HORROR, O HORROR!!!

COMO PODERIA a literatura e a poesia fazer parte de uma família que não existe enquanto relações de harmonia entre as partes que a constituem??? O que fazer de uma essência familiar afetada e consumida por uma intencionalidade ancestral degenerada até o mais íntimo âmago??? O casal Paizão e Mãezona, eram hominídeos das cavernas. Cujos corpos sequer tinham condições de conter uma alma, exceto rude. Incivilizada, ignorante. Estavam ainda na fase de vivência das subespécies do Homo sapiens: Neandertal e Cro-Magnon. A cultura e a civilização do consumo os haviam consumido e lambido os ossos.

O QUE CRIANÇAS podem fazer contra a imposição nefasta de pais que desejam sacrificá-la, como se isso fosse um compromisso de vida??? Eu não aceitava estar sendo sacrificado, ser o “Cordeiro do Sacrifício”, o “Bode Expiatório” de suas moléstias de amoralidade ancestrais. Eu não me conformava em ter de pagar o carma de suas maldições. Seus erros eram deles, não meus. Suas taras eram suas, não minhas. Mas a imensa depressão de Paizão Coisinha era simplesmente contagiosa. Eu buscava, de todas as formas, não ser nela aprisionado definitivamente.

EU BUSCAVA a liberdade de pensar por mim mesmo. Eles me pressionavam todo tempo, em direção à aceitação do aprisionamento de meu corpo e de minha alma às suas necessidades que não era as minhas. Quem nasce cai em mãos de seres por vezes abomináveis. Tal qual afirmou aquele filósofo francês do existencialismo:

— “O mais importante não é o que fizeram de mim, mas o que eu faço com o que fizeram de mim”.

POR MAIS QUE aquele casal insistisse, de todas as maneiras, as mais covardes, em restringir minha liberdade de existir, de pensar, condenando-me às galés invisíveis de seu Inconsciente Coletivo Pessoal Familiar e de seu Inconsciente Coletivo Social, eu sempre quis seguir o caminho de minha intuição, ao fazer escolhas que me torturavam imensamente, nas quais eu sofreria humilhações, fome, dor física e moral. Quanto mais tempo passava, mais eu morria por dentro. Nunca foi fácil me reconstruir. Ainda estou, neste momento, renascendo.

QUANDO EU estava sofrendo, quem sentiria falta de mim??? As pessoas me evitavam, e ninguém disfarçava. Mas tristeza e estresse não me venceram. Eu sabia que todo aquele imenso mundo de bugigangas televisivas, de festas de aniversário e quejandas, me faziam sentir-me vazio, não me faiam sorrir. Aquele mundão de vulgaridades não poderia ser um mundo certo. Ou talvez estivesse eu numa dimensão existencial que não era para estar.

EU SEI QUE as planícies e os cemitérios estão cheios de cadáveres. Igualmente as salas e salões atapetados dos governantes e de seus pau-mandados.

EU SEI QUE pais que agiram ou agem dessa forma ou de forma semelhante com seus filhos, pertencem obviamente, às milícias de Satã.

EU SEI QUE políticos corruptos que sugam a seiva de gerações em direção às suas contas bancárias e posses ilegais dos ativos financeiros do país, consideram-se vencedores.

EU SEI QUE os miseráveis e famintos do mundo, queimam em praça pública os noticiários impressos para se aquecerem do frio da madrugada.

EU SEI QUE as espécies Ets que se digladiam no Coliseu dos interesses que se bifurcam, já não podem esconder a própria miséria existencial que criaram neste mundo Cão.

EU SEI QUE os escravos afrodescendentes, as tribos indígenas remanescentes, os europeus que cruzaram o Estreito de Behring, e agora colonizam com tecnologia Et as multidões das salas de jantar e do sofá, nunca estiveram tão senhores da cozinha e das competições do cozinhar.

EU SEI QUE os ressentimentos nunca dantes tão expostos nos jornais nacionais, nas burocracias ávidas dos ganhos nos esquemas de corrupção, tendem a aumentar.

SABEMOS QUE as raças híbridas resultantes da colonização europeia em países das Américas, são um amontoado de, por vezes, odiosas criaturas em busca de sobrevivência. A qualquer preço.

SABEMOS QUE o planeta Terra é dominado por Narcisos de várias espécies que se hostilizam em busca de mostrar, umas às outras, uns aos outros, quem é que comanda essa espelunca.

SABEMOS QUE os Narcisos governam o mundo e são mestres no bullying mútuo das ameaças atômicas. Estão nem aí se a Terra por eles for devastada. Eles têm seus abrigos confortáveis de sobrevivência.

SABEMOS QUE a humanidade está enlouquecida por aqueles tipos de atitudes que costumam ser identificadas pelo que chamam de sete pecados capitais.