MANDY VII - MANDY (1999/2000) - PARTE 2
II – MANDY (1999/2000)
Marco ia beijar Amanda de novo, quando sentiu uma pontada no lado direito da cabeça. Fechou os olhos e encostou-se a parede.
- Que foi, amor? - Amanda perguntou, assustada.
- Uma dor aqui... Eu acordei agora a pouco por causa dela. Senti de novo agora.
- Vou pegar um analgésico pra você. Vai pra cama. Deita que eu já venho.
Ele fez o que ela disse. Amanda voltou em poucos minutos e lhe deu o analgésico. Marco tomou e recostou-se no travesseiro.
- Eu nunca tive dor de cabeça que me lembre...
- Começou agora?
- Faz uma semana, desde que... pegamos a conta do Itaú... Acho que eu devo estar esquentando a cabeça demais com eles.
- Deve ser. Será que tem alguma coisa a ver com a cicatriz?
Marco riu.
- Não, claro que não. Ela já tem tanto tempo. Dez anos?
- Onze.
- E era mais fácil você ter alguma coisa. Você bateu a cabeça, no acidente. Eu não. De repente não é nada. Vai passar já. Você se importa se nosso terceiro bebê ficar pra outro dia?
Amanda sorriu e beijou seu rosto.
- Claro que não. A gente tem muito tempo. Tenta dormir.
Ela foi apagar a luz do quarto, acendeu o abajur do lado dele e deitou-se, fazendo com que ele se recostasse nela. Marco fechou os olhos e, às vezes, apertava o braço dela quando sentia a dor apertar.
- O que é isso, meu Deus?
- Marco, vamos ao médico, agora?
- E deixar as crianças com quem, Amanda?
- A gente avisa a Dalva e ela vem pra cá e fica com eles. Você tem que ver um médico pra saber o que é isso!
- Não, não quero acordar a Dalva de madrugada. Daqui a pouco passa.
- Teimoso!
- Todo mundo tem dor de cabeça. Eu não posso ser exceção. Vai passar.
Ele a beijou e fechou os olhos. Depois de alguns minutos, Amanda percebeu que ele havia dormido e respirou mais aliviada, mas não conseguiu dormir mais. Ficou acordada até às cinco da manhã, quando a luz do sol já começava a invadir o quarto.
Ela ligou para o médico da família e depois se deitou ao lado dele e ficou olhando seu rosto até que ele abrisse os olhos novamente. Marco estranhou que ela estivesse acordada.
- Oi...
- Está melhor?
- Melhor do quê?... Você ficou acordada, Amanda?
Ela balançou a cabeça, confirmando.
- Eu liguei pro Guilherme. Ele está esperando por você no consultório.
- Ah, Mandy, eu não queria ir a médico nenhum!
- Você vai sim. Eu fiquei bem assustada, Marco. E se você não for, eu faço um drama com a sua mãe e ela te faz ir e você sabe que faz!
Ele se sentou na cama e passou as mãos pelos cabelos.
- Eu tenho uma reunião na agência, hoje cedo. Você sabe.
- Adia, pede pro Edu fazer no seu lugar, dá um jeito.
Luís Felipe entrou no quarto correndo e pulou sobre ele na cama.
- Eu não vou pra escola hoje, papai!
- Não vai uma ova, moleque, ele disse, abraçando o filho. – Como é que se fala, de manhã, mal educado?
- Bom dia, papai. Bom dia, mamãe.
O menino beijou os pais e deitou-se na cama debaixo dos cobertores no meio dos dois.
- A Letícia e a Mari estão no banheiro tomando banho.
- Claro, como todo dia. Qual o problema? Quando elas saírem, você entra. Isso não é desculpa. Você promete que com trinta anos não vai mais reclamar que não quer ir pra escola, Luís Felipe Rotemberg Ramalho? O ano logo acaba, que saco!
O menino riu gostoso e ele também, beliscando o filho na barriga.
A campainha tocou.
- A Dalva chegou. Vai abrir a porta pra ela e vai ajudando ela a fazer o seu lanche antes do banho, vai, filho.
O garoto saiu do quarto e Marco olhou para Amanda que olhava para ele, ainda séria.
- Olha aí um motivo bem forte pra ir ver esse médico ainda hoje, Marco. Aliás, não é um só, são dois: seus filhos. Por favor, amor...
- Você tem razão... e não são dois, são três motivos, ele disse beijando-a. - Sem você, eu não teria eles. Eu te amo... mas eu não tenho nada.
MANDY – 1999/2000
PARTE II
DEUS TENHA O CONTROLE DAS NOSSAS VIDAS
e depois dele... NÓS MESMOS.
Vamos fazer o que é certo e bom pra nós e para o próximo.