MANDY VII - REENCONTRO - PARTE ÚNICA
I – REENCONTRO
Marco foi até o colégio dos filhos apanhá-los. O colégio ficava a poucas quadras da agência. Ele saiu do carro e entrou no prédio, onde já conhecia todo mundo.
As crianças das segundas e terceiras séries já estavam no pátio aguardando seus pais, fazendo o burburinho normal de crianças conversando e gritando enquanto as professoras supervisionavam a todos, tentando manter a ordem geral.
Letícia e Luís Felipe estavam sentados num banco junto à parede com diversas outras crianças, quando Lupe enxergou o pai de longe.
- Papai! - gritou o menino, saindo do lugar e correndo até ele.
- Luís Felipe! - chamou a professora Natália, preocupada em manter as crianças sentadas em ordem. Ela ainda não tinha visto Marco.
Lupe agarrou-se às pernas de Marco que o ergueu do chão.
- Não tinha nada que sair da fila, filho. Você sabe que a Natália não gosta. Desculpa, Natália.
- Oi, Marco, eu não tinha te visto. Tudo bem. Veio buscar os dois, hoje?
- É, eles têm foto, na agência, disse ele, colocando o filho no chão.
Aproximou-se de Letícia e a beijou.
- Vamos, amor?
- Vamos, disse a menina, olhando para um menino a seu lado e despedindo-se dele. – Tchau, Gabriel!
- Tchau... respondeu o menino.
- Quem é o seu amiguinho, Lê? - Marco quis saber.
- É o Gabriel, do terceiro. Ele está esperando o pai dele também.
- Prazer, Gabriel, cumprimentou Marco. - Você já está no terceiro ano? Que bacana!
- É... respondeu o menino.
- Que legal, eu nunca te vi aqui. Você é novo na escola?
- Mudei ontem.
- Ah, seja bem vindo então.
- Olha ali seu pai! - gritou Lupe, apontando para alguém mais adiante.
Quando olhou na direção em que ele apontava, Marco viu Otávio que se aproximava e já o tinha reconhecido de longe também. Os dois se olharam por um momento e Gabriel levantou-se e segurou a mão do pai.
- Oi, Otávio, Marco disse, surpreso.
- Oi, Marco... Mundinho pequeno, não?
- Eu que o diga. O que você está fazendo aqui?
- Eu mudei pro bairro há pouco tempo, depois que minha tia faleceu. Comprei um apartamento aqui perto.
- Vamos embora, pai! - reclamou Lupe. – A gente vai se atrasar pras fotos e a mamãe não gosta.
- Espera, filho. A gente já vai.
Otávio olhou para os gêmeos e perguntou:
- São seus filhos?
- São...
- Eles são lindos...
- O seu também é. Ele se parece muito... com a mãe. Como é que ela está?
- Ela... morreu no parto dele. Somos só nós dois, agora.
- A Lídia morreu? - Marco perguntou totalmente surpreso.
Otávio apenas balançou a cabeça confirmando.
- Sinto muito... De verdade. Eu não fiquei sabendo de nada. Acho que nem o Teo, senão teria me dito.
- A família dela fez tudo muito reservadamente. Não avisaram muita gente.
- Você criou ele sozinho?
- A Elisa me ajuda. Ele fica mais tempo com ela, pra eu poder trabalhar. Se não fosse ela...
- Ela é muito gente boa.
- Você já vai embora?
- Vou, falou Marco, segurando a mão de Letícia e acompanhando Lupe que ia andando na frente, saindo da escola e indo para o carro. - Tenho que pegar minha irmã em outro colégio. Ela estuda no Paralelo.
- A garota da foto do meio do outdoor... disse Otávio, indo também com eles, com Gabriel também pela mão.
- Como?
- Na frente da agência de vocês. Tem as fotos dos cinco. Você, a Amanda, os gêmeos e ela, não é?
- Como você...
- Eu acompanho o trabalho da Amanda desde quando ela era modelo. Eu não consegui me esquecer dela. Até tentei, mas não deu.
Marco baixou os olhos para os filhos e ficou um pouco constrangido.
- Fica frio. Eu só aprendi a admirar vocês dois, desde que a gente parou de se ver. O trabalho de vocês, desde o início, como modelos e depois como publicitários só me fez ver que vocês tinham que ficar mesmo juntos. Eu li no jornal, hoje, que vocês dois foram indicados para o prêmio da Associação de Publicidade e Propaganda.
Eles chegaram perto do carro de Marco e ele abriu a porta traseira para que as crianças entrassem. Lupe convidou e Gabriel entrou junto com eles.
- A gente só foi indicado. Não ganhamos nada ainda.
- Mas eu acho que já é uma vitória. Meus parabéns.
- Obrigado.
As três crianças faziam a festa dentro do carro e Marco ficou olhando para eles e sorriu.
- Você alguma vez imaginou uma coisa assim, Otávio? Nossos filhos brincando juntos, como amigos?
- Nem em um milhão de anos... ele respondeu, sorrindo também. – Vem, Gabriel! A gente tem que ir. Sua tia está esperando a gente.
O menino se despediu dos novos amigos, saiu do carro e pegou a mão do pai.
- Tchau, Gabriel! - gritaram os gêmeos, de dentro do carro, acenando pela janela.
- Tchau, ele disse, com um aceno tímido.
- Foi bom te ver, falou Marco. – Fico feliz em saber que você está bem, de verdade.
- Eu também. Se você não se incomoda, beija a Amanda por mim.
- Claro... Marco disse, sorrindo.
Os dois apertaram-se as mãos. Otávio foi para o carro dele estacionado logo adiante e foi embora com o filho.
REENCONTRO
PARTE ÚNICA
DEUS TENHA O CONTROLE DAS NOSSAS VIDAS
e depois dEle... NÓS MESMOS.
Vamos fazer o que é certo e bom pra nós e para o próximo.