OPERÁRIOS — TARCILA DO AMARAL (1933)
OPERÁRIOS — TARCILA DO AMARAL (1933)
O GRANDE PROBLEMA dessas crianças traídas, das pessoas da família de Mãezona e de seu marido pedófilo, que “educaram” Wanja e seus outros irmãos, é que todos eles, talvez haja outra exceção, queriam um conforto verbal que me integrasse à aceitação passiva da política familiar de necessidades materiais escancaradas, por isso mesma chegada às sessões de pedofilia paterna. Eles faziam parte de uma comoção familiar que testemunhava um massacre e dele fazia parte. E dele se ufaneava. As supostas mulheres de Theresienstadt são fanáticas por conseguir empoderamento sexual.
PERCEBI O QUE significavam as cartas de Wanja, de agressões entremeadas de argumentos confusos que exigiam de mim que eu desse conta de uma conduta de orientação afetiva por pessoas do mesmo sexo. Conduta que sua prima sapatão, a Terezona, já havia cooptado sua irmã Dulce IT, “A Coisa”, para sua companheira de folguedos nas camas dos motéis nas periferias da cidade verde.
CIDADE VERDE em tudo. Principalmente na compreensão de si mesma: suas taras, suas caras, sua pobreza radical, sua ignorância fundamentada em tradições familiares de há muito suprimidas de qualquer código ético ou moral. Erguidas sobre um conservadorismo de fachada. Hipócrita em todos os sentidos. Explorada por uma política genocida que educa suas gerações para as drogas e a prostituição. Para a adaptação dos corpos de crianças e adolescentes, às exigências dos barões do dinheiro do crime organizado.
WANJA ACREDITAVA mesmo, ou fingia acreditar que eu havia sido sodomizado pelo irmão da prima Terezona, a sapatão chegada à Dulce IT, “A Coisa”, quando da estadia de Mãezona e Paizão Coisinha no turismo precário que fizeram no Rio de Janeiro. Suas cartas, para mim inexplicavelmente agressivas, desde que eu a estava contribuindo para que ela saísse de sua crise, de uma fossa que parecia não ter fundo de poço. Mas, ela simplesmente queria me cooptar à participar da “teoria da conspiração” familiar e social, que me estigmatizava como sendo outra vítima do Inconsciente Coletivo da Cidade.
DESEJAVA ELA QUE eu admitisse fazer parte do gueto Theresienstadt, ou campo de concentração estabelecido na cidade de Teresina. Campo de concentração onde vivia a família sodomizada. A cultura política, social e econômica da sodomização generalizada. Dos corações das mentes sodomizados desde a mais antiga antiguidade. Wanja me queria admitindo ter sido vítima, tal qual o menino que um dos três assassinos fugitivos do presídio do livro “O Príncipe das Marés”, havia abusado sexualmente.
ESSE SUFOCO emocional, essa adversidade que as pessoas sodomizadas passam para todas as outras pessoas de seu convívio, é a necessidade de não estarem a se sentir sozinhas em sua confusão mental, em seu estado de padecimento psicológico, anímico. Elas não têm coragem de se revelarem vítimas de sodomia. É no lar, com irmãos, parentes, primos, tios, pais, vizinhos, adultos frequentadores do ambiente familiar. É a síndrome da imaturidade emocional crônica decorrente de ter passado por momentos de sujeição às taras do abusador. A vergonha é tamanha que o abusado não quer recorrer nem ao socorro de um psicólogo ou psiquiatra. Comportamento este que só confirma que ser abusado sexualmente é uma coisa muito aflitiva e molesta.
A SÍNDROME DA imaturidade emocional crônica pode se estender em direção ao transtorno de despersonalização. Nela a pessoa vitimada se sente, constantemente desconectada: quer do corpo quer dos pensamentos. A pessoa sodomizada, presumo, está sempre a temer a rejeição das demais, ou, ao contrário, desenvolver sintomas evidentes de estar sempre a querer cuidar de outros. E até mesmo sentir simpatia por seu agressor.
QUE WANJA SOFRIA em decorrência da pedofilia do pai, isto eu sabia. Mas, não tinha ainda a certeza de que ela fazia parte do Inconsciente Coletivo Familiar e Social de uma cidade e de uma sociedade sodomizada que não admite que nenhum de seus membros possam estar livres da síndrome de imaturidade emocional crônica (sodomia).
A LÓGICA É A seguinte: se os barões da sociedade e seus grupos de dominação financeira e econômica, seus grupos de dirigentes políticos que detêm em suas posses a maior parte da riqueza social, os demais membros dessa sociedade, subordinados às necessidades da sobrevivência e de emprego, tendem a ceder às exigências deles. Ora, se os filhos destes já se entregaram a essas práticas, e muitas vezes, eles mesmos, por que então aceitariam que pessoas outras não se envolvessem nelas???
LEMBREMOS QUE OS sodomitas mencionados no Antigo Testamento não livravam a cara de ninguém que entrasse nas cidades de Sodoma e Gomorra ou nelas habitasse. As cidades de Sodoma e Gomorra situados próximas ao Mar Morto, foram destruídas pelo fogo devido a seus habitantes desejarem prender pelo rabo ou sodomizar os anjos Gabriel e Miguel indicados pelo Deus Et para conduzir a família de Ló para o mais distante possível da região, de modo a não serem carbonizados pelo fogo que cairia do céu.
OS SODOMITAS do século XXI não livram a cara nem dos próprios filhos. Tal como acontecia na narração bíblica: Gênesis 19. Dezenove: para o bom entendedor...!!! Se seus pais não as protegem, nem as instituições religiosas, nem as leis brandas contra seus criminosos pedófilos, quem mais as protegerá??? Os "operários chiques" do Capitólio???