MANDY VI - ORAÇÃO - PARTE 4
IV – ORAÇÃO
Amanda sorriu e eles se beijaram. Ele beijou sua barriga e saiu do quarto.
Marco pegou a maleta, saiu do hospital e resolveu ir até a casa dos pais. Apanhou um táxi e, no meio do caminho, já quase perto da Avenida João Dias, resolveu ir a outro lugar. Pediu ao taxista para parar diante da matriz de Santo Amaro. Pagou e desceu do carro. Olhou para a igreja, suspirou e entrou nela.
Quando se viu diante da nave onde tinha se casado com Amanda dois anos antes, a emoção toda tomou conta dele de uma vez e ele começou a chorar. Colocou a maleta no chão, ergueu os braços, cruzou os dedos das mãos sobre a cabeça, sentindo uma vontade muito grande de falar com Deus.
- Oi, Pai... Eu estou de novo aqui... Desculpa se não estou tão confiante como naquele dia, mas... dessa vez... nada depende de mim. Eu não posso... fazer nada... dessa vez. Tudo depende de Você... como sempre foi, mas... agora... pra minha felicidade ser completa... eu preciso te pedir pela minha filha... Ajuda minha menina, Pai. Protege a minha Letícia. Protege o Lupe também, mas... segura ela no colo antes dela nascer, pra que tudo dê certo amanhã, por favor, meu Pai! Abençoa meus filhos e a minha Amanda. Eu só te peço isso. O resto... você já me deu e eu agradeço... muito, muito...
Marco se ajoelhou no último genuflexório e apoiou a cabeça nas mãos unidas e começou a rezar baixinho um Pai Nosso, enquanto as lágrimas rolavam por seu rosto.
Ainda estava na mesma posição quando sentiu uma mão tocar sua cabeça. Ergueu os olhos e viu o padre Orlando perto dele, com o seu sorriso benevolente peculiar. Ergueu-se e enxugou o rosto.
- Oi, padre...
- Você parece estar no lugar certo pra o que precisa dessa vez. Posso te ajudar ou você já se entendeu com Ele?
Marco riu e beijou a mão do padre.
- Espero que sim... Ele tem me ouvido a minha vida inteira. Acho que... não vai me decepcionar dessa vez.
- Senta aí.
Marco se sentou no banco da igreja, enxugando o rosto, e o padre sentou ao seu lado.
- Quer me contar o que está acontecendo ou é coisa íntima entre você e Ele?
- Não, não é segredo e o senhor é intermediário entre Ele e a gente aqui na terra. Eu vim só pedir... pela minha filha que vai nascer.
- Filha?! Que bom! Você vai ter uma filha com seu anjo adormecido?
Marco sorriu.
- E um filho... serão gêmeos. Eles vão nascer amanhã, padre.
- Que Deus os abençoe! – disse o padre, fechando os olhos e fazendo o sinal da cruz na testa dele.
- Amém, disse Marco, começando a chorar de novo.
- Você já não falou com Ele? Não precisa chorar mais, menino. Se você pede com confiança, já está feito. Não tenha medo.
Marco respirou fundo e enxugou o rosto.
- Obrigado, padre Orlando... de novo.
- Vai com Deus, filho. Não quer ficar pra missa? Vai começar daqui a pouquinho.
Marco viu realmente pessoas entrando na igreja para a missa que começaria às oito da noite.
- Não vai dar, padre. Eu ainda vou passar na casa dos meus pais e voltar pro hospital. Ainda vou tentar descansar pra amanhã cedo.
- Tudo bem, mas fique confiante. Vai dar tudo certo. Sua menina tem mais uma pequena luta pra enfrentar, mas vai dar tudo certo.
Marco olhou para o Cristo crucificado no altar, respirou fundo e beijou a mão do padre.
- Obrigado, padre. Boa noite...
- Boa noite, filho. Vai com Deus.
Marco saiu da igreja com o coração mais leve. Foi até a casa dos pais, tomou um banho quente, trocou de roupas e voltou ao hospital. No dia seguinte ele ia conhecer seus filhos tão esperados.
ORAÇÃO
PARTE IV
REZAR, ORAR, CONVERSAR COM O CRIADOR
SAIR DO CORPO
CREMOS,
MAS AUMENTAI A NOSSA FÉ E ESPERANÇA!
OBRIGADA E BOM DIA!