A CIDADE DO TERROR capítulo 5: A Questão do Futuro
CAPÍTULO 5
A QUESTÃO DO FUTURO
(Numa de suas reuniões, as quatro garotas decidiram, por sugestão da Eliana, retornar ao Museu Aeroespacial para visitar o misterioso monolito que lhes conferira as aptidões especiais. Eliana estava intrigada com as luzes e os fenômenos estranhos que vinham ocorrendo nas maiores alturas da cidade, no topo da Rede Energética, picos que coincidiam com atos de violência. Discutiu-se a respeito da enigmática vigilante Centelha Negra, que Rosa e Celeste achavam que fosse a Eliana, o que ela negava com veemência.)
— Não sei como você nos convenceu — disse Cindy, atando os tênis ao pescoço. — Aqui estamos nós de novo.
— Alguma coisa me diz que o monolito nos aguarda. Nós tínhamos que vir.
Rosa, trêmula, segurou o braço de Celeste:
— Quer parar de mastigar esse sanduíche de grão-de-bico? Estou ficando estomagada, como pode pensar em comer numa hora dessas?
— Mas eu estou com fome, Rosa!
— Calem a boca, suas bobonas – sussurrou Eliana. – Vamos logo!
Refizeram o mesmo trajeto e, finalmente, viram-se diante da mesma sala, onde nada mudara. Rosa abraçou-se com Cindy, que parecia entediada:
— Você ainda tem medo dele? Nós somos o que somos graças ao monolito!
— Que faremos se nos pegarem? Se esses guardas encontrarem quatro garotas de shortinho e umbigo de fora aqui dentro, longe de qualquer socorro... eles devem gostar de mulher.
Eliana impacientou-se: — Oh, Rosa, para de dizer besteira! Não creio que o monolito permita que isso aconteça. Agora vamos lá! Vamos dar as mãos!
Ali estavam os filamentos rosados, lilases, verdes e azuis, flutuando pela superfície do monolito, onde também apareciam lindas erupções luminosas multicoloridas.
Eliana e Cindy puxaram as outras, que se mantinham receosas. Chegaram perto, encostaram mãos e pés no objeto e aguardaram.
A fulguração de luz veio intensa, ofuscante; súbito como que uma voragem envolveu-as e elas foram como sugadas por uma força estranha, vendo-se flutuar num vácuo escuro e pontilhado de longínquas estrelas...
— O que é isso? — falou Rosa, aflita.
Uma estranha aparição materializou-se diante delas, a alguma distância. Uma esfinge, semelhante à estátua do Egito, imensa, estática e majestosa, com impenetráveis olhos de pedra...
— Meu Deus! — sussurraram Celeste e Cindy.
Rosa, Eliana, Celeste e Cindy estavam alinhadas nessa ordem, da esquerda para a direita, se olhadas de costas. Contemplavam a aparição, evitando falar; ainda sentiam o chão frio sob as solas dos pés, por isso deduziam que aquele vácuo era pura ilusão.
— Eu sou a Esfinge — disse uma voz cavernosa, no íntimo da consciência delas. — Eu as convoquei para incumbi-las de uma missão, da qual depende o futuro deste mundo e quiçá do universo.
— Você nos convocou? Mas como? Nós viemos por nossa vontade! — argumentou Eliana.
— Eu as inspirei. Nós precisamos de vocês.
— Mas quem é você? De onde veio?
— Eu sou uma entidade cósmica que periodicamente entra em contato com a Humanidade. Em minha homenagem construíram um monumento no antigo Egito. E agora quero colocar vocês a par de um assunto gravíssimo, para o qual terão de dirigir todos os seus esforços.
— Mas por que nós? — queixou-se Rosa.
— Essa é uma pergunta retórica, própria de quem reluta. Sailor Moon a pronunciou muitas vezes. Mas se vocês foram convocadas é porque possuem, no íntimo dos seus corações, atributos que as colocam acima do comum dos mortais, muito acima mesmo.
— Está bem, Esfinge — disse Cindy. — Mas então nos diga... qual é o problema, tão importante que a leva a nos convocar?
— Trata-se da Questão do Futuro, que terá de ser resolvida.
— A Questão do Futuro? — perguntou Eliana, desconfiada. — O que é isso?
— Se quer saber, trata-se de decidir o que vai prevalecer neste planeta, e que influenciará sobre o resto do universo.
“Nesse momento a Terra é um ponto fulcral, sobre o qual se inclina a cobiça das forças do Mal. No passado remoto estas forças foram detidas na Terra, e agora desejam retornar à ofensiva. Se forem neutralizados o Vaticano e a Tóquio de Cristal, a balança do poder penderá para o lado maligno. A temida invasão dos Grandes Antigos será, então, um fato. O ataque maligno partirá do Rio de Janeiro e pegará a Tóquio de Cristal de surpresa... ou pelo menos é essa a intenção dos Antiguistas, cujo grão-sacerdote é o Espectro. E vocês devem impedir que essas coisas aconteçam.”
— O Espectro! — murmurou Rosa.
— Sim — prosseguiu a voz inabalável da Esfinge. — Em todas as épocas o culto dos Grandes Antigos suscita um grão-sacerdote, o manipulador do Necronomicon, e os seus poderes são assombrosos para o conceito dos humanos. Atualmente esse grão-mestre é um homem que se coloca na cúpula do poder político e social, fato que lhe confere vantagens assustadoras.
“Esta é a Questão do Futuro, que hoje se apresenta. É algo que vocês deverão resolver.”
— Mas como? — indagou Cindy, pondo-se um pouco à frente das outras. — Quem somos nós para resolver coisas tão importantes?
— Não posso guiá-las. Quem combate as forças do mal — o Mal em estado puro — deve contar com a sua própria criatividade e os seus recursos. Nós já não podemos intervir diretamente no seu plano físico, dependemos de agentes como vocês.
— Então, o que devemos fazer? — questionou Celeste.
A Esfinge não chegou a responder. A porta se abriu com um safanão por trás das garotas, desfazendo o holograma cósmico que as envolvia. A figura mística desapareceu do monolito e um dos guardas —havia homens e mulheres — gritou: — Quem são vocês? O que querem aqui?
(Agora a coisa complicou. Mas, irá a Esfinge, que as convocou, permitir que as garotas sejam presas? A seguir veremos finalmente quem é a Centelha Negra! Vejam brevemente nesta escrivaninha:
CAPÍTULO 6
A CENTELHA NEGRA)
Esta novela é uma fanfic cruzada nos universos Sailor Moon (Naoko Takeushi, Japão) e Necronomicon (H.P. Lovecraft, Estados Unidos).
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