PÉ NO CHÃO 2 IND 16 ANOS

- Olha aqui, presta atenção, elas não são putas não.

- Tô sabendo, acabaram de se confessar, saíram do culto para cá.

- Se for ficar de papo sujo, vou dando o pé.

- Qual é, sabe que aqui você ganha, todo mundo sai ganhando.

- Sei, qual é o negócio então?

- Toma, 25% do combinado.

- Não foi bem isso o que............

- Calma amigo, aqui agora elas vão ter de mostrar o serviço, vão ser amaciadas, entende?

- Já te disse não foi esse o combinado.

- Qual vai ser então, esta vendo algum carro para levar vocês?

- Tá certo.

- Ficou doidão, já de cara, ainda nem provou do banquete.

Leo olha para elas que aceitam de pronto e saem acompanhando o homem de nome Xandão.

Em uma varanda rodeada de plantas trepadeiras, bancos de concreto e mesa de madeirite, elas são conduzidas aos assentos, sendo cada ao lado de um ou dois homens de face embrutecida.

- Fiquem tranquilas, aqui ninguém morde, só se deixarem viu. Os risos deles geram mais silêncio por parte delas.

- Ora, o que é isso parece um velório vamos melhorar isso aqui gente.

Logo o ambiente se enche de funk e a bebida é distribuida ali a todos, de petiscos, peixes, fritadas e molhos.

Leo percebe seu celular vibrar e se afasta indo ao canto perto de uma caixa de água, ali retira o celular do bolso e atende.

- E ai seu Jura?

- Fala garoto, você não vem?

- Olha, melhor não, com certeza meu velho tá puto comigo.

- Que nada, coisa de pai, todos são assim, olha, o trampo foi de acabar, mais finalmente vamos nos embebedar.

- Que bom seu Jura.

- Pelo jeito ai também tá legal, pelo barulho.

- Pois é, uma resenha aqui com uns amigos, vou ter de desligar viu seu Jura.

- Garoto, eu sei bem no que esta metido, pare logo com isso.

- Como assim padrinho?

- Tá vendo eu tenho razão, foi só falar e já esta se borrando, pare com isso filho.

- Vou desligar, tenho que curtir.

- Tomara que curta tendo fé e gratidão por seu pai.

- Tchau, falou padrinho.

Leo desliga e retorna ao fluxo do salão, Jura do outro lado passa a mão na cabeça e fica olhando para o vago.

- E ai, falou com ele?

- Compadre.

- Ligou, e ele vem, não, né?

- Não, disse que esta num evento.

- Evento de que, aquele muleke esta indo para o pior lado da vida.

- Eu vou falar com ele.

- Não Jurandir, eu sou o pai, vou falar com ele de uma vez por todas.

- Não vai bater no garoto, Duarte?

- Fique tranquilo, só vou ter um papo de homem para homem.

- Tá certo, me desculpe por ter..............

- Não, você fez o que o seu coração quis, não é á toa que a Lena sempre gostou de você, compadre.

- Nossa, falando assim, me deixa até sem graça.

- É sério Leo, a minha esposa, a comadre te achou um cara legal, de boa, um companheiro para as minhas loucuras.

- Olha quem diz, só tem vida para o trampo.

- Acho que foi isso que me afastou tanto do Leo, sabe não pude ficar com ele como a maioria dos pais ficam.

- Não, não fale isso, o que fez e faz por ele é invejável.

- Você acha Jurandir?

- Olha, eu só tenho 23 anos, ainda vou ter que aprender muito, mais sei que o ama como nenhum outro pai amaria.

- É bom ouvir isso.

Já na festa, Leo vê todo mundo ali festejando, comendo, bebendo, as garotas ja soltas dançam ali só de biquinis sob os olhares de seus contratantes, ele senta em um tambor baixo e observa aquilo, do nada seus olhos enchem de água.

- O que foi Leo, já tá chorando, o que houve?

- Oi Nat, o que foi?

- Você esta chorando.

- Nada, volta lá, curte bastante, temos de fazer clientes.

