MANDY IV - JULIANA! - PARTE 1
I – JULIANA!
Marco abriu os olhos no dia seguinte e percebeu a luz do sol que entrava tímida pela janela do quarto. Estranhou a diferença, porque em seu quarto, no apartamento, havia estrelas no teto e ali não. Lembrou-se de que estava em seu quarto antigo na João Dias e sorriu, lembrando que tinha dormindo com Amanda em sua cama de solteiro. Esfregou o rosto e sentiu a mão dela pousada em seu peito, notando que ela ainda dormia recostada nele. Tentou sair da cama sem acordá-la e com esforço, bem delicadamente, conseguiu, apanhou as roupas jogadas no chão, se vestiu e saiu do quarto.
O corredor estava vazio e silencioso ainda, mas ele viu a luz da cozinha acesa. Foi até lá e encontrou a mãe já fazendo o café. Ele chegou perto dela e a beijou no rosto.
- Bom dia, mãe!
- Bom dia, meu anjo! Caiu da cama? São seis e meia. Não dormiu direito? É horrível dormir no chão, não é?
- Eu não dormi no chão... ele disse, abrindo a geladeira e retirando o leite de dentro dela.
- Não me diga que vocês dormiram juntos na sua cama de solteiro, porque eu não acredito que você tenha feito a Amanda dormir no chão, Laila falou, pegando o leite da mão dele.
- Claro que não! A gente dormiu juntinho... na minha cama de solteiro, ele disse, sorrindo maroto e esticando o corpo. – Está doendo tudo.
- Bem feito! Eu preparei o colchonete pra você dormir nele, sem-juízo!
- Minha sorte é que ela dorme numa posição só a noite toda. Foi a melhor noite da minha vida, se você quer saber, ele falou em voz baixa, sentando-se à mesa e bocejando gostoso.
Laila balançou a cabeça e colocou o leite na leiteira para ferver.
- O pai já acordou?
- Já, está conversando com a Débora no quarto de hóspedes. Ela está esperando o Aldo chegar. Daqui a pouco ele está aí.
- Eu vou levar os dois por hospital.
- Vai mesmo?
- Vou. O Aldo já deve ter muita coisa na cabeça pra ter que pensar ainda em levar a Débora, dirigir e ainda ver a filha nascer. Ele precisa do mínimo de paz, agora.
- Filho, como disse a Débora: você é um anjo. Vai ser muito bom pros dois. Vai chamar seu pai pra tomar café com você então. Está pronto já.
- Não precisa mandar duas vezes, ele diz, levantando. - Estou morrendo de fome. Acho que eu estou grávido, ele disse em voz baixa, colocando a mão na barriga esguia e rindo em seguida.
Laila jogou um pano de prato nele e Marco saiu da cozinha correndo e foi para o quarto de hóspedes. Débora estava sentada à cabeceira da cama com o filho deitado nela também e mamando e Antônio estava sentado numa cadeira, com Mariana no colo, dormindo.
- Posso interromper o papo? - Marco perguntou, entrando.
Beijou o pai na testa e Débora no rosto e afagou a barriga de Júlio César que, de olhos abertos, pegou a mão dele e tentou sorrir, ainda ligado na função de sugar o seio da mãe.
- Bom dia, disseram os dois.
- Bom dia! Você é muito folgado, cara. Ainda roubando o leite da sua irmã? - ele falou com Júlio.
- Eu vou ter que começar a tirar ele do peito, depois que a Juliana nascer, falou Débora acariciando o corpo do filho. – Até já tentei, mas...
Marco beliscou o menino de leve e afastou-se, indo pegar Mariana do colo do pai.
- A mãe chamou você pra tomar café. Vai lá.
- Dormiu bem? - Antônio perguntou, levantando-se depois de entregar a filha para ele.
- Muito bem... Marco respondeu, sentando-se no lugar dele e ajeitando a irmã no colo.
- Vocês não vão tomar café também? - Antônio perguntou a Débora.
- Eu vou, depois que terminar aqui, ela disse, mencionando o filho. – Obrigada, seo Antônio.
Antônio apenas sorriu e passando os dedos de leve no rosto da filha, afastou-se e saiu do quarto. Marco ficou olhando para Débora por um momento e perguntou:
- Está tudo bem com você?
Ela apenas sorriu triste e balançou a cabeça.
- Fica sossegada que vai dar tudo certo. Eu vou levar vocês ao hospital e o Júlio fica com a Amanda aqui. Ele fica bem com ela.
Débora concordou novamente, mas não conseguiu dizer nada, começando a chorar silenciosamente, olhando para o filho.
- Calma, Débora...
- Eu estou calma... Só fico... me vendo a um ano atrás... Lembrando dos planos que eu fazia pra quando terminasse o colégio... Eu pensava em fazer a faculdade de Moda...
- Isso pode acontecer ainda...
- Como, Marco? - ela falou, soluçando.
- Você tem dezoito anos, eles vão crescer e a faculdade não vai fechar daqui cinco anos. Ela vai continuar lá esperando por você.
- A pior coisa que aconteceu na minha vida foi me apaixonar pelo André. Minha mãe vivia falando que aquele namoro não tinha futuro... e olha aí...
- Não fala besteira. É teu filho. Não fala assim perto dele. Ele não tem culpa.
Débora enxugou o rosto. Júlio olhava para ela e encostou a mãozinha em seu rosto, para ajudá-la a enxugar uma lágrima, ainda mamando.
- Desculpa... ela falou, meio para Marco, meio que para o filho.
- Eu vou colocar a Mariana no berço e venho já ajudar você com ele. Não fica assim. A Juliana está sentindo tudo que você está sentindo. Calma! Vai dar tudo certo.
- Você é um anjo, amigo.
Marco sorriu e foi levar a irmã ao quarto dos pais. Encontrou-se no corredor com Amanda que parou e o beijou.
- Bom dia, meu amor! Por que você não me acordou?
Ele a beijou várias vezes na boca e pediu:
- Dá uma forcinha pra Débora lá no quarto. O Júlio está sugando a mãe literalmente e ela precisa estar descansada pra ir pro hospital.
- Eu vou...
Ela ia se afastar, mas ele pediu:
- Espera!
Ele a beijou mais um pouco e Amanda riu enquanto o beijava também.
- Quer que eu vá ou não?
- Não... Mas vai...
Ela beijou a cunhadinha e afastou-se rapidamente, indo cada um para um lado.
JULIANA!
PARTE I
DEUS ABENÇOE A TODOS NÓS!
SEJAMOS, TODOS, LUZES NO MUNDO E SAL DA TERRA!
OBRIGADA SEMPRE...
A TODOS OS ANJOS QUE ME ACOMPANHAM!
BOM DIA!