MANDY IV - FORMATURA II - PARTE 3
III – FORMATURA II
Amanda respirou fundo e levantou-se, sem soltar a mão do marido. Os dois aproximaram-se da mesa em que o rapaz estava e Otávio chegou a se surpreender ao ver os dois.
- A gente pode sentar um pouquinho com você, Otávio? - Amanda perguntou.
O rapaz balançou a cabeça sutilmente, consentindo e ajeitando-se na cadeira.
- Está sozinho por quê? - Marco perguntou.
- Ultimamente eu estou sempre sozinho, ele respondeu, com um sorriso sem humor nenhum, olhando alternadamente para os dois, defensivamente.
- A gente quer saber da Lídia, Amanda disse, surpreendendo até Marco que olhou para ela rapidamente e ela percebeu seu olhar, mas continuou. – Como é que ela está?
- Ela... está bem, Otávio respondeu, sem ter certeza se devia ou não prolongar o assunto com mais detalhes. Não sabia o que Marco tinha dito para ela de seu encontro com a garota no carro.
- Não está não, Marco corrigiu, sério.
Otávio olhou para ele e depois para Amanda novamente.
- Isso não é problema seu, Amanda.
- Isso virou um problema meu desde que ela envolveu meu namorado nessa história meses atrás e você sabe do que eu estou falando. Você a trouxe hoje até aqui pra falar com ele e acabou com a noite dele e isso também é problema meu.
- Foi ela quem pediu, Otávio defendeu-se.
- Ótimo! E você fez isso por seu filho como um bom pai que é e vai ser pra ele, por isso eu quero saber como ela está... de verdade.
Otávio olhou para os dois e sentiu-se acuado.
- O Marco já viu como ela está. Ele não te contou?
- Não, porque ele não quis acabar com a minha noite como você acabou com a dele. A gente ia conversar em casa e com certeza ele ia me dizer tudo. Agora eu prefiro que você diga, porque eu sei que ele vai editar a história.
Marco olhava para Amanda não acreditando que ela era aquela garota frágil com quem ele havia se apaixonado no ano anterior. Otávio também não a reconhecia mais. Os olhos verdes da garota tinham uma segurança que ele nunca tinha visto.
- Ela... Ela não está... Ela não reage mais a quase nada.
- Como assim?
- Não se alimenta direito, quase não dorme... Ela parou de viver.
Amanda respirou fundo, mas não desviou o olhar dele.
- E você... já tentou fazer alguma coisa?
- Já, mas ela só me aceita do lado dela porque eu já insisti que não vou deixar meu filho. Desde então... a última vez que ela falou comigo foi pra pedir pra vir aqui hoje, pra falar com... seu marido.
Amanda olhou para Marco que olhou para ela também e encostou-se na cadeira.
- No que você acha que eu poderia ajudar, Otávio? - Marco perguntou.
- Em nada. Nem você, nem eu, nem ninguém pode fazer nada por ela agora. Só o tempo e esperar que o bebê opere algum milagre, quando nascer, porque nem pra ele ela está ligando, por isso eu não posso sair de perto dela. Meu filho só tem a mim nisso e espero que seja suficiente. Se querem um conselho... e acho bom que o sigam: esqueçam a Lídia. Ela não é mais problema de vocês. Quando ele nascer em janeiro, eu vou ver o que eu faço. Como eu tenho uma ideia de que ela vai... rejeitá-lo mesmo, eu vou tentar contornar a situação até maio, voltar pra Poços com ele e sumir dessa cidade... pra sempre. Eu não quero mais incomodar a vida de vocês.
- Ninguém está mais incomodando a vida de ninguém, Otávio, Marco interferiu. – Você tem todo o direito de refazer sua vida, aqui ou em qualquer lugar.
- É isso mesmo, concordou Amanda. – A gente nunca quis prejudicar ninguém, muito menos você ou a Lídia.
- Eu acho que ele já sabe disso, Amanda, disse Marco. – Se depois de tudo que aconteceu com a gente não deu pra perceber isso ainda, é porque não se teve vontade de entender o que significou tudo.
Marco levantou.
- Já falamos tudo que tinha que ser falado. Se a gente puder ajudar em alguma coisa, é só falar... se não... cada um vai pro seu canto, viver a sua vida. Está na hora de crescer. Se bem que eu acho que não tem mais nenhum adolescente aqui.
Otávio se levantou também.
- Concordo.
Marco esboçou um leve sorriso e perguntou:
- Você está concordando comigo?
- Estou. E se você pensar bem, a gente concorda em alguma coisa há muito tempo.
Marco franziu a testa.
- Como assim... há muito tempo?
- Nossas desavenças aconteceram justamente por causa disso... Pra começar... a gente ama a mesma mulher.
Otávio olhou para Amanda por uns segundos e se afastou. Marco ficou olhando enquanto ele se afastava e depois olhou para Amanda.
Ela pegou sua mão. Ele a fez se levantar e dar a volta na mesa e a abraçou, erguendo-a do chão.
FORMATURA II
PARTE III
DEUS ABENÇOE A TODOS NÓS!
As pessoas têm várias cores:
Prosa, Poesia, Crônica, Discurso, Redação, Cartas,
Frases, Pensamentos, Críticas, Piadas...
E o Direto de ter a cor que quiser que todos no Recanto temos...
OBRIGADA SEMPRE
AOS AMIGOS DAS LETRAS DE TODAS AS CORES
QUE ME ACOMPANHAM
BOM DIA!