Quando Ele nos Encontra - Capítulo 10: A coragem e o gatinho

Passados alguns dias, chegou o evento que teria na Igreja. Natália e Júlia resolveram convidar também seus pais para irem naquele dia.

Elas precisavam chegar um pouco antes para arrumar as coisas que levaram para comer. Então, depois de chegarem, deixaram seus pais acomodados enquanto foram arrumar. Após isso, Maria encontrou com eles enquanto as duas saíam.

- Bem vindos! - Os cumprimentou.

Eles acenaram e agradeceram. Depois que ela se virou, foi falar com as duas irmãs.

- São seus pais?

- Sim, trouxemos eles hoje aqui. - Júlia respondeu.

- Ah, que bom! É ótimo ter a família toda na Igreja, né? Eu, agora que meu filho voltou para cá. Ele estava trabalhando em outra cidade e morou longe por um tempo.

- E quem é o seu filho? - Júlia perguntou, intrigada.

Maria olhou para os lados procurando por ele, até que o achou e apontou para o rapaz que estava de camiseta verde.

Após verem quem era, Júlia e Natália imediatamente se olharam de forma que só elas poderiam entender o que estava acontecendo.

- Por que vocês estão olhando assim? - Maria perguntou, rindo de canto.

- Nada, é que ele já é amigo da minha irmã. - Júlia respondeu olhando para a Natália.

- E como isso é possível? Ele não faz amizades tão facilmente, sempre foi tão quietinho.

- Ah, Maria! É que a Nat que começou falar com ele... coitado, deve ter ficado sem saída. - Respondeu balançando a cabeça e com olhar de pena.

As três começaram rir e interiormente Natália entendeu o porquê de achar o sorriso dele tão familiar.

- Vamos parar de conversa e arrumar esse lugar? - Um dos amigos delas interrompeu a conversa em tom irônico.

Após alguns minutos, o culto daquele dia estava prestes a começar. Natália e Júlia foram para o lado dos seus pais.

O assunto da pregação foi sobre como Cristo nos mostrou que Deus (que frequentemente é imaginado como um ser intocável em muitas religiões) é acessível, atencioso e que se preocupa com as dificuldades dos seus filhos. Não só isso, mas que também trabalha pelo bem destes.

No final do culto, todos foram para a confraternização que tinham trabalhado tanto para preparar. Era um evento com muitas comidas gostosas, como o bolo da Júlia (será?) e também muitos brindes, que até contavam com alguns cadernos da Natália.

Enquanto todos estavam lá, ela viu algo se mexer perto das plantas que rodeavam a Igreja. Resolveu deixar o que estava comendo e seguir aquele ser misterioso.

Depois de ter dado quase uma volta inteira ao redor do lugar, conseguiu ver. Era um gatinho!

- Ah, que fofo! Será que você se perdeu? - Perguntou para o gato.

Quando olhou em volta, viu que estava bem perto do Joseph e alguns meninos. Ela levou o gatinho até ele, como se fosse entregá-lo, pensando que ele também iria achar o animal fofo. Invés disso, ele a olhou com desgosto ou medo. Foi difícil para Natália decifrar.

Os amigos deles começaram a rir, até que um deles, Lucas, resolveu falar:

- Ele tem medo de gatos. - Disse cobrindo a boca enquanto mastigava.

- Como alguém tem medo de gatos? - Natália perguntou arregalando os olhos.

- Eu não tenho medo! - Joseph disse enquanto cerrava os olhos em direção aos meninos.

- Então pega ele, ué! - Outro menino disse.

Joseph se virou para Natália enquanto olhava para o gato e quando levantava as mãos, travou, sem saber o que fazer.

- Não acredito que você tem mesmo medo de gatos!!! - Natália disse, rindo.

Joseph fechou os olhos e sorriu, então disse:

- Está bem, vocês venceram...

Ele respirou fundo e se virou para pegar o prato em que estava sua comida.

- Outro dia ele te explica a história. - Lucas disse. - Qual o seu nome?

- Natália.

- Sinto que seremos amigos, já que agora você sabe de algo que este grande corajoso tem medo.

Ela acenou rindo, então perguntou:

- E você, qual o seu nome?

- É Lucas. - Respondeu fechando os olhos e rindo.

- Vamos ser amigos então. - Ela disse estendendo uma das mãos.

Depois de ter feito esse acordo de amizade, ela sorriu para o Joseph para se despedir.

- Tchau. - Ele disse, acenando.

Depois de se virar, Natália continuou rindo baixinho, não acreditando que ele realmente tinha medo de gatos.