-lo.

__ Não consegui o que queria e isso confirma mais uma vez que sou um fracasso. Foi embora junto com as minhas expectativas as chances de encontrar o filho que há anos deixei na porta de forma tão covarde. Uma verdadeira prova da minha falta de escrúpulos e assim o coração de gelo manda lembranças. É certo meu bem que sou a pior espécie para ser chamado de pai. Se um dia fui pai, deu errado e Deus falhou quando me deu essa função. É por isso que minha filha nunca irá me entender, nunca!

Aurora escuta o desabafo desconcertada e rebate.

__ Não amor não se diminua pelos erros que cometeu. Só o fato de reconhecê-lo já é prova suficiente para que possa se levantar e orgulhar de si mesmo. E pelo modo que se culpa trata-se do orfanato, certo? Pense que foi um suporte que ofereceu ao seu filho e não é o fim ainda. Ele pode estar vivo e feliz por aí. Agora quanto à sua filha, talvez se decepcione com você, mas te garanto que ela te ama e tudo nessa vida passa.

__ É complicado não ter culpa. É tão monstruoso que me corta o coração de lembrar daquele menino chorando no cesto embrulhado numa sacola plástica. Quase matei um filho Aurora, um filho. – Revela ele de cabeça baixa.

Aurora escuta a voz de Sara e para tentar reverter a conversa que teve com o marido tenta avisá-lo que a encontrou novamente e que voltou da delegacia.

__ Meu bem? Precisamos conversar e eu preciso que me escute. O caso é grave, pode ser que se instale o caos aqui em casa. – Grita Aurora com o marido.

__ Surtou de vez? Por que o grito? Estou aqui na sua frente. Claro que o caso é grave. Caos aqui? Impossível, pois já estamos vivendo o próprio. – Brinca Cassiano sem saber que se trata de algo sério.

__ Não brinque com isso. Tem noção do que aconteceu hoje? A sua filha que estava sumida voltou, mas o pior aconteceu ou vai acontecer daqui pra frente. – Explica Aurora nervosa com a situação.

__ Estar me dizendo que minha filha voltou, mas o pior aconteceu? Explique melhor, pior do que estar sempre pode ficar né, pelo menos é o que dizem. O que fez dessa vez meu bem? – Pergunta o marido todo preocupado.

__ Eu? Nada, quem fez alguma coisa aqui foi você. Eu só estou voltando da delegacia. Se bem que eu falei demais. E você ouviu bem o que eu disse, até se preocupou pelo seu estado. Sua filha sim, mas eu juro que não sabia que ela estava lá me esperando quando confirmei que mentiu. Falei a verdade, foi só isso que eu fiz. É crime? Me mande presa então. – Debocha ela, tentando disfarçar o nervosismo.

No mesmo instante Sara entra nervosa em casa, logo atrás vem rafa tentando amenizar a situação. O portão bate e Aurora começa a rezar para que não se torne um caos a sua família. Sara dispara aos gritos percebendo uma discussão na sala ignorando todos os fatos.

__ Mãe, pai são vocês, não é? Estão em casa, posso ouvi-los daqui cheguei. Não fujam, não sejam covardes. Exijo saber a verdade, nada além da verdade. Afinal, é o mínimo que devem fazer nesse momento. – Esbraveja ela abrindo a porta da sala.

Cassiano alterado na sala tenta se manter em silencio. Aurora finge não ter ouvido o que a filha gritou. Sara entra e se mostra muito nervosa batendo a porta com força.

__ Estão aqui, hora de colocar as cartas na mesa. Não vão dizer nada? Como é que tiveram coragem de mentir pra mim esse tempo todo?

Cassiano nervoso passa avidamente a mão pelo rosto, olha para a esposa e responde.

__ Eu... Eu nem sei o que dizer, mas eu te garanto que não tive a intenção de magoar ninguém.

__ Ah! Como não? Em nenhum momento você pensou em como eu iria me sentir quando descobrisse que estava sendo enganada esse tempo todo? É claro que não né, porque eu sou uma tonta. - Rebate Sara se exaltando.

__ É tudo culpa sua! Se não tivesse aberto a maldita boca naquela delegacia, talvez nada disso estaria acontecendo. E eu não estaria aqui agora tendo que me explicar, mas tudo bem. Vamos lá, sabe o que é carregar o peso da culpa? Não, você não sabe, é como carregar um vaso 24 horas por dia, ter que dormir e levar ele junto com você. Imagina soltar o vaso então? Não, não pode, as pessoas vão apontar o dedo. Pegue o vaso, pegue o vaso. Não há trégua, não tem descanso e só te resta aguentar. Você aguenta isso? - Surta ele ao começar um desabafo desesperado.

NRD
Enviado por NRD em 12/05/2024
Reeditado em 03/07/2024
Código do texto: T8061799
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