MANDY IV - LÍDIA - PARTE 2
II – LÍDIA
Marco segurou a mão dela, visivelmente emocionado.
- Você não me fez nada. Você só fez mal a si mesma e por isso... eu não sei se vou conseguir perdoar a mim mesmo... por não ter podido evitar antes...
Os olhos dela se encheram de lágrimas.
- Pensa assim: no futuro, se você um dia encontrar com o Gabriel na rua...
- Gabriel? Quem é Gabriel, Lídia?
Ela sorriu, pegou a mão dele e a colocou sobre sua barriga. Marco entendeu que ela se referia ao bebê.
- Você vai lembrar que ele é o filho da garota que mais te amou no mundo e que vai olhar por você de onde estiver.
- Falando bobagem de novo. Você vai criar seu filho... Você vai criar o Gabriel e eu ainda vou encontrar com você e ele e...
Lídia passou a mão por seu rosto e sorriu novamente entre as lágrimas.
- Acho melhor você ir pro baile. Volta pra Amanda. Seja feliz...
Marco não conseguiu dizer mais nada. Lágrimas escorreram dos olhos dele também e ele olhou para a mão sobre sua barriga.
- Eu queria muito que vocês dois fossem felizes. E você ainda pode ser. O Otavio é um cara legal. Não despreza o que ele pode te dar.
- Como as coisas mudam, não? - ela disse, com um sorriso triste. – Há um ano você não pensava assim.
- Muita coisa mudou, Lídia.
- Ela... Lídia olhou por cima do ombro dele, ficando séria de repente, mas não pareceu zangada, só lembrou de Amanda. – Ela te faz mesmo bem. Você está feliz?
Marco enxugou o rosto, mas não respondeu, porque aquele não era o momento.
- É por isso que eu estou morrendo... Eu não consigo mudar... Não consigo deixar de te amar...
Ele sentiu a garganta arder e não conseguiu falar mais nada.
- Volta pro baile. Já tomei muito seu tempo. A Amanda vai vir buscar você e eu não quero que ela me veja... assim.
Ele enxugou o rosto novamente e pediu:
- Eu posso... fazer alguma coisa por você?
Lídia sorriu triste mais uma vez e respondeu:
- Não... Eu só não quero sua pena. Eu não quero mais nada de você. Só seu perdão.
- Não tenho o que perdoar. Como da outra vez... eu falei pro meu tio, depois que você foi embora, que eu é que saía... ganhando com a nossa conversa. Eu queria poder... dizer o mesmo agora.
O olhar de Lídia ficou sério por um momento e ela respirou fundo.
- Sai do carro, Marco, por favor.
Marco olhou para ela por mais alguns segundos e saiu do carro, arrasado. Fechou a porta e viu Otávio parado a poucos metros dele, esperando. Aproximou-se e não soube o que dizer.
- Ela mudou, não? - Otávio perguntou.
Marco apenas passou as mãos pelo rosto e assentiu com um leve aceno de cabeça.
- Eu vou só levar ela em casa e volto pro baile.
- Se você queria acabar com a minha noite, teve muito sucesso.
- Desculpe, a intenção não foi essa. Eu só quis atender a uma urgência dela. Eu devia isso a ela, sabe? Foi eu que provoquei todo desespero que ela tem passado nos últimos meses.
- Não... por mais que eu queira concordar com você... a culpa não é totalmente sua.
- Sua culpa é passiva, Marco. Eu fui um idiota novamente... - Otávio sorriu e olhou para o carro - Fui um imbecil... novamente.
Marco viu de longe Amanda saindo da sede do clube, procurando por ele, preocupada com sua demora. Quando viu que ele estava com Otávio, ela diminuiu o passo e aproximou-se deles mais devagar, olhando mais para Otávio do que para ele.
- Oi, Otávio.
O rapaz ficou olhando para ela por um instante antes de responder.
- Oi, Amanda. Você está linda.
- Obrigada...
Ela olhou para Marco e perguntou:
- Você não vai entrar, Marco? O que aconteceu? Já estacionou o carro?
- Não... ele respondeu, sem muita convicção.
Amanda percebeu que ele estava estranho. Seus olhos estavam vermelhos.
- O que aconteceu? Vocês não estão brigando, estão?
Otávio sorriu quase que por reflexo e balançou a cabeça.
- Não, ninguém está brigando. Está tudo bem. Bom, eu vou, mas volto já. Até...
Ele se afastou e deu a volta no carro, entrando e sentando no banco do motorista. Amanda não entendeu nada e pensou ver alguém no banco traseiro do carro, mas não teve certeza. Estava escuro e ela não pode distinguir quem era. Quando ele manobrou e passou novamente por eles, ela viu de relance o rosto de uma mulher que não reconheceu, mas que podia adivinhar quem era.
- Aquela era a Lídia?
- Era... Marco respondeu, sem querer nem precisar mentir nada, tão abalado estava pelo impacto do encontro.
- O que ela fazia aqui, Marco?
- Veio falar comigo, ele disse, baixando os olhos para o chão.
- Falar com você? Falar o quê?
Ele respirou fundo e fechou os olhos, colocando as duas mãos no rosto.
- Marco, você... estava chorando? O que foi que aconteceu?
- Vamos conversar sobre isso em casa, amor? Está tudo bem. Hoje é seu baile e eu já estou suficientemente sem foco nenhum pra isso. Eu não quero estragar tudo. Você não merece.
- Marco!
- Vem, por favor. Seu pai me mata se eu estragar seu dia, hoje. Por ele, vem. A gente conversa em casa, depois.
Ela ficou olhando para ele por alguns segundos e não quis discutir.
LÍDIA
PARTE II
DEUS ABENÇOE A TODOS NÓS!
AS TRISTEZAS QUE UMA PESSOA ACUMULOU NA VIDA
DEFINE O QUE SERÃO SEUS MOMENTOS FELIZES...
AS ALEGRIAS QUE ELA DISTIBUIU TAMBÉM...
OBRIGADA SEMPRE
AOS AMIGOS DAS LETRAS QUE ME ACOMPANHAM
E ME ENTENDEM...
BOM DOMINGO!