AS AVENTURAS DE HONEY BEL episódio 9: A visão diagramática

 

CAPÍTULO 9

 

A VISÃO DIAGRAMÁTICA

 

(Tendo se livrado, no capítulo anterior, da patrulha policial portuguesa por terem Tina e Rick se identificado como agentes da Cosmopol, o trio segue agora de helicóptero para o Bairro Projetado da área brasileira na Terra II, um mundo colonial. Começa a caça ao Grande Afanador e Honey, entusiasmada, já se sente uma agente da Cosmopol...)

 

 

Honey fitou a Praça Central, da qual se avizinhavam. Estava deserta, aquilo era uma verdadeira cidade-fantasma.

— Cadê os outros agentes? — indagou Honey.

— Espalhados por aí — disse Rick. — Mas não são muitos. Não temos muita gente em Terra II.

Honey bem que sabia disso. Na Terra (a Terra I) devia haver cem vezes mais agentes.

Tina moveu o manche e o aparelho foi descendo até estabilizar-se, suas hélices parando lentamente de se mover. Honey pensou em como helicópteros eram anacronismos que a civilização interplanetária não pudera dispensar.

Estacionado o aparelho, Tina comunicou-se com uma porção de agentes que estavam espalhados pela vastidão do bairro projetado. Foi uma agente chamada Selene que deu a péssima notícia:

— Tina, eles terminaram de desorganizar nosso sistema de detecção. Lembra que esse cara é um “haker”?

Tina disse um palavrão e saltou do aparelho.

— Será como agulha no palheiro. Vamos, gente! Vamos procurar!

— Está brincando — disse Honey. — Às cegas nesses quarteirões todos? É impossível!

— Alguém terá que achá-los. Tem mais seis agentes nisso.

Honey fez um gesto de pouco caso. Ela calculou que teriam talvez uns 50 quilômetros quadrados para procurar.

— Nós temos os sensores termobiológicos — observou Rick. — O risco será seguirmos a pista de algum gato vadio, mas...

Se houvesse algum gato vadio por aqui eu seria capaz de comê-lo,pensou Honey tristemente. As paredes de seu estômago provavelmente já estavam colando.

Já caminhavam por umas vielas estreitas entre paredes de magiplast e concreto, e Honey mal ouvia o que falavam. Ela agora enxergava uma cidade fantástica, toda em diagramas. E as linhas se concentravam, se adensavam para indicar o caminho a seguir; que não era o caminho escolhido pelos seus companheiros.

Honey Bel compreendeu que precisava se livrar deles e seguir sozinha.

 

 

.......................................................

 

 

— Que faremos se eles estiverem escondidos nas casas? — indagou Rick. Tina foi seca ao responder:

— Temos de seguir nossos sensores termobiológicos e localizar qualquer vida de sangue quente. Só então entraremos nas casas. Honey, lamento mas não sobrou sensor ou comunicador para você. O do Egsberto foi inutilizado pela ressonância da explosão do comunicador dele.

— Egsberto? Ah, sim, o Fred...

Passavam por um beco tortuoso e Honey demorava-se em fitar os dintéis enfeitados das portas, e os outros a apressavam. Por fim, quando os tais sensores revelaram algo vivo e movendo-se mais adiante, Tina e Rick se apressaram, armas em punho, dobraram uma esquina e Honey deixou-se ficar para trás. Dando as costas àquela direção, correu o mais rápido que pôde, seguindo a pista que a visão diagramática lhe fornecia.

 

 

(A Sino Doce tomou uma decisão muito grave! Convencida de que Tina e Rick seguiam pista falsa, optou por seguir seu próprio sentido de direção pela visão diagramatica que ainda é um dom secreto. Mas isso significa também que, se ela encontrar o Grande Afanador, terá de lidar sozinha com ele. E Fred é um sujeito perigoso.

Honey quer ajustar contas com ele, por a ter enganado e zombado de seus sentimentos. Mas, ao ir sozinha ao seu encontro, ela sabe o que está fazendo? Ou está sendo levada pela imprudência? 

Não percam o próximo e crucial capítulo:

A HORA E A VEZ DE HONEY BEL)

 

imagem depositphotos

Miguel Carqueija
Enviado por Miguel Carqueija em 22/04/2024
Código do texto: T8047034
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.