Uma Rosa para Berlim: Tudo para sobreviver, 12
O comboio militar segue estrada à fora se juntando a outros veículos. A minha mente começa a trabalhar. Penso muito e seguro uma mecha de meus longos cabelos. Olho para Carla e para as outras duas e sorrio . Carla não entende . Érika muito menos . Karoline olha para o chão. Recosto no toldo e fecho os olhos. Não sei quanto tempo passa. Cochilo um pouco e sou acordada com buzinas. Um toque no ombro e alguém fala :
- Se querem ir ao banheiro, aproveitem que vamos dar uma parada .
- Eu quero! - falo de pronto. Minhas 3 companheiras me olham com ar questionador - estou com muita vontade.
- Leve-as até o banheiro - disse um oficial berrando- rápido!
E o comboio para perto de um departamento de polícia e somos praticamente jogadas para fora do caminhão. Balanço bem meus cabelos e entro em um banheiro fétido. Sujo feito chiqueiro. Ou o chiqueiro é mais limpo que o local ?
- O que pretende, Nina? - Pergunta Carla curiosa .
Olho para a janela do banheiro e vou até ela . Subo na lixeira e meço a largura . Sorrio e olho para fora . Vejo o fundo, terreno cheio de folhas que dá para um estacionamento e depois um matagal.
- Eu consigo passar aqui. E vocês? - e me preparo para passar .
- Eu idem! - disse Carla se aproximando.
- Eu também! - disse Érika se preparando.
- Então vamos!- disse Karoline empurrando as duas .
Passo pela janela e Caio no meio das folhas. Carla é a próxima.
- Sem barulho, pessoinhas !- disse Érika se jogando .
Karoline pula e começamos a correr pelo estacionamento. Um tiro soa de um jipe do comboio. Gritos de soldados e tiros ecoam. Entramos no matagal e procuro o caminho mais fechado, para não sermos vistas .
- Que diabos querem conosco?- pergunta Carla me passando- não valemos uma moeda de papel !
- São doidos!- disse Karoline rindo - missão absurda a deles.
- Não tem mais nada que fazer - falo vendo uma rua depois do descampado- vamos nos esconder em alguma pensão em algum lugar.
Atravessamos a rua e entramos em uma rua mais movimentada. As pessoas nem se tocam que estamos fugindo. Passamos a andar mais rápido ao vermos um soldado no final da rua, bem atrás de nós.
- amos procurar algum lugar rápido- falo com propriedades- ou vão nos achar brevemente.
- Sei de um lugar- disse Carla fazendo sinal para segui-la.- venham rápido!
E a seguimos por uma rua estreita e vamos parar em uma casa velha .
- Que lugar é esse? - Pergunto espantada . Mas a sigo e entramos na casa que parece abandonada . Ela fecha a porta e ficamos no breu.
- Já morei aqui e sei o que estou fazendo!- disse Carla olhando pela fresta da janela- podemos ficar por aqui por hora.
Olho pela fresta da janela e vejo soldados passarem correndo. Tudo fica claro e olho para trás vendo Carla acender as luzes.
- Vamos viver de quê ?- pergunta Érika com uma certa preocupação- vamos precisar comer e beber !
- Por hoje devemos descansar e pensar . Tenho algum dinheiro comigo- falo para acalmar .
- Depois agente vê isso- fala Carla começando a revistar os cômodos - vamos descansar um pouco.
- Vamos limpar a casa primeiro! - fala Karoline sacudindo um pano .
- Deixa isso pra lá- fala Carla voltando- só aguardando tudo se acalmar para tomarmos nosso rumo.
- Então vamos sentar nessa poeira mesmo- disse Érika se sentando em um sofá todo empoeirado. Fazemos o mesmo enquanto Carla olha a rua pela janela entreaberta.