AVARIAS DO AMOR 3

Dan retorna do almoço com Florice e ouve um assovio vindo do estacionamento.

- E ai gato. Ele olha e Vê Eurico ali com um ramalhete de rosas brancas.

- Amor.

- Fiquei com saudades do meu gato. Florice entende e sai dali deixando o casal.

- Você é louco, amor aqui é meu trabalho.

- Eu tinha que te ver coração.

- O que foi?

- Consegui aquela promoção.

- Como assim amor?

- O Ricardo me chamou na sala, disse que vai abrir a vaga de inspetor de equipe, será minha paixão.

- Nossa Eurico, que maravilha, você merece amor.

- Sabia que ia gostar meu delicia.

- Eurico, só não fique nas nuvens.

- Por que amor, acha que não posso ocupar este cargo?

- Não é isso meu doce, só saiba esperar, não quero te ver triste.

- Por favor Dan, fique feliz comigo.

- Eu estou amor, eu estou.

- Então vem aqui.

- Para quê?

- Vem. Dan entra no carro com Eurico qe logo lhe tasca um beijo daqueles e ali mesmo eles trancam meio sem jeito e sem tempo, minutos depois Dan sai ajeitando o jaleco e Eurico segue para casa.

- Eita vocês dois não perdem tempo.

- Novidades?

- Para sua sorte, ninguém á vista.

- Obrigado amiga.

- Qual a novidade?

- Vem ai, outra ressaca de ilusão.

- Nossa amigo, de novo?

- Já falei tanto para o Eurico não confiar na palavra daquele Ricardo, o homem sem caráter.

- Encheu o seu marido de esperanças?

- De novo, será que o Eurico nunca vai acordar, o Ricardo só é chefe no controle de pessoal, quem manda mesmo é o tio.

- Bem, você sabe, afinal acompanhou tudo que foi comigo e a Aline.

- Me desculpe amiga, vamos trabalhar?

- Demorou.

Abner finaliza a limpeza dos sanitários dos alunos, Luciana vai até a porta.

- Oi.

- Oi.

- Não esta bravo comigo?

- Só um pouco.

- Entenda Abner, eu sou uma mulher comprometida.

- Você que deveria entender o que se passa.

- O que você sabe Abner?

- Deixe para lá.

- O quê?

- Olha Luciana, você não é boba, sabe que tem algo errado no seu casamento.

- Já viu eles juntos?

- O quê?

- Me diz, por favor.

- Sim. A mulher segue o choro o quanto pode e entra no banheiro, abraça o homem e lhe beija, logo sai de volta para a cozinha.

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Ali no colchonete de uso das aulas de educação fisica das crianças, Luciana olha para a laje acima, Abner ensaia um fumar de cigarros imaginários.

- Preciso ir.

- Para onde?

- Longe daqui, de você, de tudo.

- O que foi Lu, foi ótimo.

- Foi péssimo eu acabei de trair meu esposo.

- Algo que ele faz com os pés nas costas.

- Você é homem, acha que tudo se resolve assim, sexo.

- Tem algum jeito melhor?

- Sentimentos.

- O que é isso, você é tipo romântico, não foi isso que recebi a pouco neste colchão.

- Colchonete, por favor Abner apague qualquer fato sobre isso.

- Dificil, eu gostei demais.

- Tchau. Ela sai ajeitando a roupa no corpo, na cozinha ela termina a limpeza da louça.

- Onde estava?

- O que foi Jú?

- A diretora esta te procurando.

- Vou ver, obrigado.

Lu sai dali trancando a porta e segue para a diretoria, Abner aproveita e sai do quartinho indo varrer a quadra esportiva.

Helena termina de dar envio a arquivos pela net quando Lu bate a porta.

- Entre.

- Aconteceu algo?

- Conhece algum jardineiro?

- Assim de pronto, tenho que pensar.

- Seu marido, Gomes, ele conhece?

- Vou ligar para ele.

- Me faça este favor.

- Sim, algo mais?

- Não, só isso por enquanto.

Luciana percebe aquele olhar medíocre vindo de Helena que diz tipo, olha o estado da pobre coitada, que lava, passa, cria filho e arruma o marido para mim, idiota.

