MANDY IV - JULIANA! - PARTE 4

IV – JULIANA!

Júlio estava tão determinado a pegar o boneco que deu pelo menos três passos para pegá-lo e parou, percebendo que não tinha mais as mãos de Amanda para apoiá-lo. Ele titubeou e quis chorar, mas Marco chacoalhava o brinquedo no ar, mais para perto dele.

- Vai, cara, você está em pé, meu! É só mais um passo, caramba, vem!

Júlio andou mais um passo e segurou o brinquedo, caindo no colo de Marco que o levantou no ar, fazendo festa e beijando-o muito, deitando no chão e sustentando o garoto no ar.

- Êh! Conseguiu!

Amanda batia palmas, feliz, e Laila chorava emocionada. Antônio sorria satisfeito também e percebeu de longe o pai de Aldo parado na calçada, olhando para eles.

Antônio saiu da cozinha e se aproximou dele devagar. Quando percebeu que o vizinho ia se aproximar, Francesco Pagliuso quis se afastar, mas Antônio o chamou:

- Francesco!

Ele parou e olhou para ele com o rosto fechado.

- Posso falar com você um pouco?

- “Io” não tenho nada pra falar com você, disse ele, com seu sotaque meio italianado.

- Eu reparei que você estava observando seu neto dar os primeiros passos...

- “Questo bambino” não é mio neto. Não diz besteira, Antônio. “Io” não tenho mais filho.

- Francesco, não fale assim. Teu filho existe sim e é um ótimo rapaz. Ele está no hospital agora com a mulher. Sua neta acabou de nascer. A filha dele acabou de nascer...

- Eu não tenho filho nenhum, já disse.

Marco havia parado para ouvir a conversa dos dois, com Júlio César no colo, com Amanda, sentada também ao lado dele no chão e Laila, encostava-se ao batente da porta da cozinha.

- Seu filho quer muito voltar a falar com você. Fazer as pazes. Daqui a pouco é Natal. Volta a conversar com ele, por favor. Eu tenho certeza que ele o ama muito.

- Quem é você pra me dar conselhos sobre meu filho, Antônio? Você não conseguiu nem educar o seu direito. Por causa dele, o Aldo fez a besteira que fez. Saiu de casa pra casar com uma vadia que ficou grávida de um moleque irresponsável. Meta-se com a sua vida e me deixa com a minha. Seu filho é o responsável por eu não ter mais filho, hoje. Me deixa em paz!

Marco colocou Júlio César no colo de Amanda e se levantou, aproximando-se do pai. Francesco olhou para ele e o fuzilou com o olhar.

- O senhor está sendo muito injusto.

- Não tenho nada pra falar com você... moleque!

Pagliuso deu as costas e entrou em casa. Marco olhou para o pai, que deu as costas também para entrar na casa e subitamente parou, apoiou-se na parede colocando a mão sobre o peito. Marco viu que alguma coisa estava errada com o pai e colocou a mão sobre seu ombro.

- Pai...

Antônio voltou-se para ele e fechou os olhos, desmaiando, e cairia no chão se Marco não o segurasse.

- Pai! Que foi, pai!?

Laila correu até eles e gritou, ao ver o marido cair.

- Antônio!

Vendo que o pai tinha realmente perdido os sentidos, Marco pediu:

- Amanda, liga pro Centrocor. O telefone está na agenda perto do telefone da sala. Rápido, amor!

Amanda correu o quanto pode com Júlio no colo, colocou o menino no chão da sala e pegou a agenda perto do telefone. Procurou o número com pressa, encontrou e discou com dificuldade, porque tremia muito. Chamou o resgate e depois abriu a porta da sala para que o rapaz pudesse trazer o pai para dentro da casa.

Marco colocou Antônio deitado no sofá e ajoelhou-se a seu lado:

- Pai, fala comigo, pai... Ligou, Amanda?

- Liguei... Fica calmo, Marco, em cinco, dez minutos eles estão chegando. Calma!

Laila segurava a mão do marido e só conseguia chorar. O resgate logo chegou e levou Antônio para o Centrocor. Laila foi com ele, porque Marco não podia deixar a casa sozinha com Amanda e as duas crianças.

Ele ficou olhando para a ambulância se afastar e disse, num murmúrio, tremendo:

- Não pode acontecer nada com ele, agora... Ainda não estou pronto pra isso, pai... Não ainda, meu Deus...

Amanda segurava seu braço. Ele se voltou para ela e a abraçou forte, começando a chorar.

- Calma, meu amor. Vai ficar tudo bem.

Eles ouviram muito fracamente um choro vindo da cozinha e Marco se lembrou da irmã:

- Mariana!

Ele correu até lá e viu a menininha chorando sozinha deitada no moisés. Pegou-a no colo e a abraçou, cuidadoso.

- Meu amor, desculpa... Está tudo bem, anjo. Está tudo bem. Que é que você quer? Está com sede?

Rapidamente, ele colocou um pouco de água fresca na mamadeira e deu para a irmã tomar, levando-a para a sala. Amanda estava sentada no sofá, com Júlio no colo e ele sentou-se ao lado dela.

- Ele não pode ir agora. Não, deixando minha mãe e minha irmã sozinhas...

- Ele não vai, Marco, fica calmo.

Amanda passou a mão em seu cabelo e Júlio, chupando a chupeta com vontade, tocou o braço de Marco que chorava, como a querer acalmar o padrinho também.

- Papa...

O menino balbuciou a palavra e, mesmo com a chupeta na boca, foi o que se pôde entender do que ele pretendia dizer. Marco olhou para ele rapidamente.

- O quê? - perguntou baixinho.

- Papa... o menino repetiu, sorrindo para ele.

Marco olhou para Amanda e depois para o afilhado de novo e pegou a mão dele, beijando-a.

- Teu pai não está aqui não, JC.

- De alguma forma, está sim, disse Amanda, sorrindo e deixando as lágrimas rolarem por seu rosto também.

Marco levantou-se e foi para o quarto com a irmã. Amanda abraçou o afilhado e beijou sua testa, silenciosamente rezando por Antônio.

- Meu Deus, fica com ele... Fica com eles dois...

JULIANA!

PARTE IV

DEUS ABENÇOE A TODOS NÓS!

SEJAMOS, TODOS, LUZES NO MUNDO E SAL DA TERRA!

OBRIGADA SEMPRE...

A TODOS OS ANJOS QUE ME ACOMPANHAM!

BOM DIA!

Velucy
Enviado por Velucy em 03/03/2021
Código do texto: T7197113
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.