A CIDADE DO TERROR capítulo 10: A denúncia
CAPÍTULO 10
A DENÚNCIA
(No capítulo anterior pudemos assistir a reunião conspiratória dos Antiguistas - os seguidores dos demoníacos Grandes Antigos - comandados pelo Espectro, ultimando os preparativos para infectar a Rede Energética Mundial com energia maligna e encurralar Sailor Moon na Tóquio de Cristal. O Espectro acredita no poder do Necronomicon, o Livro dos Nomes Mortos, que ele manipula; apenas o preocupa a presença de suas inimigas, as Centelhas, no Rio de Janeiro.
Mas parece que nem todos os aliados de Coutinho, o Espectro, estão afinados com ele, como veremos agora.)
Certa noite Limusine e Gipsy ceavam, no apartamento dele, quando o celular do repórter tocou.
— Alô?
— Limusine? Preciso falar com você... o quanto antes. É assunto da maior importância.
— Quem é ela? — indagou Gipsy, desconfiada.
— Não sei. Quem é você?
— Abri a tela. Pode acessar.
Virgil abriu a tela do aparelho e viu uma mulher jovem e loura, de óculos escuros, dentro de um carro.
— Não sei se a conheço. Qual é o seu nome?
— Vanessa — respondeu ela, tirando os óculos.
— Você! Você é...
— Sim, eu sou a esposa do prefeito, e quero falar com você.
— Não a receba, é alguma armadilha — disse Gipsy Green.
— Isso não faz sentido.
— Quem está aí com você? — Vanessa estava nervosa.
— Não importa. O que você quer? Eu não quero nada com o prefeito!
— Por favor! — e havia lágrimas em seus olhos — Eu estou arriscando a minha vida, vindo até aqui. Estou em frente ao seu edifício. Avise a portaria para me deixar entrar, ou desça para abrir. Eu tenho um recado para as Centelhas, preciso que vocês me escutem!
— Repito: o que você quer?
— Não posso falar daqui! É importante. É questão de vida ou morte! Se você ama esta cidade, ou a humanidade inteira, me deixe entrar!
— Querido — disse Gipsy — vamos deixá-la entrar. Se for para ajudar as Centelhas, vamos em frente.
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Logo que entrou, Vanessa teve uma crise de choro. Gipsy serviu-lhe um licor de ropaluna, que a acalmou um pouco.
— É bom ver um casal apaixonado como vocês — começou ela. — Não tenho romantismo na minha vida. Caetano gosta de sexo, é quase insaciável, mas fica só nisso. Amor mesmo, romance, nada.
— Por favor — disse Virgil, segurando o seu taquígrafo — vamos nos limitar ao que interessa. O que a trouxe aqui?
— As Centelhas devem saber o que está para acontecer. O perigo é real e imediato, e vai atingir a nós todos.
— E por que você, a esposa do prefeito, viria nos avisar?
— Coutinho é o Espectro. Eu fui iniciada nas artes dos Grandes Antigos, mas cansei disso. Quero salvar a minha alma. Estou apavorada e não sei mais a quem recorrer.
— Como você descobriu o meu celular?
— Tenho as minhas facilidades...
— O que vai acontecer? — interrompeu Gipsy, abraçada ao pescoço de Virgil. — O que o Espectro vai fazer?
— No dia 31 de outubro haverá uma série de atentados nas zonas baixas. A catedral será bombardeada. Nessa ocasião o Conselho do Necronomicon estará nas alturas, ativando o feitiço que contaminará a Rede Energética Mundial. Caetano desenvolveu um processo de compatibilidade entre a energia metafísica, que sai do Necronomicon pela pronúncia de certas palavras, e a energia eletromagnética que circunda o globo terrestre. O que eles vão fazer será como injetar um veneno na corrente sanguínea. As pessoas, sob o impacto dessa energia, se tornarão más e egoístas; o vício e a violência tomarão conta de tudo.
— E por que vão atacar a catedral?
— Para distrair as Centelhas. E pretendem até matar Dom Ratisbone.
— Eu não acredito nisso! — exclamou Gipsy, crispando os dedos da mão direita, pressionando a palma com as unhas. — Não acredito nessa jerarquia do mal. É fantástico demais.
— O que é que as Centelhas combatem, Gipsy? E tudo o que tem acontecido? E o que você mesma já passou? O Necronomicon existe, é um livro satânico, e a seita dos Antiguistas existe há milênios.
— O que é a energia maligna? — indagou Virgil. — Como pode a energia ser boa ou má?
— Porque não é um simples fenômeno físico, se comandada pela mente humana ou inumana. Assim como um vírus pode se propagar pelos computadores ligados na Cosmonet, assim pode um pensamento maléfico se disseminar pela REM, com a velocidade da luz. Vocês sabem que o magnetismo é uma vibração num campo misterioso. A vibração espiritual, que faz o cérebro funcionar, ela pode envolver por assim dizer as ondas eletromagnéticas, do ultravioleta ao infravermelho.
— E você tem todos os detalhes sobre esses atentados?
— Todos os que eu pude reunir. O que vão fazer em baixo e o que vão fazer em cima. As Centelhas terão que agir. Se não o fizerem, só as marinheiras-guerreiras de Tóquio poderão salvar este planeta.
— Seria uma complicação internacional — observou Virgil, preocupado.
— Na teia pinacular já existe um ultraciclotrón, que bombardeará o Nó Central com partículas infra-subatômicas, já contaminadas por energia maligna. E não adianta avisar a polícia, porque a mesma está sob a autoridade do Espectro. Os policiais honestos, esses nem sequer acreditarão em nós.
Gipsy bateu o pé no chão, com força, e sacudiu as ondas dos cabelos. Aqueles cabelos pretos em cachos lindos, ela era muito graciosa quando fazia aquele gesto:
— O que se poderá fazer então? Virgil, você tem como avisar as Centelhas?
— Pode ser que eu tenha. Vanessa, é melhor você ir embora. Eu acredito em você, mas não deve se arriscar mais.
— E muito obrigada por tudo — acrescentou Gipsy. — Você foi muito generosa.
(Diante dessa grave denúncia da própria esposa do Prefeito do Rio de Janeiro (que secretamente é o Espectro) a cantora cigana Gipsy Green e o jornalista Virgil Limusine, agora noivos, acabam de entrar na briga. Aproximam-se os momentos decisivos na "cidade do terror", que é o Rio de Janeiro no século 30.
Em breve nesta escrivaninha:
CAPÍTULO 11
O ATAQUE À CATEDRAL)
imagem pinterest
"A cidade do terror" é uma fanfic cruzada que mistura os universos de Sailor Moon (Naoko Takeushi, Japão) e do Necronomicon ou Livro dos Nomes Mortos (H.P. Lovecraft, Esrados Unidos).