Ali no corredor ela segue em raiva até parar frente ao sanitário onde entra.

- Ai que ódio. Num acesso de sua raiva ela rasga a unhas o rolo de papel higiênico.

Eurico termina seu trabalho ali na sua sala na empresa, sai se despedindo e troca olhares com a secretária da qual já obtivera momentos de prazer por umas quatro vezes nos últimos meses.

Ali no carro ele liga o som, ouve um sertanejo enquanto dirige sentido oposto a sua casa, num bairro carente ele pára num bar e pede cerveja, frango frito, ali a saborear até que entra um rapaz de feições femininas.

- E ai boy?

- Por que demorou?

- Tá dificil achar o que me encomendou.

- E? Num quarto simples de uma hedícula de 4 peças, ali ao som de calypso, ele transa com o rapaz e uma garota jovem de seus 17 anos.

Em meio aquele sexo louco, várias puxadas de narguilê e cigarro eletrônico, o que faz Eurico gritar el alguns momentos daquela emoção, beijos, línguas, mordidas e a mulher engole aqueles menbros de uma vez para o deleite dos meninos garanhões.

- Valeu a demora.

- Eu te disse, só trabalho com as melhores.

- Sabia que podia contar com isso.

- Que bom, afinal cliente satisfeito é aquele que sempre volta.

- Tipo eu. Risos.

Terminado, ele joga 8 notas de 100 na cama, passa pela cortina em renda de flores vermelhas, olha na tv o jornal que anuncia o valor do dólar, pega as chaves e sai, de volta ao carro ele segue para casa, chegando encontra Daniel ali em short e avental preparando o jantar.

- E ai, o que vai sair de bom?

- Cuscuz e frango ao molho.

- Frango?

- Quer que eu descongele a carne?

- Não paixão, tô de brinks eu como o que você fizer.

- Que bom, por que euestou quebrado, acredita, minha colega hoje passou maus 3 vezes.

- A Florice?

- Não, outra, a Florice teve de ajudar outro andar, a enfermeira de lá faltou, um caos.

- Acho lindo você e suas amigas de trabalho.

- Te amo.

- Não mais que eu. Beijos.

Eurico segue para o quarto, logo ouve-se o barulho do chuveiro, Daniel pega a pasta dele e guarda no móvel da sala, nisto cai dois recibos de máquina no cartão.

- Onde ele gastou isso?

Ele olha aquilo e decide por ligar no serviço do cartão, já que ele usa o adicional, então tem a surpresa de saber que uma das faturas é de uma boate na rodovia.

- Cachorro. Dan devolve os recibos na pasta e termina o preparo da comida, Eurico retorna de bermuda sem camiseta e abraça o amor por trás lhe beijando e mordisca a orelha.

- Hoje não.

- O quê?

- Por favor, eu não estou afim.

- O que esta acontecendo?

- Preciso tomar um ar.

- Quer sair?

- Você se serve, vou dar uma volta.

Ali na rua ele passeia pela calçada até sentar num banco na pracinha.

- Moço, tem um isqueiro?

- O quê?

- Um isqueiro.

Dan levanta a cabeça e vê ali um rapaz com skate na mão e cigarro na outra.

- Eu não fumo.

- Foi mau. O rapaz senta na ponta do banco.

- Estou tentando parar , mais é dificil.

- Quantos anos você tem?

- Dezenove, por que?

- Tão novo, já preso a cigarros?

- Comece a dois anos.

- Péssima escolha.

- Eu sei, meu ex dizia o mesmo.

- Ex?

- Sim, me desculpe, sou gay, eu tinha um namorado.

- Normal.

- Ai que bom, que não acha isso..........

- Aberração?

- Sofri muito quando me descobri e decidi revelar.

- O amor não tem regras.

- Nossa, muito lindo isso.

- É, acho que sim.

- O que você faz?

- Sou enfermeiro.

- Que profissão linda.

- Você acha?

- Lógico, ainda mais agora, a pior das pandemias nos assolou e senão fossem vocês, como estaríamos hein?

- O COVID ainda esta ai.

- Eu sei, por isso sempre ando com minha máscara.

- Faz bem, garoto inteligente.

- Mora por perto?

- Olha.............

