CONEXÕES NÃO-FICCIONAIS (MORCEGOS)

CONEXÕES NÃO-FICCIONAIS

(MORCEGOS)

PREFÁCIO

NÃO É FÁCIL estar num caminho difícil O caminho do compromisso com a cultura que amplia a verdade do conhecimento. A verdade raramente está no aplauso de auditório. Nas palmas que aprovam as personagens nos programas da sala de jantar. A verdade é sempre mais embaixo, subterrânea. Não contempla a hipocrisia e as aparência. Mantem-se distante da hipocrisia do “tudo bem”.

A VERDADE não contempla a hipocrisia. Vivemos numa sociedade pulsional, que brinca com suas próprias deficiências como se elas fossem a coisa que a faz soçobrar em busca de um outro dia. Não se pode brincar de soçobrar e esperar que esse entretenimento não tenha consequências. Um outro dia da mesma coisa vivida no interior dos símbolos inconscientes. Não vivemos essa simbologia, somos essa simbologia.

VIVEMOS UMA sociedade que garante sua satisfação promovendo a mentira e a enganação. Somos geridos por uma presidência da República da deterioração. Quem preside o país é o pai de uma família que enriqueceu promovendo o ilícito. Uma família que fez especialização, mestrado e doutorado em “rachadinhas”. Uma sociedade movida por futebol e interesses escusos, advindos de sociedades secretas, de orçamentos secretos, onde a central emocional da energia coletiva exalta criminosos armados que recebem à bala de fuzil e à granadas de mão a PF.

ESTAMOS SENDO movidos por estímulos sensoriais de uma galera que vibra e se motiva a partir do entusiasmo de chutadores de bola. Eles ganham fortunas para correr atrás de uma esfera de borracha, que também pode ser de PVC, cujos times lutam por chegar primeiro ao fundo da rede do adversário. Uma sociedade com uma educação, pessoal e coletiva, precária. Com um ministro da saúde general, que sequer médico era. Que servia a uma liderança que é uma aberração política fascista, que prega um regime totalitário como se a democracia fosse uma aberração política a combater.

DEUS, FAMÍLIA e pátria são palavras usadas e abusadas por essa liderança. Liderança que ameaça toda uma sociedade, e ainda é fanaticamente apoiada por milhões de militantes milicianos que nada têm na cabeça que não seja o ideal fantasioso do falso guardião das liberdades. Liberdades as quais ela, liderança fantasiosa, tudo faz para sequestrar os símbolos nacionais para sua causa mussoliniana.

O PAÍS NÃO está mais em 1964. o Brasil não regrediu ao tempo da IIª Grande Guerra. Mas seu líder executivo clama por ditadura e tudo faz para ser o líder fascista não apenas de um país, mas de outros países das Américas. Seu tutor, mito e ídolo é aquele presidente Trumpqueiro que liderou a invasão do Capitólio, o Congresso americano, por seus baderneiros de ocasião. Como pode um sujeito de tão baixas e carente prerrogativas querer ser reeleito ao principal encargo político de um país. Um país de torcedores de futebol, com uma educação para Neymar nenhum botar defeito.

SÃO DUZENTOS e dez milhões de brasileiros regidos por uma excrescência criada e capitaneada em quartéis, com uma educação básica em armas e virulência verbal, sem nenhuma estrutura cultural, que não seja proveniente da instrução e da civilidade do terrorismo de caserna.

O BRASIL NÃO merece esse projeto de Mussolini tropicalista do século XXI. Pensá-lo reeleito é uma tragédia política, econômica, jurídica e moral sem precedentes. O simples fato de tê-lo candidato à função eletiva mais proeminente do país, é uma mostra de que este país se deve uma resposta à interrogação: QUE PAÍS É ESSE???