A MOÇADA DA PERCEPÇÃO BLUE (REVELA AÇÕES) — II —
A MOÇADA DA PERCEPÇÃO BLUE
(REVELA AÇÕES) — II —
EDINAH FAZIA JUSTIÇA AO significado de seu nome: alegria, encanto, rejuvenescer. Se algum prazer tirava de seus programas libidinais, carnais, voluptuosos, era o de se sentir livre da companhia com quem estivera e poder encarar a possibilidade de continuar a viver a vida com as possibilidades que a ela se apresentassem. Ela não se perdia entrar na selva escura do sol negro e sem saída do animal selvagem que subscrevera em seu corpo a selvagem marca de suas taras ancestrais. Não se permitirá desfigurar-se.
A MORTE DE SEUS SENTIDOS não se permitiria conceder. Ao se lavar na água do chuveiro próximo, eis que a empatia de sua estranha e suposta dádiva escorria pelo ralo do banheiro, conduzida ao esgoto mais subterrâneo como nunca se houvesse perpetrado. Sua existência não se permitia restringir à vida mundana, ou se abrir às suas influências deletérias. Mesmo que não pudesse buscar virtudes numa cultura de submundo, tal como a cultura disseminada nas mídias sociais televisivas, ela não se deixava consumir pela metodologia erótica da Serpente.
A BARBÁRIE DA LIBIDO natural desde os idos bíblicos das cidades tomadas completamente pela escatologia bíblica de Sodoma e Gomorra, acontecia desde então como se fosse evento da história do Homo sapiens que indicou desde então a destinação final, carnal, do gênero humano. O final do mundo, do gênero, dito humano, é profetizado nas religiões a partir da compreensão da inevitabilidade desta condição de aviltamento da lascívia desse erotismo inevitável.
ELA ENCONTRAVA EM SUA subjetividade defensiva, livrar-se de suas mazelas e da crise moral que avassalava de modo imperativo as mulheres de todas as classes sociais, nivelando a percepção de si mesmas e também das demais, como se fossem personalidades robóticas da mitologia do Paraíso Perdido. Do Paraíso Perdido das mulheres, dos homens e de toda a descendência do gênero dito humano.
TODAS AS REALIDADES SE deterioram a partir dessa vivência básica, dessa escatologia dos últimos dias de Pompéia. A prática da sexualidade assimilada por todos como se fosse um conceito historicamente determinado pelo erotismo reducionista, que não pode ser conjurado pelos amantes, que se querem ativos e cativos das causas e efeitos que não podem ser exorcizados de suas tramas subjetivas na objetividade da cama.
QUEM PODERIA PENSAR-SE livre de tal prática se ela mudou toda a configuração erótica, desde os tempos idos aos dias modernos??? Agora também os homens se voltam à prática dessa modalidade de sensitividade comum, como se ela fosse absolutamente inevitável. Parece ser, nos dias de grande aflição moral dos séculos XX e XXI, uma concessão incrustrada no DNA da espécie dita humana.
COMO PODERIA EDINAH simplesmente ignorar o enunciado básico de todos os discursos eróticos praticados e disseminados também de homens para homens??? São legíveis as tendências dessa prática como se todos aceitassem-na como um sintoma verificável facilmente identificado com coisas, imagens e alegorias do fim do mundo. O fim do Homo sapiens teria nessa atividade uma característica de sua fraqueza moral e de caráter. A sociedade afirma e dissemina-a como se fosse um código de erotismo do qual não pode, de modo algum se libertar.
O SAGRADO E O PROFANO se encontram de maneira irrefutável. A máquina humana promove seu próprio sacrifício, sem que possa evitar o que se afirmou enquanto sendo inevitável. O significado desse erotismo está presente no Inconsciente Coletivo Universal, desde as mais remotas épocas. As populações cavernosas anteriores à última glaciação do planeta no Períodos Terciário Superior, há sessenta milhões de anos.
COMO UMA SIMPLES MULHER de um país subdesenvolvido, com uma educação e cultura praticamente estagnadas na Idade da Pedra Polida, poderia subtrair-se às imposições dessa civilização da Pedra Lascada, gerida por brucutus de terno e gravata borboleta, com suas práticas rituais de aberrações morais na política, na economia, nos afazeres judiciários, se nada pode escapar à Bolsa de Valores da prostituição e disseminação social da Economia das drogas e da corrupção religiosa dos pastores políticos do medo.
A OCUPAÇÃO DE SUAS REGIÕES eróticas, de seus drivers de penetração e precipitação de orgasmos dentro ou fora de camisinhas, não ultrapassava para Edinah a noção básica de necessidade financeira e econômica de sobrevivência. O aluguel de seus drivers carnais para a exploração erótica de terceiros que neles depositam os espermas no fogo do orgasmo, não dá direito à reciprocidade.
O FLUXO INTERNO DA CRIATURA que paga para nela depositar a rebeldia das trevas de seus ressentimentos, aliviando-se de suas tensões nela, através do orgasmo, como se ela fosse uma lixeira emocional, era sempre uma sensação física infernal, da qual dificilmente ela poderia livrar-se se se permitisse fazer parte dela, da satisfação sexual e da plenitude infernal do ovo e do veneno da Serpente.