Celular X trabalho
Personagens: Pedrão encarregado, Marcão, Alfredo, Mariana, motorista, Nice e palestrante.
Cenário 1 (Confraternização)
O encarregado Pedrão, para celebrar as festividades do carnaval, convidou os seus amigos para um churrasco em sua casa. A festa seguia animada e não tinha horas para acabar. As bebidas deixavam o ambiente descontraído e as piadinhas de mau gosto rolavam soltas. Um dos participantes da festa começou a falar:
_Ah cara, neste carnaval eu vou sair dando cabeçada em tudo quanto é mulher e a que cair eu monto mesmo! E por falar nisso, soube que a gostosa da Nice do setor de embalagens, está te dando mole hein Marcão?
E riu debochado.
_Não fosse a minha namorada que não dá folga, eu pegava aquela perua! Respondeu o malicioso Marcão.
_E tem também o boi namorado da Nice! Lembrou o Alfredo.
_Mas ele não precisa ficar sabendo, já está acostumado com os chifres.
E gargalhavam.
A festa durou até a bebida acabar e só então se lembraram que tinham de trabalhar na manhã seguinte.
...
Cenário 2 (Fábrica)
Parte da turma convocada aparece cedo para trabalhar, exceto o Henrique e o Adilsom que eram os operadores de máquinas. O encarregado Pedrão chega nervoso e vai logo falando:
_Era só o que faltava! O Henrique e o Adilsom até agora não apareceram e com certeza estão dormindo até agora!
Virou-se para o motorista e perguntou:
_Será que você poderia buscar os rapazes em casa. Estou com a produção atrasada e preciso da colaboração dos dois operadores para colocar tudo em dia.
O motorista respondeu:
_Sinto muito Pedrão, mas hoje eu não posso. Tenho de transportar alguns móveis para a feira em São Paulo que começa amanhã e tenho de ir o mais rapidamente, do contrário, não chegarei a tempo!
Motorista sai.
Mesmo insatisfeito o encarregado seguiu com a produção sem poder contar com seus principais operadores e o jeito foi tocar adiante fazendo algum remanejo com a turma presente.
_Geraldo, venha cá! Você vai substituir o Henrique e o Alfredo ficará no lugar do Marcos.
A rotina seguia até que o celular de Alfredo, que estava no bolso, começou a tocar.
Barulho de celular: Trim. trim trim...
Alfredo atendeu ao telefone. Era Mariana sua esposa ligando para reclamar:
_Amor, você ficou de buscar a mamãe no hospital e me ligaram de lá agora, avisando que não apareceu ninguém para pegá-la!
Alfredo respondeu:
_Pois é, meu bem! Mas perdi a hora hoje de manhã e mal tive tempo de lavar o rosto e vir “voando” para o trabalho. Arranje um taxi fiado e mande buscar a dona Bruxa, que assim que estiver em casa eu acerto.
Mariana não deixou barato:
_Pois é, mas você deveria “voar” pra casa era na hora da gandaia. Deveria ter pensado nisso ontem na hora de encher o caneco com seus amigos cachaceiros.
A conversa ao telefone durou horas e um dos colaboradores de setor ao perceber que a produção não estava rendendo foi até o encarregado Pedrão e reclamou do companheiro de trabalho.
O encarregado chegou aos gritos:
_Mas o que é isso Alfredo? Desse jeito você me quebra as pernas cara! Você tem de lembrar que está em horário de serviço e celular a gente usa quando não tem nada pra fazer e de preferência longe de empresa. Se eu não estivesse tão desfalcado eu te dava uma advertência. Ora essa! E saiu bufando de perto do funcionário. Nem bem deu alguns passos quando se deparou com a Nice também ao telefone.
_Mas já não basta o Alfredo, a senhora também de conversa fiada ao telefone, dona Nicinha.
Nice tirou o telefone do ouvido e disse para o encarregado:
_Não pude evitar sô Pedro, tinha uma notícia urgente pro meu namorado!
_E que notícia é essa que não pode esperar até o fim do expediente?
Preocupou-se Pedrão.
_Estou grávida!
O encarregado colocou as mãos na cabeça e resignado, diz:
_E olha que ainda nem chegou o carnaval!
Narrador:
Na segunda feira o resultado da produção é apontado ficando no vermelho. O encarregado geral convoca um palestrante que na hora da reunião geral aponta o celular como um dos vilões pela baixa produtividade e desatenção. O palestrante fala por alguns minutos e depois despede de todos distribuindo camisinhas e pedindo a todos que se divirtam conscientes do perigo da não proteção.
Com a palavra os palestrantes
...
Texto para teatro escrito em 2011