- Eduardo, pode me chamar de Edú.

- Edú acho que não te disse, sou casado.

- Amizades são proibidas também?

- Não, claro que não, então somos amigos?

- A quase vinte minutos. Risos.

O celular de Dan toca e ele atende, logo se despede do rapaz e segue de volta para casa, no caminho encontra Eurico.

- Por que não me esperou, queria andar com você?

- Eurico, o que faz aqui na rua?

- Vim te procurar, te buscar, sequestrar meu grande amor.

- Bobo. Um beijo sela o encontro ali.

- Vamos pra casa?

- Sim meu amor. O casal segue sorridente, mau sabendo Dan que Eurico viu ele com o rapaz ali na pracinha e fez fotos e micro vídeo.

150722........................

Lú liga para Gomes e lhe passa o recado de Helena, ali na cantina ela lava o piso do refeitório, terminado ela tranca a cozinha e vai ao relógio de ponto.

- Por hoje chega.

- Bom descanso Abner.

- Queria ficar com você.

Ela olha para ele em certo desacordo e sai, na calçada seu filho aguarda para irem juntos a casa.

- Comprou o pão, salsichas, margarina?

- Sim mãe, tudo.

- Então vamos querido. Ela coloca a bolsa na garupa da bike do filho e segue caminhando atrás ouvindo as novidades de sala do filho.

Chegando em casa, percebe a porta sem trancar, entra e a sala esta toda suja, terra em todo lado, no banheiro é igual e cheio de água.

- O que houve aqui?

Após alguns minutos Gomes entra junto de um amigo.

- Gomes, que sujeira é essa?

- Oi, trouxe o Ricardo, lembra dele, furou uns canos ai.

- E para arrumar tem de fazer toda essa bagunça?

- Tranquila baby.

Ele olha para ela de forma um tanto severa, Luciana segue para o quarto, Hélio olha para o pai.

- Vai lá no bar do Léo, traz umas crevejas e duas doses no saquinho.

- Agora?

- Vai logo moleque ou quer que te lembre?

- Estou indo.

Lú sai do quarto já em outra roupa.

- Já te disse, não quero meu filho carregando bebidas por ai.

- Faz o que quiser. Ela sai e logo junta-se ao filho indo ao bar, Gomes fica sozinho.

- Cadê o seu amigo?

- Foi embora, a namorada dele ligou e ele saiu.

- Graças, que bom por que aqui não é boteco.

Gomes vai até ela e olha firme.

- Você é minha mulher, não minha mãe, não te quero aqui para conselhos toscos só faz tua parte de boa, tá bom?

- Vou colocar tudo no refrigerador.

- Você é minha mulher não minha mãe porra, olha só a merda que você faz do nada.

- Faça o que quiser. Ali no preparo da janta, ela olha o filho fazer ligação na mesa dela, Gomes bebe a goles lentos a pinga enquanto finge assistir tv, já esta tomado pelo álcool quando tenta sair do sofá, cai no tapete e vomita ali, Luciana e Hélio acodem ao pai que soa frio.

- Esta vendo Gomes, você não pode beber fica sempre ruim.

- Cale a boca.

Eles levam o homem ao banheiro, até Hélio ajuda a mãe a tirar a roupa do pai, deixando o homem de cueca, ele sai e Luciana dá banho no marido.

De banho tomado, enrolado na toalha ela segue com ele para o quarto onde Gomes deita, ela lava a louça e fecha a casa com ajuda de Hélio que depois segue para o quarto, ela toma banho e vai ao quarto.

- Melhorou?

Sem repostas, Gomes já perdera o efeito mais forte do álcool, ali ela o cobre e vai a cozinha, bebe água, apaga as luzes e retorna ao quarto.

- Me diz algo, só uma coisa por favor, por que ainda estou com você?

- Helena, Helena, o que foi minha pequena, quer me amar, de novo, vem piranha minha, vem......

Luciana ouve aquilo de seu marido, ela senta ao lado da cama, sabendo que a mulher falada ali é sua chefe na escola, agora não há mais dùvidas, ela é traída.

Ela apaga o abajur quando seu celular dá sinal de mensagem.

ricoafz
Enviado por ricoafz em 23/07/2022
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