MANDY IV - PAI E FILHO-PARTE 2
II – PAI E FILHO
Aldo cortou metade do pãozinho e entregou a Júlio César que o colocou na boca com gosto.
- Não vai fazer sujeira no padrinho.
Débora apareceu ali e aproximou-se de Marco, beijando seu rosto.
- Desculpa a recepção estranha. A gente não esperava que você viesse aqui hoje. Plena manhã de véspera de Natal... O baile da Amanda não foi ontem? Vocês devem ter ido dormir tarde.
- Foi, a gente foi dormir umas três da manhã...
- Pois é, como foi tudo lá? Deve ter sido lindo.
- E foi, só faltou você.
- Daqui uns cinco anos eu me formo em Moda e vocês vão no meu, ela disse, sorrindo.
- É isso aí, garota. Dou a maior força.
- Mas por que você veio até aqui tão cedo? - Aldo perguntou.
- Na verdade, eu vim aqui pra pedir um favor, a vocês dois, disse Marco.
Débora sentou-se diante deles.
- Claro, o que é? – perguntou Aldo.
- Eu... queria levar o Júlio pra minha casa agora. Eu e a Amanda compramos um presente pra ele e queríamos entregar lá.
- Vocês não tinham que ter comprado nada, disse Aldo. – Vocês já fizeram tanto pela gente...
- O Júlio é meu afilhado. Não tem nada a ver com o que eu fiz ou faço por vocês. Eu só quero levar ele até lá, entregar o presente e...
Marco parou de falar, olhando para o menino.
- E...? – perguntou Aldo.
- Tem outra pessoa que quer... entregar um presente pra ele também.
- Outra pessoa? - Aldo perguntou, olhando para Débora. – Quem?
- O André...
Aldo se levantou e foi ficar perto da pia, apoiando-se nela, nervoso. Débora olhou para ele e depois para Marco.
- O André, Marco?
- Eu encontrei com ele ontem na formatura da Amanda e... ele me pediu... pra encontrar o filho na minha casa. Ele comprou um presente e quer entregar pro Júlio.
- Não... Aldo disse, sem olhar para ele.
- Aldo, ele vai embora pro Rio, trabalhar com o pai. Não vai mais voltar pra cá. Ele só quer... zerar essa situação que criou aqui em São Paulo, revendo e se despedindo do filho.
- O Júlio não é filho dele! Não é mais!
Marco olhou para Débora que olhava para as mãos unidas sobre a mesa e disse:
- A gente sabe que isso não é totalmente verdade, cara... Ele é o pai biológico do Júlio. Você não pode fugir disso...
- Ele abriu mão dessa paternidade quando abandonou a Débora na rua da amargura, Marco. Ele não é pai do Júlio! Eu sou o pai desse garoto! Eu!
- Eu sei que você tem todos os direitos de impedir isso. Eu só vim falar com vocês porque... vai ser um jeito de... acabar com essa estória de vez. Você mesmo disse que tem medo que ele ou o pai dele apareçam aqui pra levar o Júlio de vocês. Essa é a chance de ter certeza de que eles não vão mais vir. Nunca mais.
- E quem me garante que isso vai acontecer?
- Eu...
Aldo se voltou para ele e olhou para o filho em seu colo, mastigando com gosto o pedaço de pão.
- Não vai acontecer nada, Aldo. Eles vão se encontrar na minha casa, no playground no térreo. O André não vai nem entrar no apartamento. Ele não quer. Só quer entregar o presente, dar um beijo no filho e vai embora... Eu trago o Júlio de volta antes das duas da tarde. Venho junto com a Amanda. Ela quer vir até aqui dar um beijo em vocês e ver a Juliana.
Aldo se aproximou e pegou Júlio do colo de Marco. Abraçou o menino com carinho e beijou seu rosto. Júlio arrancou um pedaço do pão e colocou na boca dele, perguntando.
- Gotoso?
Aldo riu e respondeu, com a voz embargada, mastigando o pedaço de pão.
- É sim, filho, é gotoso...
Ele respirou fundo e entregou o menino a Débora.
- Troca ele, por favor, amor. Vamos terminar logo com isso...
Débora segurou o filho e sorriu, erguendo-se e beijando o marido.
- Obrigada... Eu te amo.
- Também te amo.
Ela foi para o quarto com Júlio César e Aldo olhou para Marco que também sorriu, satisfeito com todo o desfecho.
- Não vai doer, amigo... Amanhã você vai se sentir vinte quilos mais leve.
Aldo concordou, balançando a cabeça.
- Você não vai tomar seu café?
Marco sorriu e começou a se servir.
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Marco chegou pouco depois ao prédio da Cap. Otávio Machado e subiu com Júlio para avisar Amanda que havia chegado. Eles desceram de novo, minutos depois, e Amanda começou a brincar com o afilhado no playground.
André havia marcado de chegar ali às onze horas. Onze em ponto, eles ouviram o barulho da moto que estacionou no meio fio do lado de fora do alambrado que cercava o prédio. André desceu da moto e se aproximou do alambrado. Ficou de longe olhando para o filho. Marco foi até ele e abriu o portão de acesso. André não se moveu.
- Vem, cara, vem ver seu filho de perto...
O rapaz atravessou o portão e se aproximou lentamente do garoto que brincava no escorregador e nem deu atenção para ele, já que não o conhecia e tão distraído que estava.
- Oi, Amanda... ele disse, sem tirar os olhos do menino.
- Oi, André, ela respondeu, segurando a mão de Júlio que escorregava mais uma vez, dando gritinhos de alegria com a brincadeira e batendo com força com os pés no chão.
Amanda disse:
- Júlio, para um pouquinho, bebê. Eu quero te apresentar um amigo.
Ela pegou o menino nos braços e se aproximou de André.
PAI E FILHO
PARTE II
DEUS ABENÇOE A TODOS NÓS!
OBRIGADA SEMPRE
AOS AMIGOS DAS LETRAS DE TODAS AS CORES
QUE ME ACOMPANHAM
BOM DIA!