A MOÇADA DA PERCEPÇÃO BLUE (REVELA AÇÕES) — XLVI—
A MOÇADA DA PERCEPÇÃO BLUE
(REVELA AÇÕES) — XLVI—
TODOS OS seres, dito humanos, pertencem à mesma espécie Homo sapiens. A cultura e a civilização sapiens, o modo americano de vida latina ceifou, com a foice da vergonha, da submissão, do vexame, da desonra, criou no país o inferno da impossibilidade. Os filhos e filhas dessa civilização e cultura não passavam de robôs biológicos em busca de uma tábua de salvação. Os europeus não invadiram o Brasil apenas com Cabral, eles invadiram o país com a aura caucasiana da superioridade.
A IDEIA de que o Brasil era mesmo uma habitação da sub-raça tropical e tropicalista se afirmou com a força das evidências. O mercado de oferta de produtos, objetos industrializados, mercadorias, o desejo desenfreado por consumir, estava e está acima de qualquer consideração outra que não seja a ânsia de forrar o estômago a qualquer preço para não padecer da fome. A prostituição masculina, feminina sem entraves. A Serpente da realidade penetrando em todos os sete buracos disponíveis das cabeças.
A PRESENÇA da Serpente em busca dos famintos e miseráveis que migravam de suas famílias. Estas, por sua vez, que não sabiam o que fazer com seus filhos que haviam parido para sofrer sob as taras dos turistas em busca de meninos e meninas “comodities”. Quem os produziu os pariu de uma foda sem compromisso, um embalo de sábado à noite. Na família de Mãezona e Paizão, quando voltei, para ter um suporte para meu cansaço, encontrei uma terra devastada pela miséria de vida e filosofia.
A FAMÍLIA era uma somatória de misérias morais. Dulce It, “A Coisa”, estava morando com o amante num quarto da casa. O amante era um “jornalista” a serviço do crime organizado. Simultaneamente “A Coisa” era amante de uma prima lésbica, que havia descartado a delicada formatação dos calçados femininos, por sapatos do sexo oposto. Sapatão nascida do DNA familiar de Mãezona, esta, um homem na pele de uma criatura sem zelo algum por erudição, discernimento e feminilidade.
PAIZÃO ERA um cão que vivia em sua casa de cachorro, entocado no quarto. Não poderia mostrar outra coisa em sua aparência que não fosse a ruína, a deterioração das relações íntimas familiares. Não havia religião, não havia moral, não havia jeito que desse jeito no belo quadro familiar e social em que havia se tornado aquela família na cidade Sodoma de Teresina. Eu mais parecia estar nas proximidades do Vale de Sidim ao extremo sul do mar Morto, próximo ao rio Jordão, na região de Kikkár que significa “bacia” em hebraico. Eu estava, magicamente nesse lugar, estando ao mesmo tempo na capital do Piauí, há três milênios e seiscentos mil anos.
O MODO sul-americano de viver era expresso na vivacidade cantada, principalmente, na voz maviosa da Ondina Caetano Veloso. Caetano, uma unanimidade nacional. Suas melodiosas canções foram sucesso nas paradas musicais em companhia de Chico Buarque de Holanda e Gilberto Gil, acadêmico imortal das letras cariocas. A influência africana tomou conta não apenas da musicalidade baiana. Os deuses e divindades do atabaque substituíram o Deus Et Jesus Cristo do Novo Testamento: seus anjos e seus santos. Ele, Jesus Cristo, ganhou uma nova formatação no reconhecimento popular: Jesus Cristo é Oxalá. Oxalá vai me ajudar Ah, Ah.
O DEUS Et, Criador Supremo, Olodumare ou Olorum nas religiões dos escravos africanos. Não mais o Deus Et criador Jeová dos escravos judeus do Egito mencionado no Antigo Testamento. O Esperado Messias dos judeus, acabou virando a figura ridícula do muitas vezes criminosa institucional, do Bozo. O Bozo que parte ignara dos eleitores brasileiros prefere optar por votar. Esses eleitores e suas mil razões de se envergonhar:
O MILICIANO burlesco, caricato, cômico e perigoso Bozo. Bozo, o Antidemocrático. Bozo, o Negacionista das vacinas. Bozo, interativo louco da Cloroquina. Bozo, o super corrupto da quase compra da vacina inexistente Covaxin (R$ 1,6 BI). Bozo do olhar psicopático reproduzido na capa da revista Veja datada de 13 de julho de 2022. Bozo, o entusiasta da volta da intervenção militar. Bozo, o Escroto, denunciado pelos irmãos Miranda. E que ficou outra vez impune.
AS “ELITES” armadas, econômicas e políticas, se equivalem a seus subordinados, os eleitores das próximas eleições. A hibridização, a mestiçagem, as carências milenares: a promiscuidade fascista tomou conta da cultura nacional. Não é uma questão de raças, grupos, clãs e culturas que se canibalizam entre si sem cessar. É uma questão estrutural de falta de educação elementar. Os professores nas escolas, cursinhos e faculdades estão afogados no fundo do oceano da barafunda, da Babel da bagunça cultural que está oculta no sangue, no DNA. É uma questão biológica, mais do que uma questão instrutiva, educativa, científica.
A CULTURA é uma questão biológica mais que uma questão de aprendizado e erudição acadêmica. Milhares de anos de hominídeos que se sucederam a outros hominídeos antecessores, até chegar ao Homo sapiens atual. As manifestações, dita humanas, são um mix de exigências supremacistas da globalização dos costumes. Essas exigências definem de forma radical o comportamento pessoal, familiar, social e universal das pessoas que as sociedades secretas imaginam controlar. Não há aperfeiçoamento humano possível a partir dessas influências que, como dizia minha vó: “o sangue puxa mais do que cem bois”. Ou talvez ela quisesse dizer: “cem cavalos”.
O PLASMA sanguíneo, parte líquida do sangue, equivale a 55% do volume total nele de proteínas, sais minerais, dióxido de carbono e demais substâncias com propriedades físicas bem definidas, invariáveis em condições equivalentes de temperatura e pressão. Nada impede aos seres de uma cultura Et muito mais evoluída do que a humana, de exercer comando, comunicação e controle dos seres que somos, a partir de configurações e reconfigurações das emanações fluídicas do plasma púrpura, através dos glóbulos e plaquetas que circulam pelos vasos sanguíneos, artérias, veias e capilares.
A VERDADE é que não sabemos quase nada de nós mesmos. Dos consequentes sofrimento que causamos sadicamente uns aos outros. Que sabemos das guerras quentes e frias que matam milhões de nossos semelhantes. Matam de forma explícita e na ponta da caneta nas convenções dos arranjos internacionais por debaixo dos tapetes. Pouco sabemos das lutas internas, das estratégias viscerais de dominação política e econômica de comunidades humanas ignoradas em seus direitos fundamentais.
MAS ESTAMOS a investir nas moscas bilionárias dos Elons Moscas. Na empreitada da colonização de outro planeta deste sistema solar: rumo a Marte. Enquanto a fome e a miséria grassam impunes por sobre os ombros dos que carregam a mala da pobreza, do desemprego, da inflação, das pandemias e mendicâncias, ditas humanas.