MANDY IV - ENCOSTO DE OLHOS AZUIS - PARTE 1
I – ENCOSTO DE OLHOS AZUIS
Quando Amanda acordou no dia seguinte, estava sozinha na cama. Estranhou. Levantou-se e foi até a cozinha. Marco já estava lá, conversando com Dalva e tomando café com ela. Ela apareceu na porta e os dois olharam para ela.
- Bom dia, minha boneca! - falou Dalva, com um sorriso, levantando e indo abraçá-la.
- Dalva! Você já chegou! - ela falou, abraçando a governanta, efusivamente. – Por que você não me acordou, Marco?
- Eu pedi, disse Dalva. – Eu sei que vocês estão de férias e têm o direito de dormir um pouquinho mais, mas quando eu cheguei, ele já estava acordado... Aí eu pedi pra não te acordar, fui passar um café fresquinho pra gente e ficamos conversando. Estava com tanta saudade de você, minha linda!
Dalva lhe beijou o rosto. Amanda fez o mesmo com ela. Marco brincou:
- Ela está toda feliz desse jeito, porque não vai ter que comer mais minha comida, Dalva.
- Mentira! - desmentiu Amanda. - Não é nada disso, Dalva. Ele faz um café delicioso e um macarrão super-gostoso também, mas é que a gente vai ter mais tempo pra descansar quando chegar da escola ou do trabalho. Eu estou muito feliz que você está aqui!
Amanda a abraçou e deu vários beijinhos na governanta.
- Eu sei, amor. Mas venha tomar seu café. Eu já vi que tem muita coisa pra fazer lá na lavanderia e acho que vou começar por lá.
- Fica a vontade, viu? Qualquer dúvida, pode perguntar. Eu ainda vou tomar um banho.
- Eu sei. Pode ficar tranquila. Façam de conta que eu não estou aqui, como na casa do seu pai.
- Eu não conseguia fazer isso lá, Marco comentou, em voz baixa, não querendo muito que ela ouvisse.
- Porque lá vocês eram namorados. Aqui vocês são marido e mulher e eu sei a diferença. Fiquem sossegados.
Ela foi para a lavanderia. Amanda se sentou diante dele, toda feliz. Marco sorria da felicidade dela. Ela juntou as mãos cruzadas sobre a mesa, diante do peito e olhou para ele nos olhos.
- Agora me conta: por que você acordou tão cedo?
- Eu não dormi direito, eu te falei que não ia.
- Ainda está encucado com a história da Rita? Não pensa mais nisso não. Eu entendi o que houve e peço desculpas também. Não quero que isso abale nosso casamento. É tão pouco perto do que você significa pra mim. Você não me traiu. Só tentou me proteger. Esquece isso.
Ele balançou a cabeça, concordando.
- Eu te amo. Você é o AR que eu respiro, ele disse.
- E eu quero sempre poder mergulhar no verde do MAR dos seus olhos.
Eles aproximaram o rosto um do outro e se beijaram. Amanda ficou olhando dentro dos olhos dele e falou:
- Deu a impressão que você ia ficar doente, ontem. Você estava tão estranho...
- Eu só fiquei... assustado...
- Assustado?
Marco cruzou os braços sobre a mesa.
- Quando você disse... que ia se separar de mim... foi como... se toda a minha vida não tivesse mais sentido. - Os olhos dele ficaram redondos e úmidos. - Eu perdi o chão...
Amanda passou a mão pelo rosto dele.
- Não pensa mais nisso.
- Acho que ainda vou ficar anestesiado por causa disso por pelo menos uma semana... ele disse, sorrindo triste, tomando um gole de café. A lágrima teimosa rolou mesmo assim.
Amanda o beijou novamente e sorveu-a nos lábios.
- Eu vou tomar um banho e a gente já sai pra agência, ok?
- Ah, meu Deus... ele disse, colocando as mãos no rosto.
- Que foi?
- Lembrei que tem o episódio “Roni” pra terminar lá na agência.
- Já falei que pode deixar ele comigo, ela disse, levantando e indo para a porta.
Encostou-se no batente e finalizou:
- Eu vou parar com a festinha dele.
Foi para o banheiro. Dalva entrou na cozinha, enxugando as mãos.
- Vou deixar a roupa na máquina um pouquinho. Vocês já providenciaram o bebê, Marco?
Ele foi pego de surpresa pela pergunta. Franziu a testa e gaguejou.
- Não... Acho que não... Está muito cedo ainda, Dalva. A gente não tem nem dois meses de casados. Quem sabe daqui um ano, um ano e meio...
- Eu vi algumas pessoas comentarem no casamento que vocês tinham aprontado alguma coisa para estarem casando tão jovens.
- Sério? Está brincando.
- Mas era gente que não conhecia vocês direito, que não sabia da estória de amor de vocês. Não se incomode com isso. Vocês não vêm almoçar em casa, vem?
- Não, eu sempre almoço na rua e como a Amanda vai estar comigo... a gente vai comer em algum restaurante lá perto da RR.
- Então eu vou fazer uma coisa bem especial pra vocês jantarem.
- O quê? - ele perguntou curioso.
- Não vou dizer. Vai ser surpresa. À noite, você vai ver.
Ele sorriu, adorando a ideia. Era bom ter Dalva cuidando deles... pra variar.
ENCOSTO DE OLHOS AZUIS
PARTE I
DEUS ABENÇOE A TODOS NÓS!
SEJAMOS, TODOS, LUZES NO MUNDO E SAL DA TERRA!
“MÃE NEM SEMPRE É A DONA DA BARRIGA DE ONDE A GENTE SAIU,
MAS A DONA DOS CARINHOS MATERNOS QUE A GENTE RECEBE
GRATUITAMENTE”
OBRIGADA SEMPRE...
A TODOS OS ANJOS QUE ME ACOMPANHAM!
BOM DIA!