A MOÇADA DA PERCEPÇÃO BLUE (REVELA AÇÕES) — LXVI—
A MOÇADA DA PERCEPÇÃO BLUE
(REVELA AÇÕES) — LXVI—
ESTAMOS LENDO, estamos vendo que militares de farda, abusam de suas fardas para cometer crimes contra uma sociedade que financia seus salários, suas aposentadorias. Eles traem a confiança da corporação que passa a respeitá-los pelo medo e a violência com que defendem a própria criminalidade. Isto aconteceu no tempo da ditadura militar, quando criminosos de farda cometiam as mais bárbaras violências contra a população civil do país, sob o disfarce covarde de combate ao comunismo.
ESTAMOS VENDO, estamos lendo um presidente da República cometer todas as infâmias possíveis e continuar em seu cargo defendido por autoridades políticas e jurídicas que não cumprem seus deveres: o tocador de Lira, presidente da Câmara não está nem aí para os crimes de responsabilidade cometidos pelo presidente Bozo Bolsonaro. O PGR e a sua Lindôra de coleira estão ocupados em blindar aquele que os mantém nos cargos com altos salários e mordomias.
O CENTRÃO está a se bronzear num mar de brigadeiro, manipulando verbas bilionárias por debaixo do tapete. Ele, Centrão, manipula verbas do orçamento secreto para se manterem, seus membros, calados e na expectativa silenciosa de que o presidente Bozo Bolsonaro se reeleja porque, dessa forma, feitas as contas institucionais, garantiriam a continuidade da corrupção que afronta os princípios da Constituição e a legislação tributária, ou normas fiscais do país.
AS EMENDAS de relator, iniciadas em 2020, canalizam as verbas do orçamento público em direção a projetos definidos por parlamentares sem que esses se identifiquem. Ou seja: a grana preta corre esperta para os bolsões milionários dos políticos que fornecem apoio às espertas patifarias do governo do presidente Bozo Bolsonaro. Aquele que comprou 51 apartamentos à vista, em dinheiro vivo, porque parte dessa grana vem dos conchavos por baixo dos panos de seu desgoverno insano.
AQUELE OFICIAL PM Fulano, que se emocionou até as lágrimas ao ver adentrar a sala da Companhia de Guarda do Palácio do Governo (Karnak) o coronel chefe do crime organizado no Piauí, certa vez me chamou para, nas entrelinhas de uma conversa sempre cheia de hiatos, me dizer:
— “Você não quer mesmo, não é”??? Eu, a princípio não compreendi o que ele e a sua expressão corporal afetada, com a vozinha típica de quem fala para dentro de si mesmo como se com outro falasse, queria dizer o quê??? Ele continuou:
— “Ela é uma boa cabeleireira, ganha dinheiro com o salão...”. Então compreendi: ele queria que eu ocupasse, ao lado de sua ex-mulher, o lugar vago que ele, ex-marido dela, havia largado. Ela estava em vias de se amasiar com um garotão da idade do filho mais velho dela e, de resto, com o mesmo nome.
O “COISNHA JÚNIOR”, ao lado de dois dos filhos do coronel Fulano, tinha chegado até a mim e dito que ela, ex-mulher do oficial PM. Eles estavam falando a mando dele, como se eu tivesse alguma responsabilidade para com esse evento familiar deles. Com esse problema. Queriam certamente que eu solucionasse a questão e substituísse, ao lado dela, o garotão que se tinha chegado como seu amante. Na avaliação deles e do coronel Fulano, eu tinha a obrigação de intervir no conchavo familiar e rearranjar o arranjo.
ERA COMO SE o coronel Fulano estivesse me dizendo:
— “Por que você hesita, estou te dando uma mulher, filhos, uma família, uma casa para morar, por que você não vai lá e toma o lugar do jovem amante dela???
ERA DESSA forma que todos os membros daquela família desajustada agiam para comigo: eu tinha de estar disponível para o que desse e viesse deles. Nenhum deles considerava ou me via enquanto um indivíduo que tinha meus planos de vida, liberdade de fazer minhas escolhas. Não. Eu tinha de estar à disposição de cada um deles para fazer o que eles queriam que eu fizesse. Não respeitavam minimamente o fato de que eu não estava a desistir de meu livre-arbítrio.
ELES TINHAM absoluta certeza de que o hipnotismo de Mãezona e de Paizão Coisinha, as pressões exercitas sobre mim pela mala de necessidades com que me dotavam de herança, haveria de fazer com que eu me rendesse às suas necessidades e vontades. Para eles eu não existia, exceto para a satisfação de suas expectativas.
ELES TODOS tinham certeza de que eu estaria sempre à disposição de suas deficiências, de suas carências. Esperavam que eu estivesse sempre sendo entorpecido e vigiado. E aceitasse estar sendo boicotado em meus direitos de filho primogênito. Aceitando ser enganado por suas ambições pessoais e contingências covardes, familiares.
MAS, EU ESTAVA interessado em fazer valer o que restava de meus recursos de defesa de minha vida. Independente do que eles haviam reservado para mim em suas mais intensas manipulações de interesses que visavam administrar minha depressão por estar sendo boicotado de todas as formas possíveis pela estratégia de sobrevivência familiar. Sempre todos eles, na expectativa de que eu aceitasse sempre ser vítima.
COMO AFIRMA o dito popular: “Deus escreve certo por linhas tortas”. Eu tinha em meu favor unicamente o fato de saber que toda aquela encenação familiar, a partir de tudo o que eu presenciava neles, não poderia estar certo. Não poderia ser considerado um comportamento de integridade de costumes. Eles me jogavam no lixo das premências familiares, certos de que eu não teria forças para superar tamanhas adversidades.
ELES ESTAVAM enganados, mas jamais admitiriam isso. Que eu teria forças para superar a depressão e a ansiedade que me causavam todos os dias. Eles tinham plena consciência de que eu não teria forças para me levantar, após a queda, rasteiras, e o puxar de tapete sob meus pés que buscavam, a todo custo um ponto de equilíbrio em meio das incansáveis pressões vindas de todos os lados. De todos os lados vinham as cobranças de que eu deveria sentir-me assolado pela culpa de simplesmente estar vivo.