MANDY VII - PREMONIÇÃO - PARTE 2

II – PREMONIÇÃO

Marco sentou-se no chão diante de Mariana e passou a mão pela cabeça, sorrindo.

- Não foi nada sério, Mari...

Ele percebeu Letícia prestando atenção nos dois e sabia como a filha era esperta e mesmo sem estar na conversa, pegava o assunto no ar.

- Letícia, vai ver o que o Lupe está fazendo, amor. Liga a televisão da sala e fica lá com ele.

- Você está doente, papai?

- Não, meu bem. Vai ver o que o seu irmão está aprontado. Ele está muito quieto. Vai, filha, depois eu converso com você.

- Promete?

- Prometo, amor. Faz isso pro papai.

Letícia se afastou, indo verificar o que o irmão fazia e Marco olhou para Mariana que não tirava os olhos dele.

- Mariana, eu quero que você me ouça com atenção. Eu tenho tido uma dores de cabeça estranhas essa semana, mas deve ser porque eu estou trabalhando demais na agência e não tenho dormido bem. Eu nem disse antes pra Amanda pra não deixá-la assustada, mas hoje de madrugada, eu até te falei que levantei por causa dessa dor de cabeça, lembra?

Ela balançou a cabeça confirmando.

- Pois é, a Amanda ficou preocupada com isso e ligou pro tio Guilherme e eu tive que ir até o consultório dele só pra verificar, pra deixar ela mais tranquila. Entendeu?

- Entendi...

- Então, está tudo bem comigo. Amanhã, eu vou saber o resultado desses exames e não vai ser nada. Na precisa chorar por causa disso.

- Você lembra que eu te falei que sonhei com o papai, que ele não ia voltar da viajem com a mamãe?

- Lembro... e me fez aquele monte de perguntas sem sentido.

- Eu sonhei depois que você tinha viajado com eles e era você que não voltava.

Ela começou a chorar de novo. Marco segurou sua mão e se sentou a seu lado abraçando-a.

- Mariana, foi só um sonho, meu anjo. Não pensa nisso assim. Eu estou aqui do seu lado, não estou? Eu pareço doente?

- Não...

- Então, pare de colocar minhocas nessa cabeça. Vai acabar sujando esse cabelo preto lindo que a Dalva tem o cuidado de pentear todo dia.

Mariana sorriu entre as lágrimas. Marco segurou seu rosto com as duas mãos.

- Isso, quero te ver sorrindo assim, princesa. E eu posso te pedir um favor?

- Pode.

- Não fale sobre isso na frente dos seus sobrinhos. Eu não quero assustá-los.

Luís Felipe e Letícia entraram no quarto juntos e sentaram um de cada lado dos dois.

- Melhorou, Mari? - Letícia perguntou.

A menina balançou a cabeça confirmando e sorriu, enxugando os olhos.

- A Mariana está doente? - Lupe perguntou, subindo na cama e se apoiando nos ombros do pai.

- Não, disse Marco. - Quem vai ficar doente é você, se não descer dessa cama. Você está de tênis, seu sem noção! Desce!

O menino desceu rapidamente, rindo.

- Vai, Mariana, vê o que você quer levar pra casa. Pega a bicicleta e eu coloco no bagageiro do carro. Se quiser levar algum brinquedo, alguma boneca, pega também. Eu quero voltar logo pra casa. Estou morto de cansado. Estou querendo tomar um banho e ir dormir cedo.

Mariana pegou tudo o que queria e apanhou também numa primeira gaveta da escrivaninha antiga de Marco que tinha ficado para ela, seu livro de desenhos que ela tinha desde que havia entrado na escola. Marco estava esperando por ela na porta do quarto e perguntou:

- Por que você vai levar? A mamãe e o papai vão chegar no domingo. É mais uma coisa pra trazer de volta.

- Vou fazer um desenho de você.

- Outro? Eu sou a pessoa mais desenhada nesse caderno.

Mariana folheou o caderno e abraçou-se a ele. O telefone tocou e Luís Felipe atendeu antes que Marco chegasse na sala.

- Alô... Oi, mamãe! Está... Tá bom... Pai, a mamãe quer falar com você, disse o menino estendendo o telefone para o pai.

- Não me diga. Obrigado, secretário Luís Felipe, Marco falou, apanhando o telefone. - Oi, amor.

- Vocês vão demorar?

- Não, a gente já estava de saída. Em quinze minutos no máximo estamos aí.

- Está bem. Beijo, querido.

- Até. Te amo.

PREMONIÇÃO

PARTE II

Eu acredito que DEUS TENHA O CONTROLE DAS NOSSAS VIDAS...

e depois dele... NÓS MESMOS.

Vamos fazer o que é certo e bom pra nós e para o próximo.