Quando Ele nos Encontra - Capítulo 11: Quando Ele encontra alguém que você ama

Alguns dias depois, Joseph viu Natália caminhando na rua e correu até ela, diminuindo os passos enquanto chegava mais perto.

- Oi. - Ele disse, sorrindo.

- Oi, tudo bem?

- Tudo, e você?

Os dois continuaram caminhando alguns metros, até que ambos falaram ao mesmo tempo.

- Ss...

- E...

- Sabe aquele dia do evento? - Joseph continuou. - Não é que eu tenha medo de gatos...

- Ah, sem problema! - Natália respondeu, rindo. - Todas as pessoas têm seus medos.

- Eu já disse que não tenho medo. - Respondeu cerrando os olhos e rindo logo depois. - Já que aconteceu, vou te contar... Quando eu era criança eu gostava muito de gatos e não tinha muitos amigos, então meus pais me deram um gatinho, o Pinguim. Só que ele ficou muito doente e não foi possível salvá-lo, então... - Ele parou de falar.

- Então você ficou tão triste que não consegue mais chegar perto de gatos?

Joseph acenou que sim com a cabeça. Natália sorriu de canto e continuou andando.

- Está na hora de superar isso! - Ela disse enquanto se virava para ele. - E eu já sei como te ajudar, você pode tentar pegar o Fofinho de novo!

- Fofinho!? Você colocou o nome do gato de Fofinho? - Perguntou, rindo.

Quando ela abriu a boca para explicar o motivo do nome, ela sentiu que tinha algo em suas costas.

- Tem alguma coisa em mim. - Natália disse com os olhos arregalados. - Tira, tira... - Continuou, franzindo a testa.

- Ah, é um lagarto pequenininho. - Joseph disse enquanto o pegava. - Olha, ele também é fofinho!

Natália começou andar mais rápido para se distanciar deles, e Joseph também aumentou o passo enquanto ria da situação.

- Ele deve ter saído das plantas que tinham naquele muro ali atrás. - Ele disse.

- Eu não sei de onde ele saiu, mas não quero ver ele de novo! Argh! - Natália gritou de uns três metros à frente.

Eles logo chegaram na esquina onde virava para a Igreja.

- Ah, e onde você mora, que veio desde lá atrás comigo? - Ela perguntou, com uma sobrancelha erguida e olhos semiabertos.

- Eu moro um pouco antes da sua casa. - Respondeu, rindo e largando o pequeno lagarto no chão perto das árvores.

Depois que acabou o culto, voltaram conversando sobre o que foi pregado. Quando ela chegou em casa, seu pai perguntou por quê ela não os convidou para ir na Igreja também.

- Ela é assim mesmo, pai! - Júlia disse enquanto mordia o sanduíche que estava comendo. - Ingrata, é isso que ela é! No dia que a irmã dela tem trabalho de escola até de noite, ela decide sair e nem convida ninguém.

Natália se virou para o pai, sem responder as provocações da irmã.

- Pai, você deveria ter dito que queria ir na Igreja também. Eu saí e nem pensei em convidar vocês, me desculpa.

- Tudo bem, Nat. Na próxima vez, vamos todos! - Ele respondeu.

Por dentro, Natália estava explodindo de felicidade, porque seus pais tinham sido alcançados pelo amor de Jesus também. "Ter os levado naquele culto foi realmente uma boa idéia!" - Pensava.

- Vocês viram as notícias? - Denise, mãe delas, interrompeu, enquanto olhava o celular. - Já está chovendo há alguns dias e estão dizendo que vai chover muito mais. Chuva concentrada e volumosa, diz aqui.

- E já choveu desse jeito antes? - Júlia perguntou.

- Já, há mais de oito anos, chegou a alagar todas as ruas de baixo aqui no bairro.

- Eu não lembro mesmo, era criança. - Respondeu enquanto balançava a cabeça.

- É verdade, eu também era adolescente, não me lembro muito bem. - Natália disse enquanto preparava seu sanduíche.

Naquela noite, nem eles e nem o resto das pessoas da cidade dormiram bem. Todos estavam abalados com a quantidade de água que caía do céu.