MANDY IV - ENCOSTO DE OLHOS AZUIS - PARTE 5
V – ENCOSTO DE OLHOS AZUIS
Rita riu e passou a mão por seu rosto. Marco a beijou.
- Agora vamos mudar de assunto. A Amanda já te falou que ela já escolheu o vestido do baile de formatura dela?
- Falou, mas ela também disse que você vai fazer o mesmo suspense que fez com o vestido de noiva.
- Vou mesmo, ela disse, esfregando as mãos, olhando para ele, com um sorriso de criança travessa.
- E que vantagem eu levo nisso?
- A vantagem de ser o padrinho da formanda mais bonita do colégio Paralelo. Ela vai ficar linda!
- Não posso nem saber a cor?
Rita balançou a cabeça negando e encostando-se na mesa.
- O vestido de noiva não valeu a pena?
- Ah, desse eu sabia a cor, engraçadinha.
- Estou falando do modelo, bobo!
Marco riu.
- Muito... - ele disse, baixando o tom de voz. – Ainda mais depois que eu tirei... Foi muito fácil e... prazeroso pra caramba.
Rita bateu de leve no braço dele.
- Olha o respeito, garoto! Ah, antes do baile, você também vai ser produzido pela equipe da RR, viu?
- Eu? Por quê?
- Eu não quero minha enteada e modelo se formando com qualquer um levando ela pelo braço no baile mais importante da vida dela.
- Qualquer um... sei... Você hoje resolveu pegar no meu pé.
- Eu estou nervosa e só estou com vontade de brincar com você e tentar esquecer um pouco daquele... encosto, como diz a Haidée.
Amanda entrou na sala com Gustavo e Haidée.
- Sua gata está entregue, Marco. Chamou, chefinha? - perguntou Gustavo.
- Chamei, sim. E aí. Eu não pude ficar lá com vocês dirigindo a produção das fotos. Ficou tudo bem?
Amanda já estava abraçada a Marco e Gustavo respondeu, olhando para ela.
- Tudo ótimo. Por mim, eu não faria outras. Esse vai estar um arraso, mas... depois você dá o seu veredicto.
- Infelizmente as coisas não são tão simples assim. A gente vai ter que ser bem cauteloso com tudo por enquanto, mas está tudo tranquilo.
- Ele não se dispensou, Rita? - Amanda perguntou.
- Não. Não sei o que ele ganha com isso a não ser o meu dinheiro, mas... vamos ter que ter um pouquinho de paciência, ela disse, com um sorriso triste. – Você pode ir pra casa se quiser, Amanda. Está dispensada por hoje.
- Então eu estou indo. Te espero em casa, amor.
Marco colocou a aliança de novo no dedo dela e a beijou.
- Tchau.
Ela beijou Rita e saiu.
Ao sair da sala de Rita, Roni estava tão nervoso que resolveu ir para casa tentar se acalmar e analisar onde seu plano de estragar a vida de Marco e Rita tinha dado errado. Maria Eugênia o tinha visto sair da agência e foi atrás dele.
- Roni! - ela o chamou, já perto do carro dele no estacionamento.
Ele ouviu seu nome e parou, voltando-se. Ela se aproximou dele.
- Eu posso falar com você um minuto? A gente pode ir tomar um suco no refeitório da agência...
- Eu já estava indo pra casa, Gini. Estou com um pouco de dor de cabeça.
- Um minutinho só. A gente toma um suco de maracujá com hortelã que é praticamente um analgésico. Vai aliviar a tua dor de cabeça, tenho certeza.
O sorriso dela era tão lindo que Roni não pode dizer não. Ele aceitou e os dois voltaram a entrar no prédio e foram para o refeitório. Sentaram numa mesa junto da grande janela de vidro que dava para a Avenida Giovanni Gronchi e Maria Eugênia pediu dois sucos. Roni tirou os óculos escuros e pendurou-o no bolso da camisa, cruzando os braços sobre a mesa.
- O que você quer falar comigo?
- Eu... É só uma curiosidade profissional, ela começou, enrolando os cabelos compridos como se fosse fazer um rabo de cavalo e jogando-os para frente. – Por que você não gosta do Marco?
Ele desviou o olhar do rosto dela e sorriu, balançando a cabeça.
- Não acredito que você me trouxe aqui pra falar do Marco.
- Roni, você é um rosto conhecido na mídia. Aparece em vários comerciais em São Paulo inteiro e muitas capas de revistas adolescentes. Por que você se complica entrando em atrito com o primo da dona da RR? O que você ganha com isso?
- Você acabou de chegar a São Paulo e nem vai ficar no Brasil. Por que está se metendo nisso?
- Porque eu gosto demais da Rita. E tudo que magoa ela me magoa também. Ela é gente fina demais e me fez o que eu sou hoje. Eu devo tudo que sou a ela. Está bom ou quer mais?
- E ele é o bibelô dela. Ninguém me tira da cabeça que aqueles dois têm um caso. Tem cama naquela relação tão familiar.
- O quê?! Você está viajando. Ela é casada! E ele também!
- E daí?
- Tá... - ela disse, erguendo as mãos. – Digamos que você tenha razão. O que você tem a ver com isso?
- Que esse chamego entre os dois me prejudicou muito no início do ano. Era eu que devia ter estado no comercial da Bunny’s com a Amanda na campanha de abril e ele mudou de ideia no último minuto depois de eu já ter ensaiado tudo durante semanas e resolveu fazer ele mesmo. Ninguém me tira da cabeça que rolou cama entre ele e a Rita e ela mudou de ideia me tirando da jogada e colocando ele no meu lugar.
- Você ficou zangado com ele só por isso? Um comercial de três minutos.
- Não foi só pelo comercial de três minutos...
- Foi pela Amanda, não foi?
Ele não respondeu. Baixou os olhos para as mãos unidas sobre a mesa e ficou em silêncio. O suco foi trazido e Maria Eugênia tocou a mão dele.
ENCOSTO DE OLHOS AZUIS
PARTE V
DEUS ABENÇOE A TODOS NÓS!
SEJAMOS, TODOS, LUZES NO MUNDO E SAL DA TERRA!
“MÃE NEM SEMPRE É A DONA DA BARRIGA DE ONDE A GENTE SAIU,
MAS A DONA DOS CARINHOS MATERNOS QUE A GENTE RECEBE
GRATUITAMENTE”
OBRIGADA SEMPRE...
A TODOS OS ANJOS QUE ME ACOMPANHAM!
BOM DIA!