- Eu sei, estou fazendo bem minha parte.

- Sim, esta, obrigado.

Ela retorna ao grupo que já grita e dança ali, Leo vai perto da porta a olhar o jardim dali.

- Toma.

- Xandão.

- O restante do trato, os irmãos gostaram muito, só vai durar mais uma hora, no máximo.

- Tudo bem.

- Tem como arranjar umas 8 para o sabado?

- Aqui?

- Não, vai ser faixa nobre, um hotel fazenda.

- Legal, eu te ligo.

- Falou.

- Olha, me desculpa ai pelos...............

- Nada, de boa, como eu disse, as gatas são do fluxo, bem legais.

- Beleza, obrigadão.

- De boa, quer beber?

- Vou aceitar.

- Vem, vou te servir.

- Beleza.

Hotel de luxo, suíte mega, Renata termina de colocar o croped em renda preto, os brincos e olha pelo espelho dois homens nús na cama, pega sua bolsa e ao sair do quarto joga beijo no ar.

Ali no corredor olha para a câmera que o operador libera o elevador de serviço para ela.

- Obrigado. Dentro do elevador ela termina o retoque da make se olhando na parede espelhada do mesmo.

Agora já calçada espera pelo auto do aplicativo, assim que para ela entra olhando ao motorista.

- Para onde?

- Pode seguir a rota já definida antes.

- Sim.

O carro segue pela avenida por algumas quadras e logo vira a esquerda entrando mais tarde em um bairro de classe baixa onde para frente a um bar.

- Cinco estrelas.

- Obrigado.

- Tchau.

- Tchau.

Ela anda até o bar, onde alguns frequentadores mexem com ela e ouve alguns galanteios.

- Bando de fanfarrões.

Já dentro de um quarto bem limpo e mobiliado de forma a lembrar um camarim chique ela se desfaz da peruca e da roupa revelando ser um homem, melhor, um travesti.

- Reginaldo.

- Pare com isso Deise, uma hora te coloco para fora deste lugar.

- Ai louco, olha, você já recebeu mais de 1000 clicks.

- Que clicks mulher é curtidas.

- Qual a diferença?

- Eu é que não vou perder a graça da vida moderna contigo, hoje não traça.

- Olha como fala comigo, sempre é traça ou troço.

- O que foi Deise, querida?

- O Manuel ligou.

- O que ele quer desta vez?

- Dinheiro.

- Sabia, sempre é isso, sou banco agora?

- Ele esta com problemas.

- Como assim mulher?

- A voz dele, sofrida.

- ele sempre te enganou, eu não mais.

- É sério homem.

- Depois eu vejo isso, estou com fome.

- Já deixei um prato para ti.

- Te amo galinha.

- Olha o respeito rapaz. Ali ele grita e corre para a amiga que o abraça e eles seguem para a cozinha bem ampla e com todos os utensílios necessários, ali duas mulheres estão a preparar marmitas.

- E a comida dos meus filhotes?

- Tudo pronto seu Reg.

- Bem, quero tudo lindo para mais tarde.

- Vai estar divino.

- Amo vocês suas lindas.

Elas riem e ele joga beijos enquanto Deise lhe traz um prato bem cheio de arroz, feijão, dobradinha e salada de alface.

- Ai que delicia.

- Dou jeito que gosta.

- Amo você, galinha.

- Vou ter de viajar.

- Sei, te quero aqui, tem 10 dias só viu.

- Só isso?

- Preciso que fique de olho, vou fazer a festa do santo também.

- É mesmo, sr Ogum, eparrey.

- Eparrey.

- e o Damasceno?

- Aquele traste, com certeza preso nas garras de alguma meretriz lá no cais.

- Pois é, ele ama piranha suja.

- Ainda nutre amor por ele.

- Não, ele é passado.

- Sei bem. Ali sob o riso de Deise, ele termina o prato desejando tudo de melhor a todas ali.

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ricoafz e IONE AZ
Enviado por ricoafz em 20/01/2023
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