A MOÇADA DA PERCEPÇÃO BLUE (REVELA AÇÕES) — XXVIII —
A MOÇADA DA PERCEPÇÃO BLUE
(REVELA AÇÕES) — XXVIII —
TODOS ESTAMOS a viver num horizonte de eventos em direção inexorável à dissolução carnal. Cada um e todos os seres, dito humanos, somos gerados de carne e pela carne vivenciamos experiências motivados pela encarnação espiritual. Os espíritos nos fazem mover o corpo no olho do furacão da sobrevivência.
DE QUE É FEITA a sobrevivência??? O corpo resiste à permanência da condição humana nos vícios que precederam os mitos em muito, muito tempo. As obsessões e distúrbios anteciparam o advento do cristianismo e demais religiões. O Orgulho está sempre a escanear nossos sentidos: a Soberba nos torna excessivamente vaidosos. Basta uma condição social um pouco menos livre de adversidades, eis que a Avareza nos torna medrosos de perder bens materiais conseguidos. De repente encarnamos o ser pão-duro, mão-de-vaca, unha-de-fome. O espírito se fortalece em ser muquirana.
SE TEMOS menos bens que nossos vizinhos, logo somos assaltados pela Inveja: outros conquistaram mais do que os bens que amontoamos. Por que outros obtiveram mais do que fomos capazes de armazenar e agregar??? A Inveja torna angustiados os que a sentem. O invejoso sempre se encontra irado por não conseguir mais que os demais. E se torna um ser capaz de empregar qualquer meio torpe de conseguir mais e mais. A política está saindo pelo ladrão de invejosos, orgulhosos da própria avareza e esperteza.
A RAIVA, o Ódio, a Ira que os políticos do Centrão sentem por não terem tanto quando os milionários têm, os faz ser agentes de roubo e assalto ao dinheiro público da educação, da saúde, do endividamento público, da depredação da Amazônia, através, entre outros esquemas de corrupção, do orçamento secreto. Conflitos menores e guerras internas entre famílias e grupos sociais começaram e se transformaram em conflitos entre gangues e Estados no desdobrar-se da História de reinos e nações.
A LUXÚRIA é o portal para as outras demais ânsias e disposições. Nela os desejos carnais envolvem os prazeres num abraço de sensualidade que facilmente se torna devassidão, concupiscência, verriondez, atração afetiva por pessoas do mesmo sexo, homoafetivas. O preconceito contra a homo afetividade não considera que os homoafetivos caquéticos, pervertidos, têm preconceito contra os heterossexuais.
DENTRE OS muitos excessos, a Gula é comum entre pessoas com desejo demasiado por experimentar sabores que não se saciam facilmente: bebidas, comidas, drogas, e demais viciosos estímulos pulsionais. Numa sociedade de consumo, afirma-se cada ser dito humano, um consumidor compulsivo. Consumir é um desejo por sempre mais. Quanto mais tem, menos se satisfaz. As mulheres são conhecidas pela vaidade. Vivem para se enfeitar, para conquistar namorados visando casamento e convívio conjugal. Têm filhos para que sejam educados na deseducação pela televisão. Principalmente. Não há grana que seja suficiente para a satisfação de suas necessidades por mais bugigangas.
A ÊNFASE NO imaginário dos que são viciados no consumismo, excita as mentalidades que se envolvem no simbolismo da propaganda de miçangas, plumas e paetês: os carros do ano, o mais recente modelo de celular ou de tevê. O tênis supervalorizado pelos fanáticos do último modelo. O “lipstik” que faz maravilhas por seus lábios. E grandes lábios. Os cosméticos que habilitam as fêmeas a atrair qualquer tipo de macho. O exibicionismo de pernas, coxas e requebros para a atração do amante. As mulheres sabem: caiu na rede é peixe. A Era agora é a de Aquário.
NO MUNDO das iguarias alimentares, das vestimentas espetaculares, dos filmes que viciam a imaginação no mundo real e ficcional da vulgaridade, a Preguiça torna a mente ativa no consumo da sala de jantar, subalterna e viciada a todo tipo de empatia que termina por configurar suas mentes que consomem coisas, numa coisa própria que consome a si mesma, uma vez capturada pelo “horizonte de eventos” do imaginário, real e ficcional, à mostra no “artigo do dia” da Tv.
A FACETA carnal quer apenas certificar-se, diariamente, se está em dia com as novidades que vulgarizam sua mente plugada nas imagens dos celulares e da telinha da sala de estar. Essa coisa de consumo é insaciável. Quanto mais você consume mais deseja consumir. As pessoas se formam nas mais diversas profissões. E o que fazem com seus salários, senão se empanturrar de mercadorias móveis e imóveis, sólidos, líquidos e gasosos.
E LÁ ESTAVA o papai da família querendo mais submissão carnal, voluptuosa de suas crianças indefesas, sues filhos e filhas de colo. Lá estava ele a enredar a estrutura emocional, PSI, da prole, com a conivência da mulher com a qual estava acumpliciado na criação de uma descendência para a submissão e o medo de exercitar o corpo e a mente em afazeres direcionados à submissão às autoridades que mantêm a ordem e o progresso de uma terra emocionalmente devastada.